Veneella 12/08/2020Alguém sabe uma heroína da Meg que não terminou casada?Veja bem, faz algum tempo que não leio nada da Meg porque percebi que ela tem um modo operante que não me cai bem.
Mas, convenhamos, Suze Chutadora-de-Traseiros Simons foi uma grande influência de várias garotas "não tão delicadas" e eu não fui exceção. Precisava dar uma chance a isso.
E não vou negar, Suze não é o problema desse livro. Nunca. De maneira nenhuma. Boca suja, direta e mais empoderada do que nunca, Suzannah parece ter deixado pra trás os traços de personalidade mais irritantes da adolescência. Ou quase.
Apesar de beeeeem menos melodramática, ela continua cedendo de maneira ridiculamente fácil a todos os caprichos de Jesse. Menos os que envolvem se meter em muita confusão por conta de um fantasma, porque isso sempre foi o limite para nossa garota.
Mas isso é ruim quando Jesse é meu problema. Meg tentou dar um "lado negro" para o nosso pequeno padawan e, deuses, com isso é insuportável. Daí temos um machão superprotetor que nenhuma insinuação de pau grande conseguiu tornar atraente.
Paul por outro lado, maldito stalker chantagista sexual, me faz perguntar como Meg pode saber construir um personagem tão sexy e esperar que meu interesse romântico seja no Sr."Eu cuido disso, querida". Jesse dando chilique enquanto Paul está tipo, "Ok, Suzannah, já peguei as algemas, pare de apontar a arma pra minha cara" me faz realmente questionar quem é a verdadeira alma gêmea da nossa heroína.
O que me traz de volta a um outro comentário sobre a construção de personagens femininas da Meg e como elas são desconstruídas, mas nunca a ponto de questionar certos padrões. O mais gritante sendo o casamento, que é sempre o grande destino final almejado por qualquer mulher. Pausa para o vômito.
Suze questiona o tempo inteiro a masculinidade tóxica de Jesse, mas ela rapidamente se cala com um beijinho. Ah, e com o grande pau permanentemente duro de Jesse. De novo e de novo. E Jesse não muda, não parece nem mesmo arrependido nas 400 páginas do livro. Vai morrer (de novo) um cabra macho protetor e, aparentemente, porque ele gosta de criancinhas, isso o torna mais sexy que tudo.
O melhor do livro e que vale a pena para os fãs da série, é encontrar a gangue toda outra vez e ver por quais caminhos todos se enveredaram. A história em si, o mais novo caso fantasmagórico que Suze precisa resolver, também é tão interessante quanto às outras, dando um gostinho maravilhoso de nostalgia. O que prova que o amor fatídico nunca foi o que nos conquistou tantos anos atrás, mas graças a Deus nossa maravilhosa chutadora de bundas está mais certeira do que nunca.