@thereader2408 31/07/2021Um pouco mais sobre a mulher que tocou o terror para o FBI em 1970Você já ouviu falar de Angela Davis? Militante negra, intelectual, professora e já foi uma das mulheres mais procuradas pelo FBI. Esse foi meu primeiro contato com os escritos da ativista política Angela Davis e reúne uma seleção de artigos, discursos e entrevistas realizadas entre 2013 a 2015 e foi organizado por Frank Barat. Esse livro é uma boa introdução para a obra de Davis que é publicada no Brasil pela editora Boitempo.
O livro é curto e tem menos de 140 páginas, o que acredito ser ideal para iniciantes, como eu, nos pensamentos da Angela. O livro traz reflexões sobre lutas históricas do movimento negro, feminismo, luta contra o apartheid na África do Sul, abolicionismo prisional (eu preciso ler mais sobre isso aqui), luta na Palestina, violência contra mulher e violência do Estado. Achei muito interessante quando ela discorre sobre o papel masculino na luta feminista.
Angela milita contra o encarceramento em massa desde quando foi integrante do grupo político Panteras Negras e em 1969 foi considerada terrorista pelo FBI, ela tinha 24 anos, foi presa e quase condenada à morte. Esse julgamento é famoso e mobilizou gente do mundo inteiro, inclusive John Lennon e os Rolling Stones se manifestaram pedindo a liberdade de Davis. Ela foi inocentada e assim que libertada passou a militar contra a pena de morte e prisões arbitrárias.
O livro apresenta um pouco mais sobre a saga de Davis contra diversas formas de opressão, algumas palavras tiveram um significado especial para mim em virtude do momento crítico que estamos passando, onde muitas das vezes tenho que lidar com um grande desânimo em relação a todo esse retrocesso na política, economia, na ciência...Alguém conseguiu acessar o Lattes hoje? É triste viu...
"Não acho que tenhamos outra alternativa senão permanecer otimistas. O otimismo é uma necessidade absoluta. O que tem me mantido atuante é o desenvolvimento das nossas formas de comunidade. Não sei se eu teria sobrevivido caso os movimentos não tivessem sobrevivido. Acho que essa é uma época que temos que encorajar a noção de comunidades. É na coletividade que encontramos provisões de esperança e otimismo."
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