Thati 07/03/2017
Em "One Man Guy", conhecemos Alek, um jovem de apenas 14 anos de uma família armênia. Sua família está de viagem marcada para aproveitar o verão, mas Alek, infelizmente, ficará para trás, para se dedicar ao curso de verão da escola e tentar melhorar suas notas (algo de extrema importância para os armênios) e, com sorte, entrar para a turma especial no ano seguinte. A princípio, nosso protagonista enxerga isso da pior maneira possível, como se ele estivesse sendo privado de mais alguma coisa legal (como o tênis, que já lhe fora privado anteriormente). Mas depois, Alek enxerga uma possibilidade de tornar essa experiência boa: se seus pais confiarem nele e o deixarem sozinho, Alek terá uma semana inteira de uma independência nunca antes experimentada. E é exatamente isso que acontece.
No colégio de Alek, há um grupo conhecido como "desistentes". Trata-se de jovens descolados e cheios de atitude, coisa que Alek nunca foi. Certo dia, Alek resolve cruzar o túnel que divide a área "mais nobre" de sua cidade da área "mais perigosa", a qual ele, inclusive, não tem permissão de visitar. E é nesse dia que ele acaba se deparando com os desistentes e é ameaçado por um deles. Ethan (outro desistente), no entanto, intervém e ajuda Alek, ainda que os dois nem se conheçam. E é a parti daí que surge uma amizade um tanto quanto inesperada.
Com Ethan, Alek vai fazer coisas que nunca imaginou, como: pegar um trem até Nova York sem a supervisão de adultos (e ainda por cima sem comprar bilhetes); redefinir seu estilo e comprar suas roupas sozinho; matar aula e umas coisinhas mais. Acontece que essa amizade acaba evoluindo muito rápido e, antes que consiga racionalizar as coisas, Alek se vê apaixonado pelo seu novo amigo. Felizmente, esses sentimentos serão correspondidos. Mas será que esse romance de verão será capaz de sobreviver ao retorno dos pais de Alek e ao início do ano letivo?
Quem me conhece, sabe que adoro livro com temáticas LGBTT* e, talvez por isso, tenha criado muitas expectativas em relação a "One Man Guy". Depois de ter lido "Garoto encontra Garoto" do David Levithan, eu esperava uma história leve, despretensiosa, mas encantadora. Isso aconteceu, mas somente em partes. A escrita do Michael não é tão fluida e isso acaba tornando a leitura um pouco mais demorada. Desde o início entendemos que a família do Alek tem uma dinâmica diferente e que ser armênios é algo do qual eles se orgulham, mas eram exatamente essas partes que acabavam se tornando repetitivas. Acho que o autor poderia ter buscado outras maneiras de introduzir as partes da família ao longo da leitura.
Alek e Ethan fazem um casal fofo. Apesar do nosso protagonista estar descobrindo sua sexualidade e ser totalmente inexperiente (Ethan é mais velho e também mais experiente), ele parece não ter problemas com a recente descoberta e leva pouquíssimo tempo para processar e amadurecer tudo (mais tempo que o habitual, eu diria).
Para mim, "One Man Guy" é um livro com altos e baixos. Os personagens são carismáticos, a escrita é fluida em alguns momentos e a história é bastante fofa num geral. Acredito que com um bom copidesque o livro poderia ter mantido essa fluidez do início ao fim, mas ainda assim, recomendo a leitura. Tenho certeza que Ethan e Alek também vão encantar vocês.
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