Dhiego Morais 18/03/2015A PRIMEIRA PARTE: A HISTÓRIA ANTIGADepois do turbulento lançamento de A Dança dos Dragões, sexto volume de As Crônicas de Gelo e Fogo, em 25/06/2012, os milhões de fãs do bom velhinho podem levantar as mãos para os céus e agradecer à R’hllor, aos deuses do norte ou aos Sete, ou aos que melhor desejarem, pois foi neste finzinho de ano que a LeYa Brasil lançou “O Mundo de Gelo e Fogo: A história não contada de Westeros e As Crônicas de Gelo e Fogo!
Com uma capa escura, distinta da vermelha característica do lançado no exterior, a nossa edição brasileira não poderia esbanjar mais luxo e refinamento possível. De capa dura, letras prateadas e marcada pelos principais brasões das casas mais influentes de Westeros, a obra traz uma gama de mais de 170 imagens coloridas belíssimas, desenhadas especialmente para a o volume por figuras conceituadas, tais como: Marc Simonetti, Philip Straub e Karla Ortiz. Uma edição definitivamente necessária para os westerosi no Brasil. O livro foi composto com a parceria de Elio M. García Jr. e Linda Antonsson, os fundadores do renomado site westeros.org, que adicionaram e colaboraram com o conteúdo deste livro.
A primeira vez que eu botei as mãos nesse volume foi quando um amigo o levou para a faculdade. Quando folheei as páginas ricas em detalhes (papéis escurecidos, simulando o envelhecimento pelo tempo, a fim de retratar um volume qualquer de uma biblioteca de Westeros), o meu pensamento foi justamente este: o livro está cheio de informação e curiosidades da história do mundo de Gelo e Fogo. É quase impossível reduzi-lo a uma resenha comum sem perder dados valiosos. Foi por isso que, analisando o sumário da obra eu decidi dividir esta resenha em quatro partes, apesar do livro ser dividido em seis.
Portanto, vamos comentar a Parte I:
A primeira parte de A História não contada de Westeros retrata com detalhes a História Antiga. Com inúmeras ilustrações que vão desde os poderosos gigantes do Norte até os imponentes dragões ardendo na Perdição de Valíria; George R. R. Martin nos apresenta ao início de tudo (ou até o mais distante na história que um Meistre se atreve a presumir), à Era da Aurora. O livro foi escrito para servir como um livro natural das bibliotecas de Westeros. Por isso, ele é “escrito” pelo Meistre Yandel, que assume o papel de pedreiro, entalhando laboriosamente a história dos Sete Reinos e de Essos.
Westeros atravessou diferentes momentos antes de Aegon, o Conquistador aterrissar no oeste em seu assombroso dragão, Balerion, o Terror Negro. A Era da Aurora é a primeira delas, onde milhares e milhares de anos antecedem os acontecimentos de As Crônicas de Gelo e Fogo. Nesta época, o continente era povoado principalmente por gigantes e pelos Filhos da Floresta. Pressupõe-se que as duas raças eram hostis entre si, como retratou em seus estudos o Meistre Kennet. No entanto, acredita-se que uma terceira raça tenha povoado há muitos milhares de anos as Ilhas de Ferro, já que, quando os Primeiros Homens aportaram lá, encontraram a famosa Cadeira de Pedra do Mar em Velha Wyk.
Ainda nesta primeira parte, conhecemos mais sobre a história dos primeiros homens, quando entre doze e oito mil anos antes de Aegon, o Conquistador, um novo povo cruzou a faixa de terra que interligava o continente com as terras orientais, pelo Braço Partido — antes de ser partido — em Dorne. Guerras com os Filhos da Floresta se sucederam após o início da destruição dos sagrados represeiros. Conta-se que o Braço Partido foi obra dos videntes verdes, mas mesmo com tanto poder, apenas depois de extensas batalhas houve a paz. Então a Era dos Heróis se iniciou.
É interessante ver aqui os eventos da Era dos Heróis, pois são eles, depois da Longa Noite, que prepararam junto aos ândalos o terreno para a entrada dos Dragões de Valíria. A Longa Noite é retratada não apenas nos anais de Westeros, mas também nos contos de Asshai e Yi Ti. Um inverno que durou uma geração e arrebatou milhares de vidas, com direito a criaturas feitas de frio e escuridão, cavalgando aranhas de gelo, cavalos mortos e liderando uma legião de mortos-vivos. Não parece ter sido muito agradável, não?
A Ascensão de Valíria e Os Filhos de Valíria narram o que muitos fãs mais apreciam: a história dos Senhores de Dragões e seus reinados de fogo e poder na construção de um império capaz de ocultar a Velha Ghis de Grazdan, o Grande. Curiosidades como o nascimento de Braavos também acompanham a caminhada de fogo de Valíria.
“Em Asshai, os relatos são muitos e confusos, mas certos textos —todos possivelmente antigos— dizem que os dragões vieram da Sombra, um lugar em que todo o nosso conhecimento nos falha.” (Pág. 13)
Depois dos ândalos, das terras do Machado, ao nordeste de Pentos, migrarem para Westeros, fugindo dos valirianos, e conquistarem as terras dos Primeiros Homens; a última migração para Westeros ocorreu, com os roinares, fugindo da fúria e voracidade valiriana, com a princesa Nymeria, de Ny Sar, em seus dez mil navios.
A chegada de Aenys Targaryen, o Exilado e sua família à Pedra do Dragão, um posto avançado dos valirianos, após a premonição de Daenys, a Sonhadora, sobre a Perdição encerra a História Antiga. O Aegon conhecido como o Conquistador viria somente anos depois da Perdição.
Muita história tinge as páginas da obra, portanto, fiquem ligados nas demais resenhas! “Valar Dohaerys!”.
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