Resenhas - O Fim da Eternidade

Gustavo Rodrigues 22/08/2021

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Genial. Não tem como definir de outra forma. O que Asimov fez em 256 páginas é pra explodir tua cabeça e te deixar desnorteado.

Talvez tenha sido o livro mais complexo que já li, e percebi isso desde o primeiro capítulo. Você é jogado no meio da história, sem nenhuma explicação de como tudo começou, ou porquê está acontecendo, e aí você só vai lendo e tentando entender... mas a leitura tem algo que te prende, te faz ficar curioso e tentar organizar todas as informações que são passadas. Com o prosseguimento da leitura vai tudo ficando mais claro e tu vai entendendo todo o universo criado.

A quantidade de coisas que acontecem em tão poucas páginas é surreal. E mais surreal ainda é perceber, quando chega no fim do livro, que tudo faz sentido e se encaixa perfeitamente. É tipo uma teia de aranha absurdamente emaranhada que, somente no final, se desembaraça.

Acabei agora a pouco e confesso que ainda tô meio desnorteado, tentando ligar os fatos desde o início e sei que vou ficar assim por uns dias. A cabeça explodiu, quase literalmente ?

Brujo 31/10/2021

O Fim da Eternidade
Lançado originalmente em 1955, O Fim da Eternidade conta a história desta organização chamada Eternidade que possui a finalidade de fazer, através de diversas análises e cálculos, pequenas mudanças nos séculos (como furar um pneu ou mover um livro de lugar) cuja finalidade é direcionar o andamento e a evolução da humanidade. Mas será mesmo que esta organização não possui outros objetivos ocultos?
Nesta organização, há diversos níveis hierárquicos como, por exemplo, existem os Tempistas, Aprendizes, Técnicos e por fim os Computadores.
É através do olhar de um Técnico, Andrew Harlan, que conhecemos todo o funcionamento da Eternidade: como fazem suas viagens entre os séculos, como são feitas essas mudanças e etc. Harlan seguia fazendo seu trabalho quando conhece Noys Lambent, uma Tempista por quem se apaixona perdidamente. Quando Harlan precisa fazer uma mudança no século natal de Noys e que fará com que a mesma deixe de existir ( ao menos como ele a conhece ), Harlan a tira do tempo e a esconde na própria Eternidade, nos séculos ocultos. A partir daí, toda a trama é desenrolada, finalizando em um plot-twist de cair o queixo.
É preciso ressaltar a habilidade do Asimov em criar esse mundo e explicá-lo ao leitor de forma que não seja forçada e expositiva, nós vamos entendendo esse mundo conforme os fatos vão acontecendo. E a criatividade de Asimov para pensar nestas idéias é algo ímpar.
Exposto tudo isso, preciso dizer que esse foi o livro do Asimov com que eu menos me identifiquei.
O motivo é simples: por mais que o livro seja muito bem escrito, é difícil você realmente gostar de uma obra na qual você não simpatiza com o protagonista e com a construção de outros personagens. Harlan começa a história demonstrando o quão frio e sensato ele é por exigência de sua função dentro da Eternidade. É muito difícil comprar a ideia de que este mesmo personagem tome atitudes de uma forma totalmente descontrolada, impulsiva e descompensada.
Outro problema é a construção da personagem Noys. Além do autor deixar claro que na Eternidade há pouquíssimas mulheres (ok, há até uma justificativa de que é mais danoso retirar mulheres do que homens do tempo normal) ela aparece de forma sexualizada e com pouca profundidade, pra dizer o mínimo.
Felizmente, no final esse quadro muda um pouco e Noys revela ser muito mais do que um par romântico do protagonista, o que me faz discordar de alguns comentários que vi por aí dizendo que o Asimov foi misógino. Como a Noys tem um papel fundamental para essa trama, acredito que o autor só tenha pouca habilidade para construir personagens femininas mesmo (notei isso desde a saga dos robôs). Vale lembrar também que o livro é da década de 50 e mesmo um autor genial como Asimov está sujeito a ser um produto de sua época.
Em suma, apesar dos problemas descritos, foi uma ótima experiência essa leitura e em nada diminui a minha admiração pelo Asimov.

Pedro.Farinha 25/03/2021

SORTEIO
?O Fim da Eternidade? é a prova de que Isaac Asimov, autor da renomada saga ?Fundação?, é o melhor escritor de ficção científica de todos os tempos. Em minha opinião um dos maiores escritores da história.
Esse livro começa com muitos detalhes técnicos e é quase impossível entender tudo. O livro alterna entre o passado, o presente e o futuro em múltiplas realidades, então uma segunda leitura é indispensável. Eu voltei algumas páginas inúmeras vezes para conferir a história.
Esse é, definitivamente, o livro mais corajoso que eu já li. Nunca um autor foi tão longe descrevendo o extremo futuro.
O livro contém dois plot twists inacreditáveis que deixam qualquer um chocado. No segundo, o personagem principal é colocado em uma encruzilhada onde deve decidir o destino da humanidade. Independentemente da escolha dele, fiquei me perguntando sobre a real opinião do autor sobre o tema, pois durante o livro ele defende os dois lados.
Esse é o melhor livro que li em toda a minha vida. Me sinto honrado de ser um escritor de ficção científica sabendo que no passado o tema foi tão bem representado por esse gênio único.


O sorteio desse livro será realizado na próxima segunda. Comentem uma ? e sigam minha página para participar.
Uma ? por pessoa.

Patricia Lima 24/07/2020

O Fim da Eternidade
No início do livro eu me senti muito perdida, foi o primeiro livro do autor que eu li, e eu senti que ele nos joga na história sem introdução e sem muitas informações no início, então levou um tempo para eu entender o que estava acontecendo.

E o livro também tem alguns termos que parecem ser inventados sobre o trabalho dos personagens, que também me confundiu ainda mais em várias cenas. Então não é um livro fácil, quem não é acostumado a ler ficção cientifica não vai se dar muito bem com o livro.

Mas depois que eu me adaptei na história e passei a entender o caminho que ela ia levar, eu fui me envolvendo mais, e o final desse livro é sensacional, foi um final bem impactante e surpreendente.

A forma que as coisas se encaixaram no fim também foi bem interessante, porque chega numa parte que parece que eles estão fazendo tanta merda que não ia ter solução no fim, mas tudo tinha um propósito para aquele final e eu achei isso genial.

É um livro sobre viagem no tempo, e bem diferente de outros livros que li desse tema, porque nos outros livros é proibido fazer alterações no passado, elas trazem grandes consequências na vida das pessoas. E nesse livro eles se dedicam a fazer essas alterações na realidade, então foi algo diferenciado sobre o tema que eu achei bem legal.

Karina 04/08/2021

Resenha | O Fim da Eternidade - Isaac Asimov

No livro, a evolução humana chegou ao ponto onde consegue separar o tempo comum (o que vivemos) da Eternidade, aonde seres qualificados como eternos, são responsáveis de verificar as mudanças necessárias para que se tenha uma realidade melhor. Com uma cápsula temporal, eles conseguem viajar no tempo, acessando diferentes eras, e assim ajustando o “considerado problema” de determinado período. Para que esse sistema funcione, há uma hierarquia de poder, com vários cargos, sendo cada integrante fundamental para que não ocorra falhas, e mantenha a Eternidade cada dia mais próxima da perfeição.

Admito que o início dessa leitura foi um pouco complicada, porque são muitos termos técnicos, mas, depois de um certo ponto a leitura fluiu, tornando-se viciante até as páginas finais.

O protagonista Adrew Harlan, é um técnico da Eternidade, responsável pelas mudanças na realidade, podendo alterar a vida de milhões de pessoas, modificar a história e qualquer falha pode ocasionar no desaparecimento de pessoas, ou até mesmo fatos e épocas importantes da humanidade.

Em um determinado dia, Andrew vai até o tempo 482 para fazer uma mudança necessária e acaba se apaixonado por Noys Lambert. Porém, técnicos são treinados rigorosamente para não sentirem qualquer emoção e esse sentimento faz ele rever seus conceitos e regras impostas pela Eternidade.

Um ponto interessante desse livro, é que a narrativa consegue mostrar para o leitor como a interferência do homem em algumas questões acaba prejudicando o sistema. Na eternidade, os eternos buscam a perfeição e a menor falha é motivo para alterar a realidade, afetando por consequência as demais dimensões. Nesse contexto, as pessoas que vivem no tempo comum, podem ter partes de suas vidas esquecidas e deletadas, pelos eternos, por conta desse aprimoramento sem fim, que eles buscam a cada segundo.

O amor, traz questionamentos a mente de Andrew, e a cada segundo que ele tenta modificar algo para ter Noys ao seu lado, parece que a Eternidade está por um fio. O protagonista compreende que a busca cega pela perfeição dos eternos, trouxe ao longo dos anos variáveis inesperadas. E para manter o equilíbrio, existe a necessidade de aprendizado com base nos erros e problemas a serem solucionados naturalmente sem interferências, para que assim, possam gerar amadurecimento, sabedoria para as próximas gerações.

Essa foi a primeira vez que li um livro do autor, eu já tinha uma certa curiosidade em ler algo do Isaac Asimov, e acredito que “O fim da eternidade” foi uma excelente escolha. Eu achei esse livro incrível, porque o autor consegue relacionar termos técnicos com sentimentos, trazendo reflexões que podem repercutir até os dias atuais.

André Lucena 17/04/2021

Tema complexo escrito de forma simples e inteligente
"É enfrentando as grandes dificuldades que a humanidade consegue alcançar com mais êxito os grandes objetivos".

Eu amei o livro. Amei todo desenrolar da história e a profundidade principalmente do protagonista, o autor conseguiu com perfeição que o leitor se sinta dentro dos pensamentos de Andrew Harlan.

O modo de escrever do Isaac Asimov é fantástico quanto aos detalhes. Não é fácil falar sobre alterações da realidade e suas consequências sem cometer algum tipo de deslize, mas ele fez isso com maestria.

Gostei bastante da leitura, gostei do final do livro, que teve sua resolução da forma mais simples possível.

?????

Gustavo Kamenach 16/02/2024

Janeiro - Jornada no Tempo. Asimov foi um Eterno
Ler O Fim da Eternidade foi quase o fim da minha sanidade mental. O tema "viagem no tempo" por si só já nos desafia com os paradoxos temporais, a possibilidade de vivermos sob o livre arbítrio ou sob um destino pré-determinado e inexorável e outras dúvidas inerentes a nossa sociedade. Aliado a essas questões, Asimov criou um universo próprio, cheio de denominações, cargos e tecnologias que na história dão origem à Eternidade. Essa é a instituição suprema que controla o tempo, ou melhor, um lugar onde uma pequena parte privilegiada controla a vida e o tempo dos bilhões restantes da humanidade. Unindo todas essas características, quase que minha mente entra em curto-circuito.

Asimov como já é bem estabelecido, é considerado um escritor visionário em suas obras, prevendo algumas tecnologias e comportamentos que hoje no século XXI são triviais, mas que nos anos 50 quando foram concebidos eram intangíveis. Por esse motivo o julguei no título da resenha como um Eterno (personagens do livro que transitam entre as eras da humanidade e detetem grande conhecimento). Asimov só pode ter vindo do futuro e ter criado universos tão únicos e ao mesmo tempo tão atuais. Em fato, Asimov será sim um Eterno, pois suas obras de ficção científica transcendem o mero entretenimento e nos brinda com discussões atemporais sobre o livre arbítrio, o controle social por "castas" ou grupos privilegiados, a evolução humana e tecnológica como consequência de eventos adversos como guerras ou tragédias.

Quanto ao aspecto narrativo, o enredo é empolgante. Entretanto o início pode parecer um tanto confuso, pois somos jogados na Eternidade e apresentados aos conceitos de maneira abrupta. Com o decorrer da história que envolve desde romance, suspense e intrigas, ficamos mais habituados aos termos e conceitos da Eternidade, levando a uma clímax de maneira frenética.

Levei realmente a sério o tema de janeiro viagem no tempo e terminei o livro já em fevereiro, mas não foi por desinteresse ou desenvolvimento arrastado da história, pelo contrário. E levarei comigo essa história para o futuro, seus questionamentos e personagens, as lições que pude ter sobre o poder atemporal das relações humanas e a extrema adaptabilidade que a raça humana tem mostrado no decorrer de sua existência. Que ela não seja eterna, porém seja infinita... pode ser que sejam coisas similares, mas você que ler o livro saberá que são bem diferentes. Recomendo muito a leitura desse sci fi com cara de hard sci fi raiz, mas que se mostrou ao fim um grande questionamento filosófico e até mesmo metafísico. Favoritado!

Pam 09/01/2022

Parece pequeno, mas é grandioso.
Eu já tentei ler outro livro do Isaac Asimov e não consegui finalizar, dessa vez consegui chegar até o fim e foi mais fácil, mas não deixa de ser um livro complexo e "exigente".

No começo a história parece simples: nosso protagonista, o Harlan, trabalha na Eternidade, uma organização que utilizando-se de viagem no tempo é responsável por manter a realidade humana nos trilhos. Eu não sou uma leitora tão assídua de ficção científica quanto eu gostaria, mas senti que obras como essa devem ter inspirado séries que vemos hoje em dia nessa temática, como The Umbrella Academy e Loki. Toda a estrutura da Eternidade conforme vai sendo explicada se mostra bem grandiosa, maior do que eu esperava para um livro de 250 páginas. Quando passamos a ver que o Harlan além de apenas trabalhar "ajustando" pontos na história humana, na verdade está envolvido contra a própria vontade em conspirações perigosas lá dentro fica mais complexo ainda, e por isso é uma leitura que exige muita atenção e cuidado. Não se deixe enganar pelo número de páginas, EU não achei uma leitura “light”. É boa, mas é densa: em vários trechos eu tive que parar para ler mais devagar ou reler porque tinha muita informação importante e complicada sendo apresentada.

A riqueza de detalhes que o Asimov criou em menos de 300 páginas me fez entender porque ele é um nome tão importante pro gênero de ficção científica. O livro tem várias reviravoltas e todas elas são de explodir cabeças. Gostei muito e pretendo conhecer mais do autor daqui pra frente, estou muito curiosa pra ver mais criações dele.

Lara 02/02/2022

um livro que faz você pensar na sua vida inteira
minha primeira leitura de ficção científica,
e digo que vai ser dificil algum outro tomar
o lugar que o fim da eternidade tomou.
faz você pensar em absolutamente tudo,
isso é o que eu chamo de crise existêncial.
não so isso, traz perguntas incríveis e
muito elaboradas. na minha opinião todos
deveriam ler esse livro. demorei um pouco
por causa da escrita um pouco arrastada.
o final eu gostei. o decorrer da história
simplesmente incrível.
EXCLUI A RESENHA SEM QUERER PESSOAL ?

gdo.faria 20/01/2021

Pra quem gosta de ficção, viagem no tempo e plot twist... É o livro perfeito...
Pode procurar no BookTube ninguém fala mal desse livro...
O início é pesado realmente, no sentido de conseguir entender os termos e a lógica de tudo, mas rapidamente vc entra na história, fica instigado a saber o desfecho...
Não tem como não relacionar o fim do livro com Star Wars...
E já quero ler mais livros do autor e dar sequência a essa Realidade construida com a Fundação

Juliane Raquel 25/09/2022

Incrível!
O início do livro é bem complexo, fiquei um pouco perdida nos dois primeiros capítulos, mas depois a gente começa a entender tranquilamente.
E que livro minha gente, Asimov era um gênio, o autor traz alguns insights sobre a evolução que eu simplesmente amo!

Thiago Araujo 16/03/2021

Ele é o cara mesmo...
Asimov continua sendo o "dono da ficção científica", prova disso é o Fim da Eternidade.

Mesmo quando ele tenta nos confundir, bagunçando nossa cabeça com uma loucura de viagem no tempo, ele consegue manter uma narrativa simplificada bem fluída. Que retórica fantástica!

Os personagens são interessantes e a relação entre eles é melhor ainda. Tudo se encaixa bem, mesmo com um final de virar a cabeça. Para ser 5 estrelas faltou só detalhar mais o enredo, abrindo possibilidades para avaliação do final da obra.

Ser um eterno para Asimov é muito mais que viver para sempre, mas sim entender que é mais importante saber observar, agir e manter um distanciamento, pois, caso contrário, pode por tudo a perder.

Confuso? Nem tanto. Aproveite e confira essa obra para descobrir que o caos não é só uma teoria.

Mavi 23/03/2021

O fim da eternidade e o livre-arbítrio
Esse livro retrata indiretamente sobre o livre-arbítrio e como ele é essencial ao nosso futuro e como as nossas ações sendo elas boas ou ruins irão refletir em um futuro próximo ou não. O diferencial desse livro é que ao mesmo tempo que se trata de um tema relativamente complexo há um personagem onde testa sua ética e moral para conseguir ficar com a sua amada. Bom, esse livro me deixou com o pensamento de que se nós não teríamos o livre-arbítrio que seres humanos nós teríamos nos tornado?

LivroAleatorio 15/01/2024

Poder, história, humanidade
O que você faria se você pudesse mudar o rumo da história da humanidade? E se você pudesse evitar uma guerra? Evitar uma pandemia? Evitar um desastre?

Em "O fim da eternidade" nós acompanhamos a história do Harlan, um técnico que trabalha na Eternidade, fazendo modificações temporais em nome da felicidade e do bem-estar da humanidade. Até aí está tudo lindo, né?

Porém, quem são esses "Eternos" que trabalham na eternidade? Quem deveria ter o poder de mudar dessa forma o curso da história? Como essas pessoas são escolhidas? E... se algo der errado?

"O fim da eternidade" foi um livro diferente para mim, onde eu comecei odiando ele e terminei gostando!

Trata-se de uma ficção científica clássica, que tem alguns preconceitos sociais que me deram ódio no início, mas tentei separar um pouco algumas coisas para aproveitar melhor o enredo.

Conforme a leitura avançou, muitas coisas foram explicadas e algumas passaram a fazer mais sentido e até se justificaram, principalmente o machismo que veio com força. Afinal, os "Eternos" que mantém o poder estão preocupados com isso? Esse clube do bolinha já se questionou sobre isso? Achei muito emblemático como o ÚNICO século não patriarcal (em 150 mil séculos) foi erradicado pelos "Eternos" por ser considerado por eles como uma aberração. Isso diz muita coisa sobre o poder, quem o mantém e como o mantém nessa tal Eternidade.

Achei uma história bem interessante e quanto mais a leitura avança, mais fácil os conceitos ficaram, mesmo sendo sobre um universo totalmente novo.

O final foi diferente do que eu imaginei! Gosto quando isso acontece.

Quotes:

"? O que quer dizer com ?nós?? O homem não seria um só mundo, mas um milhão de mundos, um bilhão de
mundos. Teríamos o infinito ao nosso alcance. Cada mundo teria seu próprio período de Séculos, cada um teria
seus próprios valores, a chance de buscar a felicidade cada um a seu modo. Existem muitas felicidades, muitos
bens, uma variedade infinita. Esse é o Estado Básico da humanidade."

"A Manutenção era a fundação da Eternidade. Estranho que um pensamento tão óbvio não lhe tenha ocorrido
antes. Eles supervisionavam a importação de alimentos e água do Tempo, a remoção do lixo, o funcionamento
das usinas de força. Mantinham todo o maquinário da Eternidade funcionando perfeitamente. Se todos os
Especialistas morressem de uma só vez, no mesmo instante, a Manutenção poderia conservar a Eternidade
indefinidamente. Por outro lado, se a Manutenção desaparecesse, os Especialistas teriam de abandonar a
Eternidade em poucos dias ou morrer miseravelmente."

"? Ao eliminar os desastres da Realidade ? disse Noÿs ?, a Eternidade exclui também os triunfos. É enfrentando
as grandes dificuldades que a humanidade consegue alcançar com mais êxito os grandes objetivos. É do perigo e
da insegurança que surge a força que impulsiona a humanidade para novas e grandiosas conquistas. Você
consegue entender isso? Consegue entender que, ao afastar as armadilhas e vicissitudes que perseguem o
homem, a Eternidade não deixa que ele encontre suas próprias soluções, boas e amargas, soluções reais que
chegam quando a dificuldade é enfrentada, não evitada?"

Paraíso dos Livros 17/08/2021

Resenha | O Fim da Eternidade - Isaac Asimov

No livro, a evolução humana chegou ao ponto onde consegue separar o tempo comum (o que vivemos) da Eternidade, aonde seres qualificados como eternos, são responsáveis de verificar as mudanças necessárias para que se tenha uma realidade melhor. Com uma cápsula temporal, eles conseguem viajar no tempo, acessando diferentes eras, e assim ajustando o “considerado problema” de determinado período. Para que esse sistema funcione, há uma hierarquia de poder, com vários cargos, sendo cada integrante fundamental para que não ocorra falhas, e mantenha a Eternidade cada dia mais próxima da perfeição.

Admito que o início dessa leitura foi um pouco complicada, porque são muitos termos técnicos, mas, depois de um certo ponto a leitura fluiu, tornando-se viciante até as páginas finais.

O protagonista Adrew Harlan, é um técnico da Eternidade, responsável pelas mudanças na realidade, podendo alterar a vida de milhões de pessoas, modificar a história e qualquer falha pode ocasionar no desaparecimento de pessoas, ou até mesmo fatos e épocas importantes da humanidade.

Em um determinado dia, Andrew vai até o tempo 482 para fazer uma mudança necessária e acaba se apaixonado por Noys Lambert. Porém, técnicos são treinados rigorosamente para não sentirem qualquer emoção e esse sentimento faz ele rever seus conceitos e regras impostas pela Eternidade.

Um ponto interessante desse livro, é que a narrativa consegue mostrar para o leitor como a interferência do homem em algumas questões acaba prejudicando o sistema. Na eternidade, os eternos buscam a perfeição e a menor falha é motivo para alterar a realidade, afetando por consequência as demais dimensões. Nesse contexto, as pessoas que vivem no tempo comum, podem ter partes de suas vidas esquecidas e deletadas, pelos eternos, por conta desse aprimoramento sem fim, que eles buscam a cada segundo.

O amor, traz questionamentos a mente de Andrew, e a cada segundo que ele tenta modificar algo para ter Noys ao seu lado, parece que a Eternidade está por um fio. O protagonista compreende que a busca cega pela perfeição dos eternos, trouxe ao longo dos anos variáveis inesperadas. E para manter o equilíbrio, existe a necessidade de aprendizado com base nos erros e problemas a serem solucionados naturalmente sem interferências, para que assim, possam gerar amadurecimento, sabedoria para as próximas gerações.

Essa foi a primeira vez que li um livro do autor, eu já tinha uma certa curiosidade em ler algo do Isaac Asimov, e acredito que “O fim da eternidade” foi uma excelente escolha. Eu achei esse livro incrível, porque o autor consegue relacionar termos técnicos com sentimentos, trazendo reflexões que podem repercutir até os dias atuais.