A trégua

A trégua Mario Benedetti




Resenhas - A Trégua


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Joana.Carvalho 25/09/2021

Sensível
Talvez você vá escutar que esse livro é um pouco problemático, pois apresenta algumas passagens machistas e homofóbicas, e isso é verdade. Mas é preciso compreender a época em que foi escrito, o contexto em que foi escrito. O personagem é um homem beirando os seus cinquenta anos, na década de 50 (também escrito na década de 50) e as falas problemáticas refletem justamente uma geração, uma época (finalmente sendo superado atualmente, ou pelo menos problematizado). Claro que um livro com essa problemática escrito em 2021 teria outro peso.

Apesar do citado acima (motivo pelo qual tirei essa meia estrela, mesmo levando em consideração o contexto), é um livro que me tocou profundamente. Tem um enredo simples, mas é muito sensível e delicado. Certamente inesquecível.
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Ladyce 03/01/2010

Um mestre da sutileza!
Há dois dias luto com a minha inabilidade de escrever sobre este pequeno grande livro, A Trégua, do escritor uruguaio Mário Benedetti, originalmente publicado em 1960. Talvez antes dos dias de hoje eu não tivesse a maturidade para apreciar a complexa realidade emocional de Martín Santomé, protagonista da história. Para fazer justiça a este texto triste, irônico e inigualável, e ainda por cima, tão correto psicologicamente, é preciso uma certa vivência, uma apreciação das limitações de vida que nos são impostas e simultaneamente que impomos a nos mesmos!

Benedetti é um mestre da sutileza. A leveza com que retrata a angústia pessoal, existencial de Martin Santomé é usada de maneira tão precisa quanto imagino o gesto de um cirurgião usando laser, cortando finas camadas de pele, desvendando sentimentos só encontrados no mitocôndrias das tormentas pessoais.

O livro é narrado através das entradas num diário de Martin Santomé, um homem comum, da classe média, que enviuvando cedo, educa seus três filhos sem voltar a se casar. Suas perspectivas de felicidade parecem ter-se esgotado. Mas há uma sincera acomodação a esta realidade talvez nem tão promissora.

Em poucas páginas entendemos o abismo que sente em relação a seus três filhos e a difícil situação familiar que eles têm entre si. Em poucas entradas em seu diário compreendemos a mesmice e a solidão deste empregado de uma firma de autopeças que depois de 25 anos de trabalho diário encontra-se à beira da aposentadoria, sem nenhuma perspectiva de poder mudar o seu destino. Na verdade, este questionamento interno, existencial, parece sempre subjugado aos rituais burocráticos, à luta pela simples sobrevivência.

Eis que aparece Laura Avellaneda, uma jovem, da idade de seus filhos, que assim como Martín conjuga da falta de perspectiva na vida, aparecendo mais acomodada do que seus anos de juventude nos levariam a considerar típicos. Um relacionamento entre eles começa — a trégua — a que o título se refere, o hiato, na sua luta constante pela sobrevivência.

Este romance traz uma renovação na vida dele e uma esperança na dela. A história, no entanto, é mais sobre a realidade psicológica de Martin do que sobre o romance. E lê-lo é um prazer inesgotável. Devorei o livro. É pequeno: 186 páginas. Uma beleza!

Mas, a pergunta que me perseguiu foi: por que acredito que este livro não poderia ter sido escrito por um autor brasileiro? Já quebrei a cabeça querendo respondê-la e não estou satisfeita com as minhas respostas, apesar de acreditar que a melancolia, que a aceitação de uma vida muito regrada e limitada, que o conformismo deste homem de 50 anos não são nossos. Não pertencem ao campo psicológico da cultura brasileira, que no meu entender está ligada à fênix, a ave que renasce das cinzas. Porém, é uma impressão apenas.

10/07/2008
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Julyana. 01/07/2020minha estante
Eu amo demais esse livro. Recentemente emprestei esse livro para a minha mãe e conversamos muito sobre ele. Foi bem bom.


Henrique Fendrich 01/07/2020minha estante
Deus é um dos principais personagens desse livro mesmo.


Maria 01/07/2020minha estante
Li há aproximadamente uma década. Preciso reler.




FláRocha 28/09/2022

Um clássico fácil de ler
Apesar de todo o machismo e preconceitos que caracterizam a personagem, a abordagem da possibilidade de recomeço em qualquer idade é bem interessante. O livro é escrito em forma de diário, de leitura fácil, mas ao mesmo tempo bastante profunda. O protagonista perde a mulher quando os filhos eram pequenos. Hoje são jovens adultos e ele está perto da aposentadoria, apenas deixando os dias passarem. Até que ele resolve dar uma nova chance ao amor. Não se iluda, o romance é apenas o pano de fundo para reflexões? mais complexas sobre a vida.
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Jéssika 29/09/2021

Excelente
Terminei este livro após terminar de ler a autobiografia da autora de Anne de Green Gables e debater em nosso clube de leitura sobre a importância de escrever diários pessoais, de deixar nossa história registrada para as próximas gerações.
E, coincidência: Este livro é narrado em forma de diário.
No início, achei a leitura cansativa, arrastada. O personagem era muito ranzinza. E machista, fazendo comentários desnecessários sobre as mulheres e homossexuais.
Mas após se envolver com Avellaneda (não é spoiler, pois está descrito na sinopse do livro), o livro ganha ?cor? e passou a me envolver.
O autor traz lindas reflexões sobre a vida. Daquelas que nos faz apertar o livro sobre o peito e dar um grande suspiro.
Uma que me fez refletir bastante é a do dia 02 de junho, quando ele fala sobre a diferença de idade dos dois: ?Todos os seus Mais correspondem aos meus Menos. Todos os seus Menos correspondem aos meus Mais. (?) a experiência é boa quando vem de mãos dadas com o vigor; depois, quando o vigor se vai, a gente passa a ser uma decorosa peça de museu, cujo único valor é ser uma recordação do que se foi. A experiência e o vigor coexistem por muito pouco tempo.?
Além disso, foi interessante ler um livro escrito por um homem, sobre um homem e sobre sentimentos masculinos. Uma vivência diferente.
Quanto às últimas páginas? senhores? chorei por uns 10 minutos, até que pudesse retomar a leitura.
E, enfim, entendi o título do livro: A trégua.
Excelente!
P.S.: senti falta de saber o que ocorreu com Jaime.
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Queila - Meu vício literário 29/11/2021

Chocada!
Demorou pra engatar a leitura, mesmo sendo um livro epistolar, achei o desenrolar mais lento.
Mas superada uma parte x da história, o interesse em saber como os personagens irão se resolver dá um up na leitura.

Ai faltante menoa de 10 páginas, você perde o chão.

Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus.
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Peleteiro 10/10/2020

Embora tenha achado alguns momentos da narrativa um tanto antiquados, a forma poética com que ela é desenvolvida permanece encantadora. É verdade que o autor do diário é um sujeito chato e sem brilho, e a concepção da homofobia, demonstrada como habitualidade, felizmente, envelheceu, ao menos no que se refere às grandes obras, porém, ainda assim, as belezas trazidas, sobretudo no fim do livro, tornam o livro adorável.
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Naiara 18/04/2022

Muito bom!
Um livro que apresenta uma ótima narrativa e que desperta ótimas reflexões.
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Ao meu ver, o autor traz um anti-herói como narrador e personagem principal propositalmente para mostrar as várias "facetas" do ser humano, mostrando que, independentemente de quem se é e do que se tem e das fraquezas, defeitos e qualidades individuais, todos estão em busca da felicidade e que o amor é capaz de transformar a vida de qualquer pessoa.
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O autor também consegue provocar reflexões sobre a relatividade do tempo, que continua passando, dia a dia, mesmo se nada de relevante, sob nosso ponto de vista, acontece; mesmo se permanecemos reclamando das mesmas coisas; mesmo se não estamos satisfeitos com a vida.
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A grande questão é: de vez em quando, todos nós precisamos de uma trégua na vida.
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Vitoria 09/06/2022

E eis que me peguei nutrindo alguma simpatia por um homem machista, homofóbico, acomodado, pai medíocre de 3 jovens, viúvo que parece ter há muito aposentado a alegria de viver. Martin Salomé vê os dias se arrastando à espera da sonhada aposentadoria, embora reconheça não ter planos para depois desse momento ansiado.

Até que Laura Avellaneda lhe cruza o caminho e desperta reflexões interessantes, todas anotadas no diário. De alguma maneira, a narrativa me remeteu à Insustentável leveza do ser, de Milan Kundera, com os acontecimentos se desdobrando de forma a deixar evidente a ausência de controle e a irrelevância dos planos traçados.
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Juliana1818 26/03/2023

Arrastado
O livro é bem escrito, porém é uma história arrastada, o protagonista é machista, homofóbico e insuportável. Talvez por ter sido escrito em 1959 tenha essas características, mas não me agradou.
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LairJr 04/03/2022

Gostei bastante do livro. Retrata, em forma de diário, uma reflexão profunda do homem sobre sua vida, seu destino, amores, escolhas e, também, sobre o tempo. Muito embora o protagonista revele, claramente, sua homofobia e seu machismo, isto talvez não coincida necessariamente com o pensamento do autor.
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inasantos 27/11/2021

Comecei o livro com um desgosto do personagem, seus comentários machistas e homofóbicos, muito proveniente da época mas que não consigo deixar passar.
Ao longo da leitura, principalmente na segunda metade do livro ficou claro a tristeza e vazio que o personagem tem.
"A trégua" preenche ele em muitos aspectos mas... não vou dar spoliers.
Gostei do livro! Gera bastante incômodo!
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DIRCE 16/05/2010

Sem trégua para A TRÉGUA
Não conhecia o autor Mário Benedetti, mas a minha amiga Paulinha, mais uma vez ,me permitiu conhecer um grande escritor presenteando-me com esse pequeno livro que, sem sombra de dúvidas, vale muito mais do que pesa e o resultado foi que eu o li num fôlego só – não dei trégua para A TRÉGUA.
Em Anna Karenina Tolstoi inicia o romance dizendo: Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira. Acho que essa definição serve como uma luva na família de Martin Santomé, o narrador protagonista do romance, que se utiliza de um diário, para nos contar a visão de sua existência.
Santomé é um cinquentão,viúvo e pai de 02 filhos e 01 filha adultos que co-habitam a mesma casa sem existir, todavia, uma convivência. Não há diálogo entre eles e, as poucas vezes que isso ocorre ( quando surge alguma necessidade de se falarem),a impressão que se tem é que se encontram na Faixa de Gaza e de que necessitam de uma bandeira branca. O conflito familiar faz parte da rotina e ,dentro desse conflito,está a não aceitação da homossexualidade de um de seus filhos.
A princípio, não me simpatizei com Santomé, sua visão pessimista da vida chega a ser perturbador ( por quê será?) ,mas a sinceridade com que analisa sua vida insípida fez com que, aos poucos, angariasse a minha simpatia.
Prestes a se aposentar,ao mesmo tempo em que anseia pela aposentadoria,o ócio o assusta, mas é ,justamente, nele que deposita a esperança de acabar com essa sua vida tediosa.
Recordações de Isabel (a esposa falecida) são frequentes, mas são recordações entre brumas, pois não consegue, sequer, reconstituir a sua imagem.
Um clarão em sua vida obscura( como ele mesmo diz: “É evidente que Deus me concedeu um destino obscuro. Nem sequer cruel. Simplesmente obscuro(...) surge, quando conhece a jovem Laura Avellaneda ,por quem se apaixona e, ambos, vivem um relacionamento clandestino.
A Trégua não é um livro que traz, na minha opinião, uma linda história de amor, mas traz reflexões importantes sobre a felicidade e a difícil arte do relacionamento humano.
Para finalizar, preciso dizer que o título de um livro sempre chama a minha atenção e, achei o título deste livro simplesmente soberbo.
E...obrigada, Paulinha.
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Paula 16/05/2010minha estante
Sua resenha também ficou muito boa, querida, e eu sinto-me honrada por ter lhe apresentado o Benedetti e mais ainda por você ter gostado do livro. Se tiver oportunidade leia depois "Primavera num espelho partido", também gostei muito desse livro. beijo grande! :o)




Leiliane R. Falcão 10/07/2022

Meu Deus. Meu Deus.
"Há uma espécie de reflexo automático nisso de falar da morte e em seguida olhar o relógio."

"A tregua" é um dos livros mais tristes que já li. Não sei se estava no momento certo de vida pra ler este livro, mas o fato é que esta obra do uruguaio Benedetti me doeu tanto quanto levar uma rasteira.
A história do Sr. Salomé, contada aqui em forma de diário, tem algo de comum e até de ordinário. Um viúvo pai de 3 filhos adultos, machista, homofóbico, nada politizado, que trabalha no emprego mais enfadonho do mundo. Até o dia em que ele se enxerga apaixonado por uma moça também ordinária, Laura Avellaneda. E é aí que, de fato, a tregua se inicia.
Esta foi uma leitura que me conquistou e me cativou do primeiro parágrafo até o último. Mario Benedetti é um dos medalhões da literatura uruguaia, e este livro merece ser lido por todos aqueles que buscam um livro profundo com uma boa dose de tristeza e pessimismo.
Joao 10/07/2022minha estante
Com essa recomendação, eu fiquei bem curioso rsrsrs.




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