Carol 26/07/2023
Penso estar sendo cruel dando 2.5 estrelas pra esse livro, o que de certa forma dá um crédito pra autora. Escrevendo certas resenhas passo a humanizar o autor, imagino se um dia ela entraria na sessão de comentários de seu livro e toparia comigo tacando a lenha no seu trabalho, e imagino se não ficaria triste com isso, se não levaria pro pessoal.
Acho que uma das vitórias desse livro é isso, acho que tenho certa dimensão da pessoa por trás das palavras.
Porém, o que me convenceu na livraria foi a crônica que batizou esse compilado, me emocionei até, e talvez a culpa seja minha, não sei medir expectativas. Mas pra mim, apesar de a origem ser a mesma, nunca mais houve um texto dela que tivesse o mesmo coração que este teve.
Em parte, senti que quando o assunto do dia não era uma reclamação a respeito de um tema, ele era uma resenha. Tem várias resenhas aqui: de Woody Allen, de Cigarettes After Sex, de Rita Lee, etc. enfim, legal, mas não foi o que eu pedi.
O que gosto no gênero da crônica é essa possibilidade de criar uma conexão com a pessoa que escreve, Gregório Duvivier diz que ao ler Antonio Prata, sentiu que ele era seu amigo de infância. E que ao conhecê-lo descobriu que na verdade deviam ser a mesma pessoa.
Não me tornei melhor amiga da autora, é como se ela fosse uma parente legal de conversar quando a família se reúne, mas que da muita trela pra aquele tio que sempre enfia política no meio do aniversário da sua avó e deixa todo mundo mau humorado.
Não sei, vou deixar o livro amadurecer na minha cabeça e na minha estante. E vamos ver quantas vezes ainda vou chamar essa minha parente pra jantar em casa.