Paulo Silas 23/12/2015O segundo livro da série logra êxito em mais uma vez prender a atenção do leitor do início ao fim. Neste, o talento de Dexter em aparentar uma humanidade socialmente aceitável será posto a toda prova, vez que o sargento Doakes, desconfiado do bom-mocismo resplandecente pelo protagonista, passa a persegui-lo implacavelmente. Resta ao serial killer se aprofundar em sua roupagem de pessoa comum, o que acarreta em várias noites de bom comportamento passados na casa de Rita e os filhos de sua namorada, Astor e Cody. O Passageiro das Trevas é obrigado a se conter até que a poeira baixe.
O vilão da vez é Danco, um sombrio colega de um passado remoto de Doakes, o qual retorna sedento por vingança contra aqueles que lhes viraram as costas. Dentre os alvos também estão membros da polícia, cujas vítimas passam a ser encontradas em situações grotescas: sem braços, sem pernas, sem pálpebras, sem língua, sem lábios, enfim, o sádico, experiente na arte da medicina, deixa apenas o suficiente para manter viva sua caça enquanto agoniza grunhindo. Dexter se vê em meio aos pedidos de ajuda no caso de sua irmã Debra e a perseguição de Doakes contra si, enquanto luta para manter sua curiosidade com relação ao novo vilão no nível mais baixo possível, já que tem que manter as aparências como um bom amante e pai de família, levando isso, mesmo que por descuido, até as últimas consequências.
Se no primeiro livro houve o acompanhamento até certo ponto fiel por parte da série de televisão, a partir deste cada plataforma segue sua própria trajetória, evitando-se comparações.
A trama é suficientemente boa para que a leitura valha a pena.
Recomendo!