Bárbara 26/12/2019Engenhoso!Crise existencial, culpa, infidelidade, sedução, busca da felicidade, humor. Tudo isso você encontrará na leitura desta obra, do autor argentino, sucesso de crítica. O livro é escrito em primeira pessoa, narrado por Lucas Pereyra, um escritor quarentão, em plena crise da meia idade, que decide fazer uma viagem de Buenos Aires a Montevidéu, ir a um banco e sacar 15 mil dólares, burlando o câmbio argentino, cuja inflação está nas alturas. A grana está curta, e esta é uma oportunidade de fazer o adiantamento da editora nos dois futuros livros a serem escritos render.
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Como uma espécie de confissão à sua esposa, Lucas conta sua aventura em Montevidéu, e seu encantamento por Magali Guerra, uma uruguaia misteriosa, que atiçou seus desejos, e que ele conheceu num festival literário. Com o casamento morno, trair a esposa era uma oportunidade de se sentir vivo e viril. Mas, o que era para ser um sucesso para Lucas, começou a desandar, e as coisas passaram a se acumular, tal qual uma bola de neve.
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Com escrita rápida, não há como não querer saber o que acontecerá com Lucas... se ele será desmascarado pela esposa, se os encontros marcados com Magali (que ele chama simplesmente pelo sobrenome - Guerra - para não despertar atenção) darão certo... A fantasia com uma linda mulher será concretizada? Ele conseguirá sacar o dinheiro com êxito? Apenas lendo para saber!
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Arrebatador e engenhoso, com algumas referências ao Brasil, o monólogo - que se desenvolve num período de 24 horas - traz um plot twist no final surpreendente. É bem possível que você conheça um Lucas Pereyra da vida real.
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Foi uma boa surpresa conhecer um autor contemporâneo latino-americano, vencedor do Prêmio Tigre Juan de melhor romance em 2017.
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