Greyci 25/02/2015
Jogos Vorazes (JV) de Suzanne Collins
Só resolvi ler o livro depois que assisti o primeiro filme e fiquei curiosa com a história. Comecei a ler JV e em menos de uma semana terminei os três livros. Acho que esse é um bom começo para essa resenha. Você sabe que um livro é especial quando você devora 400 páginas em menos de um dia e meio.
Jogos Vorazes se passa num futuro pós-apocalítico, onde os Estados Unidos já não existem mais. Em seu lugar, ergueu-se Panem, uma nação governada por uma tirânica Capital, circundada por doze paupérrimos distritos, de onde tiram seus principais recursos. Em decorrência de eventos passados, quando os distritos tentaram se rebelar e assumir o controle, a Capital governa com mão de ferro e, para mostrar que os distritos estão à sua mercê, promovem anualmente um “reality show” chamado Jogos Vorazes. Trata-se de uma disputa na qual uma garota e um garoto de doze a dezoito anos de cada distrito são forçados em uma enorme arena a céu aberto. Lá, os 24 escolhidos “tributos” são obrigados a lutar, matando uns aos outros até que somente um sobreviva. Enquanto isso, a população de todo o país acompanha cada acontecimento pela tela de suas televisões. Nos distritos, são forçados a assistir. Na Capital, o fazem por puro divertimento (Panem et Circensis).
Neste contexto, vive Katniss Everdeen, uma jovem do Distrito 12, o mais miserável de todos e produtor de carvão. Ela sempre esteve acostumada com os desafios de sobreviver, especialmente após a morte de seu pai, que a forçou a assumir a responsabilidade de alimentar sua família. Ainda assim, quando sua irmã mais nova é sorteada para os Jogos Vorazes, ela se voluntaria em seu lugar e nada poderia prepará-la para o pesadelo que se seguiria.
A narrativa em primeira pessoa mostra uma adolescente comum, cheia de dúvidas, desconfianças e inconformada com a maneira como funciona sua sociedade. Os distritos são observados o tempo todo pela Capital, e os próprios “Jogos Vorazes” serem transmitidos como um programa de televisão permitem uma certa comparação a “1984”, de George Orwell.
A saga JV recebeu críticas positivas até mesmo de Stephen King, mestre americano dos livros de terror. Já Rick Riordan, autor da série Percy Jackson e os Olimpianos, declarou que Jogos Vorazes é o livro de ação que mais se aproxima da perfeição. Ele não podia estar mais correto. Não há nada nem sequer um detalhe que me incomodou, nada que eu faria diferente.
Uma vez que se pega o livro nas mãos, não há como largá-lo. Como se a temática da obra já não fosse intrigante por si só, a história criada por Suzanne Collins é arrebatadora. Cativante, emocionante e imprevisível elogios não faltam. Quando se menos espera BOOM, todo o fluxo da história se altera. É impossível negar: Jogos Vorazes é um livro violento. Afinal, são jovens sendo forçados a matar uns aos outros. Não há como inserir flores e arco-íris nesse contexto. Todavia, tudo está presente na medida certa. A brutalidade não é gratuita, nem exaltada, mas também não é censurada ou eufemizada. A autora não se rende ao sangue para chamar atenção, porém é ousada em transmitir tudo com um realismo chocante. Engana-se, contudo, quem acha que ação é o único combustível da trama. A emoção se faz presente em igual proporção. Não podemos nos esquecer também do romance. Romance? Há espaço para o amor durante uma luta sangrenta até a morte? Pode ter certeza de que sim. Antes que estrague o enredo revelando mais de seus trunfos, findo aqui minha resenha. Para você, leitor, reitero: vá agora, correndo, adquirir seu exemplar. Esteja avisado, porém, que uma vez dentro da arena, ninguém nunca mais é o mesmo.