Ju Oliveira 02/06/2014A mulher silenciosa é aquele exemplo típico de livro que promete dividir opiniões. Já tinha percebido isso enquanto dava uma lida em algumas resenhas. Durante toda a leitura, minha opinião oscilou bastante. Mas no fim acabei me apegando bastante à “A mulher silenciosa”.
Joddi e Todd é aquele típico casal que vive de aparências. Não que eles não sejam felizes, pelo contrário. São felizes juntos há 20 anos, mas à sua maneira. Joddi leva uma vida muito confortável, em seu belo apartamento com vista para o lago. Ela é terapeuta, e pode se dar ao luxo de atender somente dois pacientes por dia, em sua própria casa. É uma mulher bastante vaidosa, meticulosa e calculista. Um de seus maiores prazeres é todo fim de tarde começar a preparar o jantar para esperar seu marido Todd. Cada dia um prato elaborado, digno dos melhores restaurantes da cidade. Joddi adora cuidar de Todd.
Todd é um empreiteiro muito bem sucedido, após longos anos de muito trabalho e apoio de sua esposa, hoje ele está onde sempre quis chegar. Para ele, ninguém jamais vai substituir sua adorada esposa, sempre tão atenciosa e dedicada. Mas isso não significa que ele vá resistir aos encantos de outra mulher. Todd é um marido infiel e incorrigível.
Acontece que Joddi sempre soube dos casos extraconjugais de seu marido, mas sempre fingiu que não estava acontecendo nada, ela sempre foi “A mulher silenciosa“. A comodidade de sua vida de casada sempre falou mais alto e ela sempre fez vista grossa para as puladas de cerca de Todd. Porque sabia que eram apenas casos passageiros, nada com que se preocupar.
Até que Joddi descobre que Toddi está apaixonado por Natasha, a filha de seu melhor amigo, de apenas vinte anos, uma menina que eles viram crescer. E parece que dessa vez, não é um simples caso passageiro. Natasha acaba engravidando de Todd e ele relutantemente decide se separar de Joddi. Mas ela não está disposta a ceder assim tão facilmente e acaba tomando uma decisão bastante arriscada…
Se você precisa sair de uma rotina mental, muitas vezes é mais fácil mudar algo do lado de fora e deixar as mudanças internas se seguirem. Quando você faz um esforço em benefício próprio, muitas vezes as circunstâncias tendem a seu favor.
Confesso que a escrita da autora não me agradou logo de cara. Demorei um bom tempo até me acostumar com seu vasto vocabulário e o excesso de diálogos. A falta de ação também me deixou um pouco incomodada. É uma leitura linear, sem grandes acontecimentos. Logo nas primeiras páginas do livro, mais precisamente, na segunda página, a autora já nos entrega o desfecho dessa história. Com o desenrolar da trama, página após página, eu esperei ansiosamente por esse “momento crucial” da história. E só lá no finalzinho, praticamente nas últimas páginas, o ato em si foi acontecer. Achei isso bastante frustrante e se pudesse escolher, certamente teria pulado essa segunda página. Se bem que na sinopse, na orelha do livro, já podemos ter alguma ideia do que é o grande mistério da trama.
Mas em compensação, a autora foi magistral em lidar com os sentimentos do casal. Os capítulos são alternados entre “Ele” e “Ela”, mostrando a visão de ambos em cada situação. A. S. A. Harrison, soube explorar muito bem o lado psicológico dos personagens, expondo ao leitor seus medos e dúvidas. Joddi é uma personagem forte, determinada e fria, como a tempos não encontrava na literatura. Já o Todd é influenciável e inescrupuloso. Mas não de todo odiável. Não saberia dizer se gostei mais das reflexões de Juddi ou Todd.
Enfim, só lendo para saber se você vai amar ou odiar “A mulher silenciosa”. Eu gostei bastante e indico. Leiam!
Curiosidade: A mulher silenciosa será adaptado para o Cinema e Nicole Kidman será protagonista e produtora do filme. Ainda sem realizador escolhido nem data de estreia prevista, o filme será produzido pela companhia Blossom Films, fundada pela própria Nicole Kidman.
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