Herland

Herland Charlotte Perkins Gilman




Resenhas - Herland


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Flavia.Correia 07/03/2019

Decepcionou
Temática interessante com desenrolar ruim.
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 10/01/2019

Já Li
Charlotte Perkins Gilman é, por si só, merecedora de fazer parte deste desafio. Nascida em 1860, ela é referência de feminismo e luta pelos direitos humanos até hoje. Filha de uma mãe abandonada pelo marido, não é difícil imaginar a pobreza e o preconceito que ambas sofreram lá nos idos do séc. XIX. Charlotte teve ajuda financeira da tia Harriett, uma notória sufragista e a influência da tia em suas idéias progressistas perdurou até a morte de Charlotte, em 1935. Anos depois, Charlotte decidiu se divorciar do marido, o que também não é difícil de perceber que foi bastante vanguardista em 1888. Daí em diante, Charlotte ganhou força nos seus movimentos políticos, defendendo pontos-de-vista polêmicos e nada conservadores. Enquanto vendia sabonetes de porta em porta para sustentar a filha, Charlotte falava sobre direitos humanos, direitos das mulheres e igualdade. Depois, começou a escrever suas idéias em formas de contos e poesias. Ela foi uma mulher sensacional e eu estimulo vocês a lerem mais sobre ela, ela é inspiração pura. #TeamCharlotte


"Herland - A Terra das Mulheres" surpreendentemente foi publicado em 1915. Os temas que este livro de ficção de Charlotte abordam são tão atuais e relevantes que poderiam muito bem ser tema de escritoras pós-Margaret Atwood. Poucas pessoas sabem que este livro é, na realidade, o segundo volume de uma trilogia que nunca foi publicada integralmente (e não tem versões em português). O primeiro volume da trilogia se chama "Moving the Mountain" e o terceiro "With Her in Ourland".
Esta obra é uma utopia e uma ficção-especulativa.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo sociólogo Vandick "Van" Jennings que, ao lado de dois amigos (Terry e Jeff), descobre uma terra secreta e misteriosa onde vivem apenas mulheres, chamada Herland. Eles não conseguem imaginar como seria um país concebido e governado sem homens e, por acharem tal realização completamente impossível, decidem permanecer ali para estudar aquela sociedade. As mulheres de Herland logo descobrem a pequena invasão dos três homens e os mantém presos, embora os tratem com gentileza, educação e absolutamente nenhuma violência.

Van tem um pensamento racional e analítico e, por ser sociólogo, é ele que conduz as reflexões mais profundas do livro. Ele questiona a ausência de guerras e armas, a religião matriarcal de Herland, a concepção assexuada que gera mais mulheres, entre tantos outros fatores que aparecem ao longo do livro (daí a ficção-especulativa). Mas, ao mesmo tempo em que aprofunda seus conhecimentos naquela sociedade, Van começa a questionar o seu próprio estilo de vida e passa a se sentir inferior, selvagem, diante da inteligência e sensibilidade daquelas mulheres.

Do ponto-de-vista feminista, o livro aborda os seguintes temas:

O debate sobre gênero
Terry é a personagem que conduz este debate. Ele é o típico "machão" na estória: tenta conquistar as garotas mais novas e fica furioso quando elas não lhe dão atenção, ofende as mulheres por elas não serem bonitas nem atraentes fisicamente, se ressente com o fato de que as mulheres são inteligentes e não o admiram, tem noções muito estabelecidas do que a mulher pode e não pode fazer. A forma como a sociedade de Herland deixa Terry desbaratinado é incrível. E como um bom "machão", Terry se recusa a olhar para as mulheres e para aquela sociedade com bons olhos, menosprezando-as sempre que possível, como só um misógino é capaz de fazer.
Em paralelo, quando Van conta às mulheres como é a sua sociedade, elas não conseguem entender porque as mulheres "do lado de fora" tem tantas limitações e impedimentos para se desenvolverem. Suas perguntas são excelentes, seus comentários são ótimos e seus questionamentos são extremamente pertinentes. Elas fazem Van perceber como a realidade das mulheres de sua sociedade é ridícula e ilógica e, por extensão, o leitor também percebe isso.

A mulher como figura central na economia
Herland estabelece uma economia baseada na exploração sustentável dos recursos naturais, em tecnologias de aproveitamento máximo dos recursos e na empatia com o próximo. Charlotte escreveu uma utopia que mostra um universo onde as mulheres são completamente independentes e igualitárias. A utopia traz a reflexão de que as mulheres não tem a mesma necessidade de conquistar e explorar que os homens e, por isso, construiriam modelos econômicos mais sustentáveis no longo prazo. Não existe a divisão de "trabalho doméstico", pois todas as mulheres de Herland são responsáveis pelas atividades, numa força de trabalho coletiva e comum.

Mas, claro, nem tudo são flores neste livro. Há dois aspectos que me incomodaram ao longo da leitura.
O primeiro deles é a que as mulheres de Herland são focadas na maternidade. Tudo (economia, política, educação, religião) gira em torno das crianças e de ser mãe. Li um artigo dizendo que Charlotte queria trazer um aspecto irônico para sua utopia pois ela mesma não gostava do "peso" e da obrigatoriedade de toda mulher ser mãe. (Quem, como eu, tem mais de 30 anos, sabe que esse "peso" paira sobre nós até hoje. Sempre tem alguém que comenta "Mas você não quer ser mãe!? com uma pontada notória de indignação). Se a intenção de Charlotte foi ser irônica, ela não conseguiu ou eu que não percebi.
Outra coisa que me incomodou foi o fato de todas as mulheres de Herland serem brancas, como se rolasse uma eugenia no país. Para quem não sabe, a eugenia busca promover a evolução do ser humano a partir das características hereditárias como, por exemplo, uma supremacia dos brancos. Sim, se você pensou em Hitler, é por aí. Neste sentido, falta representatividade às mulheres negras em Herland e achei uma falha grave de Charlotte, já que ela própria lutava pelos direitos nas mulheres negras.

Sobre a estória em si, não espere ação nem um clímax. A narrativa caminha devagar, é composta predominantemente de diálogos entre os três homens ou de pensamentos de Van. O livro parece mais um estudo do que um romance e, por isso, pode desanimar alguns leitores. No entanto, leia este livro com foco nos debates entre os homens e as mulheres, pois é disso que ele se trata.
É uma leitura que recomendo. Se você já leu e quer debatê-lo comigo, é só me procurar nas redes sociais.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2019/01/literatura-de-res-peito-herland-terra.html
Carla 15/11/2019minha estante
Super concordei com a sua resenha. Também não entendi a ironia, se ela teve essa intenção. Além da ausência das mulheres negras, tbm achei falta de mulheres que não estão no padrão "altas e magras".
Acho que o texto é um bom começo para as discussões sobre gênero, mas nem de longe suficiente ou profundo.




Daniele.Maciel 23/09/2018

Uma nova sociedade
Amei esse livro. Imagina uma terra só de mulheres na qual a maternidade em sua essência é o objetivo maior da sociedade que ganha um aspecto coletivo. Isso se confronta com a visão da nossa sociedade sobre o ?papel? da mulher em diferentes aspectos. Recomendo
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Delirium Nerd 21/08/2018

As sociedades matriarcais na incrível obra de Charlotte Perkins Gilman
Conhecida pelo conto de horror O Papel de Parede Amarelo, no qual utilizou muitas experiências dolorosas em que fora vítima do machismo, para dar vida ao arquétipo da insanidade vinculada às mulheres ao redor do mundo, a escritora norte-americana e militante feminista Charlotte Perkins Gilman delimitou o que seria o mundo perfeito para as mulheres na novela utópica de título Herland – A Terra das Mulheres. Na obra, três estudiosos, todos homens, decidem fazer uma viagem à Terra das Mulheres e conhecer um sistema de vida totalmente novo para eles: um país cuja sociedade predominantemente matriarcal e autossuficiente tem muito a ensinar aos forasteiros do ocidente, cheios de pensamentos misóginos que aos poucos vão sendo desconstruídos e dão lugar às maravilhosas discussões acerca de empoderamento feminino, maternidade, religião, sexualidade, política e educação.


Mesmo tendo sido escrito no século passado, a obra de Gilman é atualíssima: levando em conta as precariedades de uma sociedade patriarcal, quantas mulheres já pensaram em quão melhor seria o mundo se elas fossem valorizadas e autoras de suas próprias vivências? Quão maravilhoso seria poder andar às ruas sem medo de ataques, ou poder exercer a profissão que desejassem sem a divisão entre “trabalhos de homem” e “trabalhos de mulher”? Herland, título que carrega o pronome feminino “her” (ela/dela, e “land”, “terra”), aborda tais questões e vai ainda mais à fundo, fazendo com que a leitora não desgrude do livro até o fim da última página.

Terry O. Nicholson, um jovem com sede de aventuras; Jeff Margrave, o entendedor de botânica; e Vandyck Jannings, o sociólogo, são amigos de longa data que decidem, em um dia, conhecer o misterioso País das Mulheres. O livro começa quando eles chegam aos limites do local e, ao avistarem um rio, vêem uma água de coloração avermelhada e azul; passam, então, a teorizar sobre a personalidade das pessoas que lá encontrariam.

Há sempre uma sensação de desconfiança pairando no ar, pois para as próprias personagens e para os moradores dos arredores do país, as habitantes seriam selvagens. Terry, o mais inconveniente do grupo, promove discursos extremamente misóginos ao idealizar um harém, no qual conquistaria todas as mulheres e as teria aos seus pés, tornando-se rei do país (sem contar que para ele, as mulheres são objetos descartáveis).

Jeff é o romântico do grupo e levanta a bandeira da mulher idealizada e submissa. Vandyck, o mais ponderado dos três, por mais receoso que estivesse ao conhecer uma sociedade jamais conhecida por homens de seu país, procura manter a calma e agir com empatia ao adentrar o local visto como sagrado e intocável. Os três acham impossível a não existência de homens no lugar, apesar de tudo o que lhes fora contado antes da viagem; mas a revelação se cumpre quando, ao avistarem pelo biplano largos campos verdes, vêem diversas mulheres de todas as formas e idades, curiosas com a chegada dos verdadeiros estranhos.

O que os assusta ao verem de perto as habitantes do país das mulheres, em um primeiro contato, não é nem tanto o fato de todas possuírem cabelos curtos – e pouco femininos, na opinião deles – ou as vestimentas sem demarcação de gênero: a cordialidade e serenidade com as quais são observados e recebidos é o que destoa da ideia que construíram antes da chegada; ao esperarem brutalidade, aspereza ou até um fascínio pelo sexo oposto vindo da parte das mulheres, os exploradores reforçam um ideal muito difundido nos países colonizadores, de que mulheres são necessariamente nervosas e histéricas quando não possuem contato com a “civilização”, ou em um extremo oposto, entregam-se facilmente aos fascínios que o homem branco oferta; à partir de então, preconceitos e idealizações deturpadas começam a desmoronar e dão lugar a uma série de magníficos aprendizados acerca de um verdadeiro paraíso criado pelas ancestrais delas.

Leia na íntegra:

site: https://deliriumnerd.com/2018/04/10/herland-a-terra-das-mulheres/
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