Marina 11/11/2010Água para Elefantes é narrado em primeira pessoa por Jacob Jankowski, um senhor na casa dos 90 anos. O livro é divido em capítulos que se alternam em duas linhas de tempo: o presente, com Jacob morando em uma casa de repouso (sua esposa já faleceu) e o passado, quando ainda era adolescente.
Os pais de Jabob morrem em um acidente de carro, e não tendo perspectiva nenhuma do futuro (já não herdou nenhum bem, nem mesmo a casa), resolve ir embora com o circo. A aventura do protagonista tem como cenário um Estados Unidos durante a Grande Depressão dos anos 30, onde trabalhadores humildes se submetiam a tratamentos desumanos para sobreviver. No circo ele trabalha como veterinário, e é um dos poucos que se importam com o bem estar dos animais.
Apesar do foco do livro ser o passado de Jacob, confesso que me diverti mais nos capítulos em que mostra o presente, com Jacob já ranzinza e um pouco revoltado por sua condição atual, em que todos acham que ele não pode ficar sozinho e depende de outras pessoas para fazer tudo. Ele se sente muito solitário sem sua esposa, e sua família aparentemente só o visita por obrigação social. É bem contrastante o fato de mostrá-lo numa juventude perigosa, onde trabalhava com homens de caráter duvidoso, arriscava a vida, viajava com o trem, enfim, um estilo de vida bem peculiar; e depois apenas para se levantar da cadeira, as enfermeiras não o deixam em paz e impedem de fazê-lo tudo que tem vontade.
É um livro rápido e fácil de ler, não é dos mais marcantes, mas certamente uma leitura prazerosa.