Dú 30/08/2020
Deveria ser uma saga, não apenas duologia
Nesse reconto de As Mil e Uma Noites, Sherazade acabou de perder a sua melhor amiga Shiva. O jovem Rei de Rey, que se tornou conhecido pela frieza e pela monstruosidade de assassinar todas as suas esposas após sua primeira noite de casados, incluiu Shiva na longa lista de mortes, causando rebeliões nas ruas e uma decisão de vingança por parte de Sherazade.
Ela decide ser a próxima esposa do Rei e tentar sobreviver no Palácio o máximo que puder até descobrir uma fraqueza nele e assassiná-lo. O plano? Contar-lhe histórias todas as noites, mantendo o interesse dele e mantendo-se viva por mais um dia.
Sendo um dos livros mais envolventes que já li, ele prende sua atenção quando, contra todas as probabilidades, a feroz Sherazade passa a enxergar que existe algo a mais nas decisões mais assustadoras do Rei Khalid, e partir deste ponto seu objetivo principal passa a ser desvendar seus segredos, e tentar não se apaixonar no processo.
Comecei o livro decidida de quem é o vilão e passei a odiá-o com todas as minhas forças, mas junto de Sherazade, nos questionamos várias vezes se o ódio é merecido.
Com uma ambientação que usa o deserto e a cultura árabe como pilar, Renée Ahdieh não poupa palavras e aprofundamento na cultura, mostrando que entende do que fala (algo que para mim, como parte da cultura árabe, significa muito).
Além da óbvia referência ao famoso conto de As Mil e Uma Noites, também senti referências a Aladim e a Lâmpada Mágica e Ali Babá e os 40 ladrões, tornando a base da mitologia muito mais rica e envolvente.
É impossível parar de ler, o único defeito desse livro é ser tão curto, com 335 páginas.
Apesar de estarmos falando de uma fantasia, o aprofundamento da parte mágica fica nas mãos do segundo e último livro, mas passei a confiar muito rapidamente nessa autora que deu um show de escrita com esse primeiro volume incrível.