O General em seu Labirinto

O General em seu Labirinto Gabriel García Márquez




Resenhas - O General em seu Labirinto


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Cy 16/02/2017

"Sempre fomos pobres e nada nos faltou" — disse José Palácios. "O contrário é que é verdade — disse o general. — Sempre fomos ricos e nada nos sobrou".
Título original: El general en su laberinto
Autor: Gabriel García Márquez
Publicação: 1989, Colômbia
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Depois de passar por pelo menos uns 30% da leitura completamente confusa e tão entediada quanto o general, eu percebi, enfim, que Gabriel tinha - mais uma vez - conseguido o que queria. Deixar seu leitor tão preso e perdido quanto possível nesse labirinto.

"Era o fim", e para nos narrar essa história, Gabriel utiliza todos os seus recursos de exímio contador. Não é fácil acompanhar o fim da vida do personagem Símon Bolívar recriado por Gabo. Grande parte do livro é arrastado, enfadonho e agoniante... assim como os últimos dias do "Libertador". A vida do general passa diante de nossos olhos em fragmentos e delírios - como saber o que era realidade, o que era ficção e o que era criação da febre que, muitas vezes, fazia o general delirar em sua rede? - e nos perdemos no labirinto da história de Bolívar e, principalmente, no labirinto da História de uma América Latina em formação. (História, aliás, que o Gabo está pouco interessado em te contar. Essa parte fica com você, pois aqui o objeto histórico é outro).

Porém, outra boa parte do livro é feita de histórias interessantíssimas, outras tantas emocionantes, e fazem o recheio de um livro muito bem escrito, estruturado e coerente com sua proposta.

OBS: acredito que grande parte de nós, brasileiros, teremos dificuldade com o panorama histórico. Isso só serve para apontar OUTRA falha do nosso sistema educacional, que praticamente escanteia a aprendizagem e curiosidade pelo estudo de nossa história latina, bem aos moldes do sistema europeu.
KAtia.Karollyne 06/11/2019minha estante
Estou lendo o livro, é assim que estou sentindo perdida, sem entender...kkkk


Daniel.Malaquias 15/03/2022minha estante
Fiquei interessado em ler só por sua resenha.


Cy 16/03/2022minha estante
Nossa, que responsa! Hahahaha. Desejo uma ótima leitura, que seja proveitosa!


Daniel.Malaquias 17/03/2022minha estante
Pois sim hehe, obg lerei assim que for possível.


Natty 19/04/2023minha estante
Verdades ditas na cara!!!?




pablobrodrigues 10/08/2022

#resenha | «O General em seu labirinto», Gabriel García Márquez [Tradução de Moacir Werneck de Castro] (Record, 1989)*
A leitura pode ser entendida como uma das atividades mais sublimes que um ser humano pode realizar. Desvendar um código, como as letras, é algo que permite ao leitor a entrada em mundos desconhecidos, em mares nunca antes navegados. A Literatura vista como um desses mundos é um espaço que está aberto a todos. Há uma porta aberta esperando somente, que entrem por ela.

Sendo a Literatura esse mundo e compreendendo as páginas de um livro como um meio que permite a entrada, este mesmo livro não é somente o caminho para um novo lugar, como também é a chegada. Dessa forma temos a narrativa do escritor Gabriel José García Márquez como a estrada e a chegada a esse universo literário. Por meio de seus escritos podemos sentir o aroma e o clima de uma América Latina muitas vezes somente idealizada e desconhecida.

O General em seu labirinto é um dos brilhantes livros escritos por esse autor colombiano, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura (1982). De construção singela o livro é um tipo de narrativa que nos leva a olhar para a história Latino-americana através de uma percepção nova. Não importa se somos estudiosos da literatura, historiadores, leitores em início da jornada, a escrita de Márquez consegue nos cativar e nos prender. A simplicidade do autor não significa falta de exímio trabalho. Em agradecimentos que acompanham a edição de O General em seu labirinto, lançada pela editora Record (1989) tradução de Moacir Werneck de Castro, ele nos revela a complexidade de escrever os últimos dias da história do grande Simón Bolívar. Escolhendo um “tempo menos documentado da vida do general” indicando que “fundamentos históricos” não foram à centralidade do seu projeto.

Temos então, em O general em seu labirinto, não a presença do glorioso Bolívar, aclamado no ano de 1813 como Libertador da Venezuela, ou o grande personagem histórico simplesmente, mas um General que “já esta carcomido pela moléstia”, um Bolívar completamente desconhecido. O autor coloca em discussão em seu livro questões como a monumentalização do grande General, tocando em pontos como a reconstrução do próprio discurso histórico.

Alberto Manguel nos aponta que um monumento sempre traz a inscrição “lembre-se e pense”, e essa é a nossa atitude diante da imagem histórica do General Bolívar. Uma estátua equestre do General sobre uma base de granito em plena cidade do Rio de Janeiro gera em nós o sentimento de magnitude, e entendemos que somente os grandes homens podem ocupar tal espaço. Os elementos de uma estátua declaram interruptamente que os tempos não podem apagar o que este símbolo representa.

Porém, o que vemos na escrita de Márquez é um comandante que agora pertence ao passado, que rememora os tempos de glória. Uma personagem que deixa evidente que morrerá, nos apresentando uma monumentalização às avessas, ou em palavras de Joachim du Bellay “Aquilo que é sólido, pelo tempo é destruído,/ E aquilo que passa, resiste ao tempo”. O processo de humanização contido nas páginas d’O general em seu labirinto faz com que o leitor tenha uma aproximação com um Bolívar desconhecido. Doença, fragilidade e cansaço são intempéries da vida que só atingem ao humano, e não ao monumento. Detalhes esses que são extremantes bem elaborados por Gabriel García Márquez e que passam a somar à imagem coletiva do grande Libertador.

O autor não só demonstra os elementos de fragilidade como também elementos como o amor e amizade. José Palácios não é somente o “servidor mais antigo”, mas é também digno de estar presente no fim da história do General, é o servo que é “cumplice em tudo”. É uma espécie de secretário que desempenha o papel de confidente, “José Palácios sabia o quanto o general era sensível”, “o viu lutando para conter as lágrimas”. Para Palácios a maior herança, portanto, é morrer com o General.

García Márquez destaca ainda a grande relação de um general e suas inúmeras mulheres, entre elas, Manuela Sáenz, que o acompanha nos últimos dias de sua vida, ainda que em pensamento, e também as suas amantes, que buscava inutilmente esconder. Todas as personagens que giram em torno do grande General morrem sem a glória de um dia antes desfrutada, e ainda reforçam a decadência de um Bolívar abandonando.

O leitor se surpreende ao encontrar essas histórias paralelas a do General e de ler em certos momentos a história de simples personagens. Um caso particular no livro é o da cozinheira Fernanda Barriga, uma “índia plácida, gorda, tagarela”, que ocupava um papel de destaque na vida do General. Chamada por Carreño, especialmente, para cuidar da falta de apetite de Bolívar durante a viagem de exílio, pelo rio Magdalena, essa personagem pode apontar para essa “nova história”, em que apresenta o grande e o pequeno. Uma história olhada por baixo.

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Saindo dessa “história tradicional” e essencialmente política, que se interessa pelas grandes figuras públicas em detrimento de uma história da arte, da ciência, do medo, García Márquez constrói sua obra levando em consideração tema ocultos que permeia a vida do Grande Símon Bolívar. Se os últimos dias do Libertador são desconhecidos, de raros documentos, o autor boliviano reconstrói a história pelas lacunas documentais, não tendo a serviço a historiografia simplesmente, mas a literatura. A história nas páginas de O General em seu labirinto é entendida através de elementos esquecidos: um secretário, uma cozinheira, entendendo que “tudo tem um passado que pode em princípio ser reconstruído e relacionado ao restante do passado.”

O General em seu labirinto é um dos grandes livros de uma literatura que segue a grande temática latino-americana, mas que ao mesmo tempo não se resume nisso. Sendo, então, a porta, o caminho, e a chegada ao mundo Literário. Entrar nesse universo de grandes frases será um deleite para os que ousarem ler as páginas de Gabriel Gárcia Marquez.

REFERÊNCIAS
BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. Tradução: Magda Lopes. São Paulo: UNESP, 1992.

MANGUEL, Alberto. Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Tradução: Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. O general em seu labirinto. Tradução: Moacir Werneck de Castro. Record: Rio de Janeiro, 1982.

site: https://pablobrodrigues.wordpress.com/2013/11/19/um-secretario-uma-cozinheira-e-um-general-de-pablo-rodrigues/
Leticia 10/08/2022minha estante
Que resenha! Convenceu-me a tirar meu exemplar que está parado na estante há anos e começar a ler o mais rápido possível.


pablobrodrigues 10/08/2022minha estante
Obrigado, Leticia. Fico feliz com sua leitura e apoio. Depois me conte como foi ler o Márquez de «O General em seu labirinto». Forte abraço. Se cuide. ?




Hudson 04/01/2011

Uma Trajetória, sem Igual...


Acho que é um livro sem precedentes,"Gabito" foi muito cuidadoso ao escrever, a fidelidade e também a
confiabilidade biográfica fazem do livro um ponto muito forte, as múltiplas e confiáveis fontes, estão de parabéns.


Simon Bolivar, é uma figura que infelizmente passa despercebida a todos,nós pouco se fala deste grande homem
e o que se fez, é quase exíguo nos tempos de escola,lembro eu o que acho que não deveria ser feito visto a sua importância como figura histórica e humana nas Américas.



O livro é bastante detalhado, em muitos aspectos absurdamente surpreendente, passa facilmente sem precedentes
muito do que Bolívar tenha passado, em suas "guerras" tanto pessoais, quanto "profissionais" aliás pode-se dizer tranquilamente que todas as guerras tinham motivos pessoais, visto que o grande sonho era um só.



As vezes é uma leitura difícil, pois no decorrer do livro mostram-se situações "desoladoras" que realmente vem
a questionar vários valores que nos são ensinados desde de pequeno.



Bolívar teve sem dúvidas uma vida bastante plena em todos os sentidos, sejam eles bons ou ruins conheceu tudo
o que um homem poderia conhecer, a alegria de vencer a tristeza das derrotas dos seus ideais, e grandes amores
com toda certeza, nem só de glórias vive um héroi de seu "quilate".



O lado "ficcional" da história, fica por conta de "Gabito" que imprime em algumas passagens, algumas marcas
que são presentes em cem anos de solidão, o fantasma passando em um certo quintal, as cruzes de cinza e os bichinhos feito de açúcar pro exemplo, são algumas delas deixando o livro interessante, e mostrando um pouco do seu estilo literário, com narrativas próprias fortalecendo assim o reconhecimento do seu estilo.


O retrato sul-americano, também e descrito com uma precisão sem igual, apesar de vivermos em um imenso continente, somos muito parecidos, mesmo nos idos de 1800 e alguma coisa, apesar de sermos brasileiros, temos muita coisa em comum com os costumes dos nossos queridos amigos e vizinhos, os planos de Bolívar, quiçá eram extensíveis ao brasil.


Os valores descritos no livro também são fortemente colocados ao longo das páginas, a lealdade as suas ideias, a união comum em uma causa e o bem estar de todos, o sentimento do que é nosso enfim mostram o quanto o personagem mereceu esse livro sem dúvidas.


Bolívar é uma personalidade sem precedentes, um sonhador e um realizador ao mesmo tempo mas que infelizmente é humano e sofre tudo quanto um ser humano pode sofrer, grandes desventuras, mas ainda sim fazem da história algo único que com certeza dificilmente será "batido" por alguém.


Recomendo a leitura, para quem quiser saber mais sobre essa grande personalidade e o seu ideal, de uma América única, para todos, um dos heróis pouco falados por nós devido a nossa colonização ser diferente, injustamente citado até as vezes, mas não pode ser esquecido.

"Gabito" também não deixa nada a dever, como escritor apesar de ter sido exaustivamente pesquisado, em fontes confiáveis fazendo do livro um grande trabalho, para qualquer pessoa que goste de um bom livro.
ANA VALÉRIA 14/07/2012minha estante
Estou lendo o livro e vou ler essa crítica novamente quando terminar a obra de Gabriel. Gostei muito da sua descrição do livro e do Autor, Hudson; pretendo ler críticas suas de outros livros.


Adriano Barreto 12/03/2017minha estante
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Ludimila 17/04/2022

?- Carajos! - suspirou. - Como vou sair deste labirinto??
Conheci e me interessei pelo livro por causa de ?Quem é você, Alasca?? então decidi comprar.

Sinceramente, a história não me prendeu, é tanto que passei meses lendo. É interessante até certo ponto, mas depois fica muito parada porque é mais do mesmo.

O livro fala sobre um general que está consumido pela tuberculose e pela febre. Sua mente febril é como um labirinto no qual se misturam visões e lembranças.

O livro inteiro é relatando sua última viagem também.



Legalzinho, mas não leria novamente.
heve 14/06/2022minha estante
Quero ler ele por causa da Alaska, sei que provavelmente odiarei, mais quero ver ele como a Alaska viu


Ludimila 15/06/2022minha estante
Li nesse mesmo pensamento, mas realmente não gostei tanto do livro ?




Julio.Argibay 06/11/2020

Simon Bolívar
Por favor, carajos, deixem-nos fazer sossegados a nossa Idade Média!
 

Vamos iniciar a nossa resenha do livro de Gabriel Garcia Marquez: O General em seu labirinto. Fuuui, terminado o primeiro capítulo, já posso inferir que se trata de um romance histórico (o chamado livro, cabeça). O personagem apresentado é o próprio Simón Bolivar, O libertador da américa (eh mole? Que responsa hein!) Quando escolhi esse livro pra ler, não tinha a mínima ideia de que esta era a trama do livro (bom pra mim, bom pra você). O imbróglio apresentado até agora é a fuga do General da Colômbia e, nota-se, também, o início da desintegração do pais, que até então contava com a Venezuela (quaisquer deslize aqui me corrijam. Eu precisaria ler umas três vezes para captar toda a informação passada pelo escritor). Nessa época, o General já estava com 46 anos, mas aparentava bem cansado e doente. Ele tem um fiel escudeiro, seu mordomo, José Palácios. Éh um sujeito fiel ao seu senhor. Ele tem olhos azuis e cabelo encarapinado (seja lá o que for isso). Também destaca-se sua amante: Manuela Saenz, que o amava a mais de 8 anos e estava cuidando muito bem dele (mas ele vai e volta, muito mulherengo). O vein tá mal de saúde (já nas últimas) e seus inimigos querem sua cabeça. Vários homens o protegem o General de seus inimigos, mas quem são esses homens? e em quem confiar? Outro personagem citado é Fernando, seu sobrinho. Os demais, infelizmente, fiquei com preguiça de citar (sou sincero, eh muita gente, muitos militares, etc e tal). Numa daquelas noites, pós febre, ele vislumbra o maior pais do mundo, indo do México ao Cabo Horn (nós tamo fora, é claro). Se trata de um momento difícil e seu exército segue à míngua: sem armas, fardas e cavalos. Desta forma, uma parte da tropa é obrigada a desertar, cai fora mesmo. Ainda não se sabe qual o destino do general: Jamaica, Londres, etc. Sua saúde melhora um pouquinho. A viagem é difícil até chegar a cidade de Honda. O General tenta conter os movimentos separatistas, tais como os da Venezuela, mas a saúde dele está cada vez mais débil. Uma viagem cansativa com muitos compromissos políticos. O general deseja a integração desses países, depois de independentes da Espanha, mas há diversos interesses políticos nas províncias. A saúde do general vai piorando, devido também a alguns tratamentos exóticos. O General agora resolve fazer o seu testamento enquanto ainda tem tempo. A situação política da América Espanhola está cada vez mais complexa. E ai... piiiiiinba. Bom, não vou dizer que eh uma obra fácil. O cabra tem que gostar de história, senão não desce. O lado bom, eh que depois da obra, você aprende muito sobre esse momento histórico e sobre um período importante da vida de um dos grandes personagens de nosso continente, se não o maior. Viva la revolucion.
alex 30/09/2021minha estante
Essa frase inicial é maravilhosamente cheia de significados!




Lili 14/01/2017

O General em seu Labirinto
Expectativas... Gabriel García Márquez sempre me faz ler com expectativas altíssimas e isso com certeza prejudicou a leitura deste livro. O ritmo do livro é bastante arrastado. Acredito que de propósito, para caracterizar o momento da vida de Simon Bolívar; mas ainda assim achei enfadonho por diversas vezes. Algumas partes me emocionaram, especialmente o final. A escrita de GGM é sensacional, mesmo em seus livros não tão sensacionais assim.

Talvez me falte um pouco de bagagem sobre a vida de Bolívar. Ou talvez eu não estivesse num bom momento para o estilo do livro. O que sei é que esperava bem mais. Além do que eu já mencionei, sobre o livro ser arrastado, há trechos em que são relatados fatos do passado juntamente com o presente, o que me deixou confusa algumas vezes.

Concluindo, não sei dizer se recomendo. É um livro mediano de um autor genial.
Fernanda 04/03/2017minha estante
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Carol 05/07/2020

Me decepcionei.
Não consegui gostar desse livro, acho que na verdade não entendi a proposta da história.
Fiquei decepcionada pq foi um livro que eu esperei bastante tempo para poder ler.
Não entendi nada do começo ao fim.
Alexandrina 19/07/2020minha estante
É um romance biográfico de Simon Bolívar.
Mas não fala da glória desse general e sim do final da sua vida, quando já estava doente e destituído de todo poder.
Se você pesquisar um pouco sobre a história de vida dele, talvez faça um pouco mais de sentido o livro.




Webe Santos 26/03/2020

O Labirinto
Cheguei no livro graças aos questionamentos de Alaska Young (Quem é você Alaska? de John Green), e me perdi no labirinto que foi a vida dO Libertador, Simón Bolívar. As desventuras, tristezas e angústias de uma vida finita, nos faz mergulhar no labirinto do sofrimento da vida de um homem que sabe quando recuar. Gabo é incrível!!
Clarinha 26/03/2020minha estante
Menino me ajuda, como que faz pra ler nesse aplicativo




Raquel Lima 28/01/2010

Descrevendo os últimos dias do Didatos Simon Bolivar, doente, sofrendo fisicamente seu abandono, social e político, Gabriel nos conta a luta deste homem quanto a loucura dos últimos momentos. Um livro angustiante, triste. Apesar de não ter sido santo é muito triste ver o sofrimento da morte de alguém na solidão.
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Gláucia 22/08/2010

Mais uma vez a solidão
É, mais uma vez a solidão é tema central num romance de Gabo e aqui ela parece mais pungente, talvez pela importância histórica de seu personagem, Simon Bolivar, el Libertador. Apesar de todo seu feito, coragem e conquistas terminou doente, triste e sozinho em seu labirinto de lembranças.
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Renata 15/11/2010

As metáforas do general
Embora de ficção, o livro consegue captar a personalidade de Bolívar e as problemáticas da independência da América Espanhola. Destaque para as metáforas do livro, como a do cachorro que resiste bravamente a um ataque dos cães de estimação de Bolívar e acaba recebendo o seu nome e a cozinheira Fernanda "Sétima", que o faz engolir o que não quer (lembrando que Fernando VII era o rei da Espanha na época).
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Bolivar 23/02/2012

Carajos! Como vou sair deste labirinto?
É nítida a diferença entre um escritor e um ganhador de prêmio nobel! Garcia Márquez foi simplesmente genial ao relatar as últimas viagens do grande general Símon! O livro é maravilhoso, desde a pesquisa feita pelo autor e por terceiros, até a linguagem utilizada. Gabriel conseguiu introduzir nessa história, de melancolia e tristeza, uma magia que não acredito que algum outro escritor teria conseguido fazer o mesmo!
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Maara51 15/04/2024

10 de dezembro: dita o testamento e a última proclamação. Ante a insistência do médico para que se confesse e receba os sacramentos, diz: "...Que é isso?... Estarei tão mal para que falem de testamento e de me confessar?... Como sairei eu desse labirinto?"
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Bruno 14/03/2014

Na onda das leituras de Gabriel García Márquez, O general em seu labirinto está entre os que ganharam uma versão com o novo (lindíssimo) projeto gráfico neste começo de ano, junto a Ninguém escreve ao coronel, resennhado há algumas semanas atrás. Este livro tem uma proposta semi-jornalística, semi-romântica que acaba em um livro que poderia se chamar de romance histórico. Este livro especificamente conta a história do El Libertador da América Latina, o general Simón Bolívar, figura que Gabo fez o favor de estudar por um longo tempo (passando inclusive pelas memórias em 37 volumes de um dos colegas militares do liberal).

Não bem como uma biografia – a história contada não é a de sua vida ou a de suas guerras, mas a do seu crepúsculo. Os últimos meses da vida do general (título pelo qual ele é tratado durante toda a duração do romance), a sua desesperança e o temor de ter todos os seus feitos e sonhos desfeitos a partir da sua morte. O retorno do general Santander, seu principal rival; o desmembramento da Grán Colômbia; a expatriação de seus inimigos exilados e o seu apagamento da história latino americana. É interessante a leitura feita tanto tempo depois do acontecimento da história real, quando já temos todas as respostas para os medos que o assolavam.

Este é um romance narrado em atmosfera lúgrube. Bolívar está tuberculoso e deprimido, e seu estado de espírito contamina a narrativa e a ambientação. Pelos seus próprios olhos e de seus bons amigos, incluindo o seu mais fiel serviçal José Palacios, acompanhamos o seu quase auto-exílio para a Europa; a sua peregrinação à Cartagena das Índias, para o litoral; as últimas euforias e ânimos do seu estado minguante. Ao mesmo tempo, recebemos relatos também de alguns de seus episódios marcantes, como os atentados à sua vida e alguns de seus casos, tamanho “mulherengo” que foi em vida.

Não como uma biografia, a ficcionalização do general pelas mãos de García Márquez tem o pró de apresentar um retrato não demasiado idealizado de seu protagonista – um dos elementos que costuma me incomodar na leitura de biografias, como disse na de Jackie editora durante uma das leituras do começo do ano. Aqui somos apresentados a um general orgulhoso e temeroso. Apesar de honrado, é tempestuoso e instável. Tenta explicar as suas próprias contradições e pensamentos políticos mas, mais como pessoa que como símbolo histórico, temos uma imagem ambivalente de Simón Bolívar que pode ser agradável a uns tanto quanto desagradável e impetuoso a outros.

jbolivar (1)Seu labirinto é a morte que lhe persegue a cada passo: aos quarenta e sete anos de idade, já está mirrado, de cabelos brancos e rareando, rugas no rosto, parecendo um decrépito que já teria passado os sessenta. Mas a sua recusa em se deixar vencer, em demonstrar os sintomas e de se apresentar como o moribundo que deveria ser é o que constrói a sua contradição inrente: a do doente que está saudável, e aquele que já morreu não apenas fisicamente, mas também com seus medos morais, tenta resgatar a última chama que internamente lhe consumia.

Não é um livro de leitura particularmente fácil, mas a voz de García Márquez, característica como só, também se reproduz nos pensamentos do general, nas suas dificuldades e na sua vida. Talvez o que torne um texto algo enfadonho são as constantes alusões históricas a personagens e lugares da vida de Bolívar que, apesar de não serem de todos desnecessárias, podem acabar enrolando a cabeça de alguém que, como eu, é mais leigo nesta questão. Escrito por um colombiano, entretanto, o livro não deixa de ser coerente com o que propõe. Estas inserções e referências não são detrimentais, mas pode acabar soando insosso para quem só as vê como mero aditivo factual. Pode ser que Gabo esteja querendo mostrar o seu trabalho com a pesquisa. Mas também, olhando por outro ângulo, pode ser algo a mais: a representação da vida de alguém que conheceu tantas pessoas e que, apesar de ter marcado muita gente, também se deu ao trabalho de conhecer a várias. Uns a fundo, outros nem tanto. Nomes vêm e vão.

Como desconhecedor da vida de Bolívar (tudo o que aprendi em relação a ele se resume a alguns parágrafos na apostila de história retratando-o como integrador idealista), sinto que foi uma leitura construtiva. Mesmo não conseguindo registrar parte do conteúdo, o panorama é apresentado de maneira clara e literária. O clima político do país em decomposição, as personagens que foram fundamentais na construção desse ambiente, e a pessoa que foi o general, Símon Bolívar. Não se pode dizer que condiz com a realidade no sentido de que qualquer representação nunca se igualará – e, na literatura, este conjunto de real e irreal e mímeses e simulacros, ainda menos. Mas podemos acreditar que este retrato pintado em palavras, feito a pincel fino, tem uma composição que, se não é igual a realidade, ao menos a embeleza.

site: http://adlectorem.wordpress.com/2014/03/14/o-general-em-seu-labirinto/
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