Mari 22/02/2014Para se apaixonar a cada marquinha preta"- Livros, livros e livros, retorquiu, acariciando-os na prateleira. Amo os livros. Mas, não é de fato tão interessante que pequeninas marcas escuras no papel possam ser tão agradáveis? Folhas de papel com marquinhas pretas escondem uma estória, que podemos decifrar."
Difícil acreditar que a fala acima foi dita por um menino de seis anos que não falava, não interagia, respondia com violência e os pais acreditavam ser um retardado.
Em "Dibs - Em busca de si mesmo" entrei em contato com a mais bela das narrativas até hoje lidas: o desabrochar de um menino, a mudança acarretada por uma hora semanal numa sala de brinquedos.
Dibs não era retardado nem possuía qualquer problema grave, apenas não se sentia querido e amado pelos pais, mas apresentava um QI espetacular e uma inacreditável capacidade de aprendizagem: aprendeu a ler com dois anos de idade e, logo, já identificava trechos aleatórios de músicas clássicas, sabendo dizer o nome da música e do compositor.
O livro constitui-se numa apaixonante história real: a busca de um menino por seu lugar no mundo, por se conhecer. O crescimento emocional de Dibs é incrível e não consigo usar palavras mais leves para descrever qualquer parte deste livro. Ele simplesmente é apaixonante. Ele simplesmente é.