Cacau

Cacau Jorge Amado




Resenhas - Cacau


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Ale 02/08/2021

É tranquilo de ler, mas bem militante. A gente conhece um pouco de como é a vida dos trabalhadores, "alugados" como são chamados, da zona cacaueira de Ilhéus, contada em primeira pessoa pelo Sergipano, sabemos seu nome apenas so fim do romance.
Não entendi nada do posfácio.
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custodiovitoria 29/07/2021

Jorge Amado nos apresenta às roças de cacau no sul da Bahia e a luta dos trabalhadores para sobreviver.

Segunda obra do autor, embora sejam feitas algumas críticas aos seus primeiros livros, Cacau me impressionou bastante.

Com uma narrativa fluída e personagens bem desenvolvidos, Jorge Amado transporta o leitor ao cotidiano difícil dos trabalhadores nas roças de Cacau, que descobrem a luta de classes.

A história me lembra, de certa forma, as histórias de meu avô. É uma boa leitura.
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Luiza 23/06/2021

Lamaçal comovente
Como não amar Jorge Amado?

Esse é o segundo romance de Jorge Amado, publicado dois anos depois de O país do carnaval (1931).

É um livro pequenininho... Mas para os fãs desse escritor (eu, eu, eu!), é leitura obrigatória.

E é uma leitura bem rápida, com uma narrativa bem gostosa.

O tema de "Cacau" é prenúncio da temática que Amado acabaria desenvolvendo com maior profundidade nos seus romances seguintes: a luta de classes, a triste realidade dos despossuidos...

Abaixo, segue um trecho que, entre tantos, me comoveu (contém spoilers).

TRECHO:

? PUTA NÃO MORRE POR AMOR

? Trecho do livro "Cacau"
.....

Existia em Pirangi um beco sem saída, ao qual chamavam com razão de ?Rua da Lama?.

Apesar do lamaçal, as senhoras casadas temiam aquela rua de mulheres perdidas.

? A polícia devia proibir aquilo ? diziam.

? Ora, a polícia é a primeira.

? É mesmo d. Rosália. Os nossos maridos vão gastar com aquelas misérias, Deus me perdoe, tudo que ganham.

? E eu que preciso de um chapéu e um vestido... Ma só faz prometer. Eu acho que ele dá o dinheiro a essas pestes.

? Elas arrancam.

? Mas Deus castiga, d. Rosália, Deus castiga.

?

Zilda era uma mulatinha clara, olhos grandes de criança que nada sabe da vida?

Estava na vida desde os onze anos. Morava naquela casinha com Antonieta, Mariazinha e Zefa. Sobre o seu corpo apenas um vestido, grávido de rasgões. Quase não tinha seios a pobre criança. Tomava o café maquinalmente sem falar.

João Grilo que dormira com ela, beijava-a. Ela se deixava beijar sem revolta, naturalmente. Aquilo fazia parte da profissão. E ela com treze anos apenas, conhecia muito bem a profissão.

? Quantos anos você tem, menina?

? Treze.

? Só.

? Faço depois de amanhã.

? Quem foi?

? O filho do coronel Misael.

? Quantos anos você tinha?

? Ia fazer onze.

? E já era mulher?

? Ainda não.

Zefa me contou toda a história. Filha do velho Ascenço, Zilda constituía toda sua família. Trabalhavam para Mané Frajelo, ele na derruba, ela na juntagem do cacau. Moravam na beira da estrada. Todo ano, Osório, o filho do coronel, que estudava na Bahia, vinha pelas férias até a roça. O velho Ascenço da porta da casa cumprimentava-o e perguntava pelos seus estudos:

? Como vai, coronézinho, da sua leitura?

O estudante parava o burro para olhar as coxas de Zilda, bem grossas apesar de dez anos.

Um dia Osório vinha para o povoado. O velho Ascenço estava em Pirangi e Zilda arrumava a casa. Começou a chover e Osório pediu agasalho. Não respeitou os dez anos de Zilda.

Tragédia de gente pobre: um pai que bota a filha para fora de casa e morre de desgosto.

? E a tôla ainda gosta do miserável. Zilda confessava:

? Gosto, que jeito. Ele é tão bonitinho. Quando ele vim esse ano há de dormir comigo?

?

O suicídio de Zilda foi uma das coisas que mais me comoveram durante a minha demora no sul da Bahia. Quando ela soube que o futuro doutor vinha passar o São João na roça, comprou um vestido novo com as suas economias e uma caixa de rouge.

Vestida de novo e muito pintada, esperou-o no meio da estrada. Ele passou sem ligar a ela.

Mas à noite veio ao povoado e foi à rua da Lama. Zilda falou:

? Osório...

? Quem é você?

? Zilda.

? Qual Zilda?

? Você me descabaçou na fazenda de seu pai.

? Como você está feia... Está um couro, puxa...

E foi dormir com Antonieta.

No outro dia Zilda bebeu veneno. As rameiras fizeram uma subscrição para enterrá-la, pois ela gastara as economias no vestido novo.

Quando o enterro passou, pobre caixão mal pintado, Osório atravessava o povoado a cavalo.

? De quem é esse enterro?

? De Zilda.

? Morreu?

? Matou-se.

? Que seja feliz no inferno...

Dona Rosália não acreditava que prostituta se suicidasse por amor. Prostituta se mata para castigo dos seus pecados.

?

Pobres mulheres, que choravam, rezavam e se embriagavam na Rua da Lama. Pobres operárias do sexo. Quando chegará o dia da vossa libertação?

Quantos mananciais de carinhos perdidos, quantas boas mães e boas trabalhadoras. Pobre de vós, a quem as senhoras casadas não dão direito nem ao reino do Céu.

Mas os ricos não se envergonham da prostituição. Contentam-se em desprezar as infelizes. Esquecem-se de que foram eles que as lançaram ali.

Eu fico pensando no dia em que a Rua da Lama se levantar, despedaçar as imagens dos santos, tomar conta das cozinhas ricas. Nesse dia até filhos elas poderão ter.
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mari 17/06/2021

mutcho bom
a princípio fiquei com medo da leitura não fluir, mas achei a linguagem bem fácil e simples.
a história em si não tem muita movimentação, não que isso tenha afetado muito o entendimento.
em geral eu gostei bastante, terminei tudo em uma sentada :>
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Ediane.Siqueira 30/05/2021

Livro curtinho, daqueles que lemos em uma tarde chuvosa, a realidade da zona cacaueira mostrada de modo muito consciente, politizada e fluída pelo jovem Jorge Amado. Recomendo a leitura!
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isa 23/05/2021

não curti muito a análise do posfácio desvalorizando o potencial revolucionário da obra, mas a edição é perfeita e a história também. te amo jorge amado te amo!
Luiza 02/06/2021minha estante
Também amo! É o escritor brasileiro de que mais gosto. ??




LUCAS 11/05/2021

Consciência de Classe
Mais que uma narração da situação escravista em que viviam os trabalhadores dos cacauais, é uma história de reconhecimento de si próprio. José Cordeiro nasceu no melhor, viveu no pior e se resignou no cotiado de operário topográfico. Sabia o que era luta de classe sem escrituras ou filósofos para lhe contar. A luta de classe está intrinsecamente ligada ao âmago de todos nós: patrões ou empregados.
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D. João Gabriel 15/04/2021

Militância do jovem J. Amado
Há um discurso de esquerda no livro. Contudo, a forma como foi escrito lembra um diário de memórias, com poucas datas, mas com diálogos. Escrito por um trabalhador duma fazenda de cacau na Bahia.

Apesar do conteúdo, é uma leitura bem fluída e interessantíssima.
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Caio.Costa 09/04/2021

Ainda verde
Jorge Amado ainda verde e iniciando na escrita, mas se mostrando bastante talentoso.
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Rodolfo Vilar 06/04/2021

O início da temática sobre o cacau
Essa é a segunda leitura por ordem cronológica dos livros de Jorge Amado. Aqui já vemos o autor que fala sobre sua terra, sobre seu povo, sobre a luta pela liberdade ou pela igualdade. Em "Cacau" o romance é permeado por personagens já únicos e cativantes, fazendo com que o leitor se importe em saber como cada um deles irá ter seu final feliz (ou não). Muitos falam que após a leitura de alguns clássicos russos Jorge Amado ficou incentivado a falar sobre os trabalhadores por servidão, sobre rebeldia, sobre o problema das terras e de sua desigualdade. Apesar do capitalismo e do comunismo aqui serem tratados com muito caricaturismo, ainda é possível perceber o elo que o autor cria sobre a luta de classes sociais e sobre o sonho do homem do campo a querer ter seu espaço e paz com sua família. É um romance também sobre costumes e sobre uma época: a era do cacau. Com muito esmero Jorge Amado fala sobre essas dualidades: fome e excessividade, sobre pobres e ricos, sobre educação e ignorância, sobre brancos e mulatos, tudo permeado pela narrativa que só ele consegue criar.
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Rodriguinho @literario.rojo 23/03/2021

Jorge Amado em sua segunda obra e notamos o forte cunho político do autor nessa obra que eu terminei e queria saber mais sobre cada personagem Importante no desenvolvimento da narrativa.
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tinhooo 12/03/2021

jorge amado é meu escritor favorito então nem preciso falar que gostei desse livro. tipo, por mais que ele não tenha uma puta história de reviravoltas e tals, ele consegue tratar de consciência de classe de uma maneira bem tranquila
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Silvana Sabino 23/02/2021

Obra magnífica
Jorge Amado sabia como ninguém colocar no papel os anseios e nuances do nordeste.
Nesta obra da grandiosa fase do Cacau do autor, fica nítida a preocupação social de Jorge Amado com a exploração dos mais frágeis. Enquanto os senhores exploravam, matavam e estupravam, cabia aos trabalhadores a submissão para a sobrevivência.

Quanto isso mudou? Os coronéis agora são outros...
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Isabele 18/02/2021

Maravilhoso
?? Estamos vencidos antes de começar a luta.
? Nós já nasce vencido...?
Um livro que retrata a realidade dura e cruel dos trabalhadores das fazendas de cacau. Jorge Amado sempre fazendo denúncias sociais como ninguém.
HalanaC 18/02/2021minha estante
Que triste ?


HalanaC 18/02/2021minha estante
Jorginho sempre perfeito




Celestino 02/02/2021

"O cacau era o grande senhor, a quem até o coronel temia"
Segundo livro lançado por Jorge Amado, Cacau tem por objetivo expor a realidade das fazendas de cacau nos anos 30. O livro tem como narrador José Cordeiro, que em muitos momentos me lembrou Pedro Bala, por ser o porta voz da luta de classes, tema tão presente nas primeiras obras de Jorge. José nos apresenta sua trajetória até chegar na fazenda do Coronel Manuel e expõe a servidão por dívidas muito praticada na época e que ainda apresenta resquícios hoje em dia, só que de forma discreta. O autor ainda apresenta críticas a igreja como no trecho "Possuíam uma vaga de ideia de Deus, um ser assim como o coronel, que premiava os ricos e castigava os pobres". Além disso, a mística baiana presente na obra de Jorge Amado, se mostra novamente. No geral, apesar de curto, o livro cumpre bem o papel a que se propõe e proporciona uma leitura bem fluída, com várias farpas contra igreja, coronelismo e luta de classes e uma boa dose de humor "Amadiano".
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