Thamiris.Treigher 21/07/2023
"Durante toda a vida se deve aprender a morrer"
Escrito há quase dois mil anos pelo filosófo Sêneca, "Sobre a brevidade da vida" é composto por cartas que foram destinadas a Paulino (cuja identidade é controversa).
Sêneca desenvolve, de forma simples, direta e brilhante, temas como a aprendizagem, a amizade, os livros, a vida ocupada e, claro, a morte.
Com o desenvolvimento desses temas, ele fala sobre os meios de atingir a tranquilidade da alma; a forma de libertar o espírito da matéria; o desapego aos valores terrenos e materiais e a adoção da vida contemplativa do espírito.
O pensamento de Sêneca, influenciado pela escola estoica, enfatizava medidas práticas por meio das quais enfrentar os problemas da vida, e também a necessidade de encarar a própria mortalidade e a morte.
A linguagem é simples e fluida, já que Sêneca, por estar se dirigindo a Paulino, que não tinha formação filosófica, tinha o objetivo de convencê-lo a se iniciar nos estudos filosóficos.
Sêneca critica veemente o homem ocupado, que, em seu ritmo frenético, faz tudo menos viver para si. Em meio a tantas ocupações, não conhece a si mesmo, não se aprofunda nas reflexões sobre a alma e não consegue ficar sozinho em sua própria companhia. Fico imaginando se Sêneca tivesse escrito isso nos tempos atuais... hahaha.
Ele adverte contra aquela correria desvairada a que se entrega a maioria dos homens, que agem como animais, reiniciando sem cessar o mesmo movimento vão. Essa inútil agitação não conduz senão ao esgotamento das forças físicas e à frustração mental. Ele não prega a preguiça, conforme afirma: "(...) não te convido à preguiça nem à inércia", apenas recomenda evitar a falsa operosidade e a fútil agitação.
Suas ideias continuam atuais e inspiradoras. Maravilhoso! ??