Barbara.Luiza 24/06/2021O planeta Terra passou por uma guerra que acabou com a possibilidade de vida no planeta, os humanos que não migraram ficam inférteis, todo dia animais são extintos e androides são escravizados nas colônias.
Acompanhamos Deckard, um detetive que aposenta replicantes, um eufemismo para o assassinato de androides. Mas em que ponto a destruição de uma máquina deixa de ser algo banal e passa a ser criminoso? Em que momento esses seres passam a ser mais humanos do que os que restam de nós?
Diferentemente do filme, Blade Runner, o livro de Dick explora as nuances da humanidade, empatia e ego estão sob o microscópio para averiguação. Religião, vegetarianismo, consciência de classe, bagulificação, humanos desumanizados e androides com sentimentos. É disso que fala o livro.
Deckard é o homem que desafia as convenções estipuladas para mergulhar em um debate metafísico e social sobre a humanidade e onde ela está, ainda que diferentemente do Deckard interpretado por Harrison Ford o personagem literário tenha um desenrolar conservador e conformista.
Esse livro me encantou pelas possibilidades de reflexão e pela capacidade narrativa de K. Dick. Um ótimo começo para a leitura de ficção-científica de 2021 por aqui.
Essa edição possui dois textos extras e ilustrações de diversos artistas e foi lançada em 2017 em razão dos 50 anos de lançamento do título. Ele possui uma jacket temática da adaptação cinematográfica.