Vitória 31/08/2023
Eu acordei no dia marcado pro lançamento de dois livros que eu iria ler sem saber o que fazer enquanto eles não saíam na amazon, foi aí que lembrei da existência dessa coisinha escondida aqui em casa e resolvi pegá-lo. Foi uma leitura rápida, fofinha e linda. Senti uma vibe muito parecida com o que senti quando li Pippi Meialonga no auge dos meus 7 anos, e acho que se relesse ele hoje, a minha reação seria a mesma que tive com Kiki. No início temos a rotina dela em casa, a relação diferente que ela tem com cada um dos pais, afinal os dois tem personalidades diferentes, e as dificuldades que ela enfrenta em relação à cobrança da mãe, à sua proteção e às expectativas que ela cria em cima da Kiki. Depois disso, as coisas ficam um pouquinho mais leves, porém ainda com aquelas reflexões nas entrelinhas, que só um adulto lendo a história consegue pegar. É quase como se fosse uma aventura por capítulo, da Kiki descobrindo o mundo pela primeira vez sozinha. Ela aprende sobre responsabilidades, sobre admirar os seus dons, quaisquer que eles sejam, e usá-los ao seu favor, sobre companheirismo, amizade, e até um tiquinho de amor com o primeiro paquera. É lindo vê-la aprendendo coisas novas e crescendo, e o Jiji traz o humor necessário em alguns momentos, tanto que se tornou um dos meus personagens favoritos. Cheguei a pensar que teria que escrever esse comentário sem falar sobre o filme, já que ele está disponível na netflix, e a minha era roubada da minha tia, mas eis que eu acabei indo pra casa dela essa semana e consegui assistir. A animação é linda e entrou facilmente pro meu top de filmes favoritos do estúdio ghibli junto com O Castelo Animado e Meu Amigo Totoro. O início é bem parecido, e eu amei que eles deram um pouco mais de destaque pro Jiji, ele merecia. Da metade pro final a história vai pra um caminho completamente diferente do livro, e eu confesso que gosto mais da versão original, apesar de ter amado a amizade dela com a senhorinha que eu não lembro mais o nome, a questão dela ter perdido os poderes e o Jiji construindo uma família. É uma narrativa que dá um quentinho no coração maravilhoso, perfeito pra relaxar a cabeça entre livros mais pesados.