A glória e seu cortejo de horrores

A glória e seu cortejo de horrores Fernanda Torres




Resenhas - A Glória e Seu Cortejo De Horrores


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douglaseralldo 20/01/2018

10 CONSIDERAÇÕES SOBRE A GLÓRIA E SEU CORTEJO DE HORRORES, DE FERNANDA TORRES OU POR QUE NEM TUDO QUE RELUZ É OURO
1 - Com uma voz narrativa tomada pelo frenesi da memória, em alguns momentos até mesmo verborrágica, o romance fala de ascensão e queda, inclusive propondo a discussão e a reflexão de onde estarão tanto a ascensão quanto a queda, que para além das aparências, as duas podem estar em lados opostos do que realmente aparentam;

2 - A trama de Fernanda Torres narra a vida de Mário Cardoso, jovem estrela dos teatros e da televisão durante os anos sessenta, que no presente "experimentará" todas as quedas proporcionadas pelo cortejo de horrores com os quais da autora procura pincelar a glória, de modo que a glória com suas idiossincrasias e frivolidades torna-se alvo crítico da narrativa;

3 - Para tanto, a autora divide a narrativa em duas partes, a primeira e maior parte, narrada pela intensa e frenética voz em primeira pessoa de Mario Cardoso, que é quando a partir de seu olhar, crítico para si mesmo, vamos nos embrenhando na existência complexa desta personagem, que acima de qualquer ideal, demonstra correr por si mesmo num individualismo que permite-o saltar de um universo ideológico a outro sem dramas ou remorsos, algo que ele só percebera com o tempo avançado, ao refletir suas próprias reminiscências;

site: http://www.listasliterarias.com/2018/01/10-consideracoes-sobre-gloria-e-seu.html
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Pedro Bonavita 18/04/2018

O humor mal humorado (e negro) de Fernanda Torres
Fernanda Torres demonstra todo seu conhecimento do humor aliado ao mundo que vive pra escrever a história da derrocada de um famoso ator que não soube lidar com o preço da fama (ou da glória).
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PorEssasPáginas 14/03/2018

(...)

O livro já começa bem, trazendo o início da derrocada de Mario Cardoso de forma hilária. O que deveria ser uma superprodução de Rei Lear e que ele achava que lhe renderia prêmios se tornou O fracasso!

Acompanhamos seus altos e baixos profissionais e pessoais, seu início no teatro em plena ditadura, sua participação no cinema novo e sua ascensão na TV. Num vai e vem entre passado e presente acompanhamos as decisões que o levaram até o presente e o tornaram quem ele é.

(...)

A escrita de Fernanda Torres é sucinta, vai direto ao ponto, mas sem dever nada ao leitor. Com poucas palavras e o recurso de intercalar passado e presente ela nos apresenta um personagem masculino, por vezes vigarista e malandro e você nem se lembra que o autor é uma mulher. Não sou escritora nem crítica de literatura, só uma leitora compulsiva, mas acho esse dom incrível. É quase como ser um camaleão, essa capacidade de fazer um protagonista do sexo oposto narrar uma história de forma totalmente crível!

Mario Cardoso poderia ser qualquer um de vários atores da vida real que vemos na TV, que um dia estão no auge, depois somem, depois aparecem em outra emissora, que fazem trabalhos que deixam óbvio o desespero por um trabalho (tipo, um comercial tosco, como é o caso de nosso protagonista), depois tentam renascer das cinzas.

Este foi o primeiro livro que li de Fernanda Torres e agora, certamente, vou atrás de Fim, seu primeiro romance. Gostei muito das pitadas de humor em meio a desgraça, da visão realista e da falta de pudores ao falar sobre relações familiares, momento político, devaneios de diretores de cinema e dos altos e baixos da vida de um ator. E o título também se encaixa perfeitamente com a história.

Eu diria que este é um livro de ficção realista!
***Resenha completa no blog***

site: http://poressaspaginas.com/resenha-a-gloria-e-seu-cortejo-de-horrores
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dimitriluz 24/02/2018

A derrocada
Como alguém pode expressar tão bem a derrocada e miséria humana. Excelente livro!
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lucsoa 10/02/2018

?Muitas vezes, invejei a falta de ambição, a realidade simplória dos meus familiares, a capacidade de vibrar pelas razões mais corriqueiras (...). Seguiam à risca o
calendário oficial, emocionados com os reclames de Natal, as estreias das novelas, as mensagens de fim de ano e os desfiles de Carnaval. (...) A alegria de todos era a deles, já que, na prática, não tinham motivos para se vangloriar.
Deve ser bom ser assim, eu pensava, alternando a repugnância pelo estado vegetativo deles com o sofrimento por ter perdido a inocência de outrora."
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Betinha 23/01/2018

Surpreendente
Hoje vou escrever um pouco sobre o livro “A glória e seu cortejo de horrores”, da autora Fernanda Torres.

Fernanda iniciou sua carreira pública como atriz e, depois de receber diversos prêmios por seus papéis no cinema, teatro e televisão, publicou “Fim”, seu primeiro livro, em 2013. Foi por meio dele que tive o primeiro contato com sua obra literária, há dois anos. “Fim” não me surpreendeu, mas “A glória e seu cortejo de horrores” é uma obra excelente, cativante e profunda.

Nesse livro, acompanhamos Mário Cardoso de 60 e poucos anos vivendo uma crise em sua carreira, iniciada pelo fiasco de da peça Rei Lear. Mário escolheu essa peça para marcar seu retorno ao teatro depois de anos atuando em novelas. Financiada pela Lei Rouanet, a apresentação era um show de bizarrices conduzido pelo diretor Stein.

"A velha crítica do principal jornal carioca consumou a tragédia. Estudiosa de Shakespeare, a dama de ferro ganhava a vida assistindo aos Tem bububu no bobobó dos palcos brasileiros. Capaz de perdoar comédias rasas, era acometida de uma agressividade cruel quando escrevia sobre aqueles que, como eu, se dispunham a enfrentar o cânone. Ela abria com meu epitáfio, e terminava a resenha culpando as leis de incentivo à cultura, por permitirem que uma infelicidade daquela chegasse às vias de fato."

Quando decide encerrar as apresentações, o ator tem que pagar as contas, cobrir o prejuízo da peça, enfrentar o ódio de alguns membros do elenco e lidar com seu contador, desaparecido desde que as prestações de contas de Rei Lear não foram aprovadas pelo Ministério da Cultura. A cereja do bolo é o conhecimento dos recentes problemas de saúde de sua mãe.

"Na altura do Jardim Botânico, minha mãe se aprumou no assento, olhou para a rua apreensiva e virou-se para mim. Perguntou quem pegaria o filho na escola. Que filho?, respondi. Como, que filho? ela disse, o nosso. Um frio gelou-me o coração, uma sensação de abandono ameaçadora. (...) Mãe, argumentei, o seu filho sou eu."

A partir de então, são apresentados fatos do passado que mostram Mário desde os primeiros trabalhos no teatro, com viés político, os primeiros elogios ao encenar Tchékhov, a parceria com a atriz Raquel, seu projeto de interpretar Riobaldo, de Grande Sertão: Veredas e, finalmente, a transição para as novelas.

"Quando comecei no teatro, éramos todos de esquerda, adoradores de Brecht, Górki e Arrabal. Dinheiro era sinônimo de desvio de caráter. Mas o mundo mudou e meus amigos duros se transformaram em párias de trattoria, vestidos de bermuda e chinelo, sem plano de saúde, carro ou perspectivas futuras. Enfrentei a frieza deles, mas tive uma colheita farta."

Mário questiona suas escolhas e caminhos percorridos como ator, as consequências de sua ida para a televisão e os desvios que o conduziram para o momento atual.

"Enquanto esperava minha mãe sair do banheiro, duvidei se, em algum momento, eu havia alcançado, de fato, a essência da minha profissão."

Terminei o livro com a impressão de que deveria conhecer melhor os escritos de Shaskepeare, para ter uma experiência mais profunda com esse livro, por isso quero a opinião de leitores que conheçam Rei Lear e Macbeth. Há relação entre as trajetórias dos personagens principais dessas obras?

site: http://pacoteliterario.blogspot.com.br/2018/01/resenha-gloria-e-seu-cortejo-de-horrores.html?m=1
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Fabricio282 20/01/2018

Fernanda fez Mario fez tantos
desprentiosa leitura segue fluxo quase contínuo pois as quebras não lineares faz com que voltamos aos fatos para conhecer e detalhar uns fatos da trajetória (pode-se ler sem tanto foco, não irá perder a essência) mundo interno de Mario atual com suas redondezas passadas.
O desenrolar do tempo presente/atual do conto foi o que mais me prendeu na sua fracassada cênica, os problemas com a mãe, a crise pessoal.
O desfecho é o ápice da transgressão com a evolução do que podemos aplaudir.
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Thiago Barbosa Santos 07/11/2018

Por trás de um grande sucesso, sempre há uma grande tragédia
Fernanda Torres, além de excelente atriz, se revelou uma ótima escritora. O primeiro romance dela, intitulado ‘Fim’, foi altamente elogiado. Por isso, o segundo livro, ‘A Glória e o seu Cortejo de Horrores’, chegou cercado de bastante expectativa. Pode-se dizer que plenamente correspondida.

O enredo é dentro de um terreno que Fernanda Torres conhece como poucos, que é o mundo da dramaturgia, profissão exercida pela escritora quando não está escrevendo. A protagonista é Mario Cardoso, um ator de meia-idade que viveu seus dias de fama e sucesso absoluto interpretando vários papéis marcantes na televisão. Em dado momento da carreira, resolveu sair um pouco da zona de conforto a apostou todas as suas fichas encenando Rei Lear no teatro. Ele abandonou a TV, o contrato que lhe dava estabilidade, enfim, jogou tudo para o alto para viver de forma intensa esta experiência. Porém, a peça foi um fracasso retumbante e lhe deu um tremendo prejuízo.

O malfadado espetáculo queimou de vez a carreira de Mario Cardoso, representou a derrocada dele. O ator passa por sérias dificuldades financeiras e também enfrenta um drama familiar. A mãe, depressiva, tenta o suicídio e passa a precisar de cuidados especiais. Com o restante do prestígio que tinha, consegue apenas emprego em uma novela bíblica em emissora evangélica (qualquer semelhança não é mera coincidência) e vira garoto propaganda de uma marca que o expõe ao ridículo.

É um texto leve, trágico e engraçado ao mesmo tempo, que confirma o imenso talento de Fernanda Torres como escritora. O tema do livro foi inspirado em uma fala constante da mãe dela, a brilhante atriz Fernanda Montenegro, que diz que toda a glória vem acompanhada de um cortejo de horrores. No livro acompanhamos justamente isso com a história de Mario Cardoso, os dias de glória como ator famoso, galã de novela, e posteriormente a derrocada dele no campo profissional e pessoal. Todos os dramas que vive. O ator, em um momento de desespero, acaba sendo responsável pela morte do agente dele e finda vivendo um pesadelo ainda maior.
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