Vi 28/08/2016
Mascarado zuado, mas divertido
Introdução: Comprei o livro na maior coincidência, só porque vi Deadpool na capa e estava ansiosa para assistir ao filme (que, aliás, fez uma ótima propaganda publicitária do mesmo). Como só sabia algumas coisas sobre o personagem (um anti-herói lunático e cômico, já desencadeou a curiosidade por aí) pensei “preciso ler sobre esse cara!”.
Lendo a parte traseira e abas internas do livro já percebemos que a história é bem dinâmica e engraçada. E de fato é.
Enredo e transições: O começo já é maluco por si só, com direito a cachorros, armaduras de ferro, e buracos na rua. Posso dizer que do início ao fim tem ação, cenas de luta, correria, queda de alturas extremas, fraturas, mutilações (estilo desenho animado), deixando o leitor entretido e não permitindo que este fique simplesmente entediado, o que é o ponto forte do livro.
Deadpool tem que descobrir quem é o “vilão malvado” que está por trás da transformação alienígena e grotesca de cãeszinhos aparentemente inofensivos e carinhosos, e a cada passo que ele dá é uma loucura só. Junto com fatos descobertos por ele, o mesmo também deixa um rastro de caos e bagunça por onde passa.
O livro não narra passagens extensas e detalhadas; Deadpool está num local em um parágrafo, no outro ele já está em um lugar completamente diferente (contanto com o privilégio de o cara ter um dispositivo cuja função é teletransportá-lo a qualquer momento).
Protagonista e narração: Gostei muito do Deadpool porque, de fato, ele é o que dizem que ele é; lunático e ironicamente cômico com toda certeza absoluta. Ele é um cara maltratado pelo passado de tantas formas que nós não sabemos se temos pena dele, se ficamos horrorizados com a descrição do mesmo sobre o próprio corpo, ou se simplesmente rimos de suas piadas acerca do seu passado penoso e físico hediondo; Deadpool não vai chorar quando se lembrar de alguma tortura ou memória desagradável, ao contrário, vai comentar alguma zueira sobre isso.
Suas falas são compostas pela narrativa em primeira pessoa, atribuída por vozes secundárias marcadas em negrito e itálico para identificarmos as mesmas como as vozes interiores que falam quase que o tempo todo com Deadpool, que discuti com elas como se fossem pessoas presentes. Isso deixa a leitura bem fluida, diferente e divertida. Houve uma ocasião que até mesmo uma terceira voz surgiu, e todas começaram uma discussão, enquanto Deadpool tomava sol na praia. Maluquice? Imagina!
Personagens secundários: Ou levam surra do Deadpool, ou são estranhos e temporários. Mas o que gostei foi o fato de eles, dois deles, terem personalidades inesperadas. Me surpreendi. Porém os personagens, como dito, são temporários, e apenas lacunas da história, barreiras para o próprio Deadpool driblar.
Capa: Leia atrás antes de iniciar a leitura principal. Achei muito divertido os avisos brincalhões na traseira do livro. A capa, que foi o grande motivo da compra juntamente com a curiosidade sobre o personagem, é bem familiarizado com desenho animado (com os bons e velhos tons de vermelho e azul norte-americano bem enraizados da Marvel). A propósito, a cena de Deadpool tapando a boca de uma das personagens, é uma piadinha referente ao uma das capas de um dos filmes de Jurassic Park.
Concluindo: É um livro que você lê com facilidade e rapidez, no máximo leva dois dias para terminá-lo. A leitura é tranquila, bem alternativa e comunicativa com o leitor, porque Deadpool conversa com você o tempo todo. O final não é nada de extraordinário (um final bobo, por assim dizer), mas o leitor meio que já espera por isso. Não é um livro para ler e soar as mãos, ou chorar pelo pobre Deadpool e seu passado assombroso, mas um livro para entreter e rir, ler em qualquer lugar.
Gostei muito deste volume da Série Marvel e vou ler outros, pois este por si só nos deixa curiosos pelos próximos.