Cacau

Cacau Jorge Amado




Resenhas - Cacau


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@menos.uma.pagina 17/07/2023

Cacau
José Cordeiro era filho de um industrial de Sergipe, teria tudo pra crescer e ser alguém da elite da cidade, mas após a morte do pai viu a fábrica ser comandada e "herdada" por um tio. Esse homem fez o sobrinho e a cunhada irem morar com os operários, submetendo-se aos seus mandos e desmandos. Sem alternativas e perspectiva de melhora de vida, José parte para o sul da Bahia, a região que atraía olhares com perspectivas de ganho muito e fácil nas lavouras de cacau.
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Segundo livro de Amado e o primeiro do chamado Ciclo do Cacau nas obras do autor, já mostrava temas que seriam recorrentes nas narrativas dele. A vida dos proletariados e dos demais tipos do cotidiano brasileiro se apresentam de forma rica e diversa.
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Jorge mostra a realidade dura dos trabalhadores das fazendas de cacau. Explorados pelos coronéis, senhores de extensas lavouras, os trabalhadores se vêem amarrados às propriedades de inúmeras formas, principalmente financeiramente. As promessas de dinheiro fácil e lucro certo não passam de atrativo para que cada vez mais pessoas se acheguem na região.
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Eu amo como o autor consegue escrever personagens tão simples, mas tão reais, tão intensos e humanos. A descrição das cenas do dia-a-dia e dos sentimentos humanos, são muito cativantes. É impossível terminar um livro dele sem sentir nada.
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Cacau foi um achado. A ambientação, a narrativa simples de uma saga que bebe da realidade me cativaram de uma forma muito peculiar. Já é um dos favoritos do Amado.
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E vocês, conhecem essa história?
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Flavio.Vinicius 16/07/2023

Cacau
Segundo livro escrito por Jorge Amado quando ainda era muito jovem. Para mim, este é o primeiro grande livro de Jorge Amado, de muitos outros grandes livros que vieram depois.

É a obra que dá início ao chamado Ciclo do Cacau, tem o estilo da primeira fase do autor, considerada mais ideológica, e caracterizada por personagens com menos nuances, marcados por serem do Bem ou do Mal. Em geral os ricos eram do Mal e os pobres, do Bem. Essa falta de nuances foi posteriormente superada por Jorge Amado nas obras da segunda fase.

Eu adorei esse livro e fiquei muito surpreso por ter sido escrito por um autor tão jovem. A narrativa carrega muito da experiência vivida pelos trabalhadores, explorados e desvalorizados. Porém, como todos os livros de Jorge Amado, não se resume a tristezas, misérias e exploração. Pelo contrário, a alegria, as festas, o amor pelos outros e pela vida estão presentes. É um livro bom de se ler, não é como se o autor quisesse empurrar uma causa social goela abaixo do leitor.

A história é contada em primeira pessoa, do ponto de vista do filho de um industrial falido, que se torna trabalhador nas fazendas de cacau do sul da Bahia.

Amei. Com certeza vou ler e reler.
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bentosthecreator 09/07/2023

Ricos e pobres, maus e bons, ódio e amor
?o amor teria sido feito somente para os ricos??
Pensante, fiquei do inicio ao final refletindo; se ele tinha consciência do seu estado, porque não o mudava?
Seria isso vindo de mim um pensamento meritocrático?
Não sei.
Reflexões
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Jana 13/06/2023

E partiu para a luta de coração limpo e feliz.
"O cacau era o grande senhor a quem até o coronel temia". É dessa premissa, que em 1933 Jorge Amado publica Cacau, uma obra que esmiúça a vida de operários, lavradores, prostitutas, coronéis e demais personagens e nuances da realidade brasileira da época.

Narrada por um Sergipano, de nome José Cordeiro, a história se inicia em São Cristóvão - Sergipe (de onde eu escrevo essa resenha haha) e percorre os percalços desse sergipano até o Sul da Bahia, local no qual a produção cacaueira ia bem (não para todos, claro...).

A partir da sua chegada à Bahia e de sua instalação na Fazenda Fraternidade, a vida de José e de muitas outras famílias em Pirangi são ditadas pelo Coronel e sua família. Assim, Jorge Amado apresenta no livro a caracterização do coronelismo interiorano ruralista, de sua dimensão patriarcal e reverberações paternalistas. Apresenta também, o comércio do Cacau e como naquelas terras gente também se alugava e vivia de forma análoga a escravidão.

Para mais, evidência como a fome, o analfabetismo, a violência e os abusos faziam parte do cotidiano dessa população. E como tudo isso se interligava no emaranhado das relações de poder que se enviezam em exploração. De um povo que não sabia de política, de direitos, nem da definição efetiva de luta de classes, mas participavam dela.

É assim que a história se constrói em relatos e vivências desse narrador, que entre viver o amor romântico, ou abdicar da vida de explorado e ser explorador, escolhe descobrir sobre sua classe, escolhe a luta e a difusão desse conhecimento para aqueles que dele precisam e para aqueles que sem ele são explorados e perecem.

Por fim, defino como uma grande obra! Sem dúvidas há muito nela para refletir e contextualizar. Indico bastante!
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Fernando 10/06/2023

Manifestação de um jovem autor em desenvolvimento
Lido depois dO País do Carnaval na intenção de ler a obra cronologicamente. Acho que o ponto mais interessante da obra é ver o momento de transição do jovem autor e como evoluiu em relação ao primeiro, talvez até pela escolha do tema. Não é mais uma escrita perdida de direção como as vezes parece (metalinguísticamente? intencional?) o primeiro livro, mas também não é um romance pleno, embora evoque sutilmente os grandes que estariam por vir (dos que já li, e até por tratar da temática do cacau, relacionei com Terras do Sem Fim em alguns trechos - publicado 10 anos depois, com o tempo de maturação necessário, esse sim uma de suas obras primas). E, claro, a temática operária é o grande mérito, sobretudo quando se pensa ter sido traçada dessa forma por um Grapiúna de 20 anos.

Não tem exatamente uma linha mestra a trama. O próprio autor reconhece isso, quando o personagem Sergipano se assume como narrador/escritor: "este livro está sem seguimento. Mas é que ele não tem propriamente enredo e essas lembranças da vida da roça eu as vou pondo no papel à proporção que me vêm à memória ". Um esboço de paixão. Um esboço de tragédia. Mas tirando pelo narrador, não há muito aprofundamentos. Pra quem tiver paciência de contar, o décimo parágrafo do (ótimo) posfácio de José de Souza Martins expressa com precisão essa percepção.

Mas há muita coisa boa que já demonstra o JA que viria, sobretudo no estilo. Um livro com sabor de aperitivo, rápido e gostoso.
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Cristiane 30/04/2023

Cacau
Seguindo a proposta de ler as obras de Jorge Amado em ordem cronológica, esse é o segundo livro desse autor.
O narrador conta sua infância em São Cristóvão, cidade Sergipana ( antiga capital desse estado). A morte do pai, dono de fábrica, a falência da família ( depois que o tio, sócio nos negócios toma tudo de sua mãe). Sua relação com o proletariado. De dono da fábrica, passa a operário, é demitido pelo tio.
Vai para roça de cacau, experimenta a fome e a exploração.
Divide com os companheiros o horror ao patrão.
Tenta entender essa relação... No final tudo se resume a luta de classes.
Em tempos de denúncias de trabalho escravo, a leitura desse livro é essencial.
É lindo ver o crescimento do grande autor Jorge Amado.
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arqueofarias 15/04/2023

Livraço ! O amadurecimento de Jorge Amado é nítido, depois do seu romance de estreia bem básico e sem muita emoção, ele chega com Cacau e nos apresenta um contexto forte sobre a situação de trabalhadores rurais em fazendas de cacau. Muito forte a conexão dos ?peões? com trabalhos análogos à escravidão. A introdução e discussão sobre Luta de Classes é ESSENCIAL !!
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Philipe 03/04/2023

2° livro de Jorge Amado , bem melhor que o primeiro, conta o cotidiano da vida dos trabalhadores nas fazendas de Cacau.
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Jessica858 25/03/2023

Um livro atemporal, pois segue com os mesmos problemas enfrentados pelos menos favorecidos. Só mostra que nossa sociedade não evolui, segue o mesmo fluxo sempre.
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Manu 14/03/2023

O fruto sinônimo de dores e sofrimentos
Já pode ser considerado um ensaio para Seara Vermelha pra mim.
Gostei bem mais dessa segunda obra, pois começa a destacar o lado mais político de Jorge Amado em sua escrita.
Abordando sobre a vida na roça de cacau, Amado intitula essa obra com o nome do fruto que traz angústias e sofrimentos aos trabalhadores tratados como propriedade de seus patrões (quase não diferindo da época da escravidão).
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leiturasdabiaprado 23/02/2023

Cacau de Jorge Amado é uma obra rápida e ao mesmo tempo profunda, uma forte crítica ao sistema de trabalho nas fazendas de cacau no fim dos anos 20, início dos anos 30... e vemos que hoje, quase 100 anos depois, a crítica ainda é atual...
Um sistema de trabalho análogo ao escravo, salários miseráveis, itens de sobrevivência vendidos na vendinha da fazenda, condições insalubres de moradia... margeando ainda temos os defloramentos feitos pelos coronéis e seus filhos, jogando assim uma série de meninas na 'vida'.
O retrato sem floreio da miséria!
Mas, à parte da crítica vemos amizade, sentimentos de união e de classe entre os trabalhadores!
José Cordeiro, o Sergipano, é quem nos narra a história, ele nasceu rico, filho de industrial, com q morte do seu pai na sua infância e o golpe do tio na família se vê pobre, vira operário, depois lavrador, por fim deixa de se envolver com a filha do fazendeiro em nome da consciência de classe e parte para o Rio de Janeiro!
Lá ele aprende mais sobre os conceitos de classe, de luta e escreve suas memórias passadas nas fazendas de cacau...
Um livro que pincela sobre marxismo e faz uma forte crítica ao feudalismo das fazendas!
Uma leitura de poucas horas e forte aprendizado sobre a nossa história!
Salve, Jorge Amado! ??
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Tiago343 09/02/2023

"Um dia..."
As primeiras páginas do livro introduzem O Sergipano, o protagonista da história, acho que esses termos não caem bem para retratar personagens tão reais e que já foram cotidianos, expostos e apresentados em "Cacau". O livro é simplesmente uma obra-prima da literatura Brasileira, digna do ocupante da vigésima terceira cadeira da ABL.

Nesse livro, percebe-se naturalmente o florecimento do que já foi broto, as ideias sociais de Jorginho, aqui elas aparecem de forma muitíssimo mais abertas, imagino como foi a recetividade do livro na época.

Por falar em flora, é na página 63 que vemos o defloramente de Zilda, aos DEZ ANOS!!! por Osório, filho de Mané Miserável Saqueia Tudo (ou coronel Merda Mexida Sem Tempêro, para os menos intimos), ela esperara o letrado voltar para ter a chance de dormir com ele mais uma vez, quando enfim este estava de volta à cidade, se arrumou toda mas ele disse que estava feia, e foi dormir com Antonieta, Zilda, rameira aos 13 anos, suicidou-se com veneno vestida no seu melhor vestido que comprara a fim de impressionar.

Essa é so uma das várias perversidades do livro, e pensar que tudo é embasado na verdade que permeou a minha Bahia, triste, muito triste ler um livro onde meninos conhecem antes o sexo e são indiferentes a escola, veem o dia e não o diferenciam da noite.
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MarcosQz 05/02/2023

José Cordeiro, o Sergipano, filho de um industrial rico que acaba morrendo enquanto toca piano para seus funcionários, acaba indo trabalhar na zona do cacau, no interior da Bahia. Isso ocorre após seu tio tomar a fábrica e declarar que a família não tem direito a nada.
A história começa mesmo quando Cordeiro entra no trem com destino a Bahia, lá começa a labuta nas fazenda de cacau, uma vida de miséria, onde tudo é muito pouco, menos o trabalho.
O Segundo livro de Jorge Amado mostra o nascimento de uma tomada de consciência de classes pelos trabalhadores, também a tomada da mesma consciência do autor que nos mostra através de suas personagens a bruta realidade da época. A linguagem típica, os maneirismos, a escravidão disfarçada de trabalho pago, as misérias daqueles que já nasceram sem direitos.
Uma leitura rápida, simples, complicada para quem não conhece os dialetos nordestinos talvez, mas nada difícil, uma leitura que nos transporta para uma outra época, onde até parece um outro mundo na verdade.
Mais uma história fabulosa desse escritor que tanto amo.
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Lucas.Sampaio 30/01/2023

Eu partia para a luta de coração limpo e feliz.
Esse livro faz parte da primeira fase do Jorge Amado, que tem uma obra que pode ser dividida em dois momentos distintos. Pré-Gabriela e Pós-Gabriela: sendo a primeira fase engajada socialmente, com uma vertente mais à esquerda-marxista/Leninista, e a segunda fase pelo o que ele é melhor conhecido - erotismo e sincretismo.
Cacau, que é o segundo romance do Jorge, ainda não possui aquele tempero e fluidez pelo qual o autor é conhecido. Ao contrário, é um romance mais fragmentado, seco, em que o foco maior são os problemas sociais enfrentados pela classe trabalhadora, especialmente a que exerce em um regime análogo a escravidão a colheita do cacau. Tendo como narrador-personagem o João Carneiro, que está contando tudo isso através da lembrança, o que dá esse caráter mais fragmentado, com informações parcas, ou no disse-que-me-disse, com histórias chocantes, tristes, sofridas de: fome, estupro, abuso, violência, e todo tipo de crueldade. Tudo isso dos ricos direcionado para os pobres.

Trechos:
"Nem os garotos tocavam nos frutos de cacau. Temiam aquele coco amarelo, de caroços doces, que os trazia presos àquela vida de carne-seca e jaca. O cacau era o grande senhor a quem até o coronel temia."

"? Eu gostava de Colodino... Mas eu não queimei o bruto porque ele era alugado como a gente. Matá coroné é bom, mas trabaiadô não mato. Não sou traidô...
Só muito tempo depois soube que o gesto de Honório não se chamava generosidade. Tinha um nome muito mais bonito: Consciência de Classe."

"Olhei sem saudades para a casa-grande. O amor pela minha classe, pelos trabalhadores e operários, amor humano e grande, mataria o amor mesquinho pela filha do patrão. Eu pensava assim e com razão."
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Cleber 22/01/2023

O jovem Jorge Amado
Segundo livro do ainda jovem autor, Cacau já demonstra toda uma gama de personagens e situações que o autor iria se aprofundar nos outros romances.
Dessa vez a história é contada em primeira pessoa pela figura do José Cordeiro, o Sergipano.
Estou gostando desse desafio de ler os livros do Jorge Amado em ordem de lançamento e espero continuar firme pelo resto do ano.
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