Patty Ferreira 09/07/2022Justificativa por ter abandonado o livro Primeiro ponto é sobre a edição: O livro é trazido ao Brasil pela editora Rocco, em capa dura, folhas amareladas, fita de marcar. É uma bela edição e confortável de ler.
Particularmente, estou achando a leitura super difícil. Não consegui entender direito o que a autora pretende, nem o significado de "mulher selvagem" ou essa comparação de "mulher lobo".
Li até o momento somente a introdução, separei um trecho que pode até fazer sentido, porém ainda não consegui entender a relação e o porque dessa comparação. E está me fazendo sentir duplamente estúpida: um por não compreender a leitura, e outra, por ser mulher e não consegui fazer essa conexão.
Trecho do livro:
"Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes, seu parceiro e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem.
No entanto, as duas espécies foram perseguidas e acossadas, sendo lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes, excessivamente agressivos e de terem menor valor do que seus detratores. Foram alvo daqueles que prefeririam arrasar as matas virgens bem como os arredores selvagens da psique, erradicando o que fosse instintivo, sem deixar que dele restasse nenhum sinal. A atividade predatória contra os lobos e contra as mulheres por parte daqueles que não os compreendem é de uma semelhança surpreendente"
Estou encontrando muita base da filosofia "Sagrado Feminino" na obra o que não me agrada e nem me prende a atenção. A filosofia do Sagrado Feminino consiste em uma conexão do seu ser interior com a natureza, conexão que fiz com a descrição da Mulher Selvagem do livro chamada de "la loba".
O livro se baseia em contos, a maioria desconhecido por mim e a partir desses contos a autora, PHD em Psicanalise traz sua analise. Em um dos contos, Barba Azul, ela apresenta a ingenuidade feminina e como confiar no primeiro instinto, isso vem com a experiência e também a forma em que a menina é criada. Por essa análise me fez até lembrar da música daugther do John Mayer.
Sob a perspectiva do conto do Barba Azul ela consegue puxar análise de sonhos, que segundo ela TODAS as mulheres até os seus 25 anos tiveram esse sonho. Consiste no sonho a mulher ser perseguida por um homem mal, sendo um sonho tão real que ocorre gritos por socorro, tremedeira e suor.
Na minha posição, como mulher, quando ela generaliza "que todas as mulheres tem esse sonho" me sinto até excluída, fiz uma pequena pesquisa com minhas amigas, as quais também não tiveram esse sonho, o que me leva ser mais cética ainda com a autora.
Dito isso, esse livro não está funcionando para mim, não acho a leitura fluída, e não só por causa do estilo de escrita da autora, mais também o assunto não consegue me prender. E é o livro que eu gostaria muito de ler e gostar da leitura, visto que em várias resenhas é tido como "a bíblia da mulher", porém não é minha religião.
Como o mundo é um lugar que existem vários livros que ainda não li, prefiro abandonar a leitura e partir para uma próxima aventura.