Maria Faria 01/02/2011
O outro lado da história
Memórias de Um Suicida é um livro excelente para estudo das conseqüências de um suicídio. Lendo esta obra maravilhosa aprendemos o que acontece com o espírito de um suicida. O suicida que nos conta a história é identificado como Camilo Botelho, mas já li em vários lugares se tratar de Camilo Castelo Branco, famoso escritor português. O orgulho e uma gradativa perda da visão fazem Camilo cometer suicídio e se ver no Vale dos Suicidas, uma espécie de Umbral onde os espíritos dos suicidas sofrem por anos e anos, até serem resgatados por espíritos de luz. Uma vez resgatados pelos Servos de Maria, são tratados, orientados e encaminhados para a reencarnação.
Histórias diversas são apresentadas. Analisando as dificuldades que cada um enfrentava antes de tomar tal atitude, imaginamos ser justificável o ato, mas ao longo da leitura, vemos que o suicídio é ato contra matéria que nos foi concedida para cumprir a passagem pela Terra. Ou seja, suicídio é ato contra os desígnios de Deus. Abreviar a vida é tentar ficar livre de responsabilidades expiatórias, por isso, o suicida sempre reencarnará para terminar de cumprir o que não cumpriu durante a vida que foi ceifada por seu ato.
O períspirito de alguns suicidas fica praticamente destruído com o ato praticado e esses necessitam reencarnar imediatamente como forma de curar a enfermidade que os acomete. Os que reencarnam sem possibilidades de escolha e sem se manifestarem, ocupam corpos com o intuito de sanar os danos de seu períspirito e, geralmente, nascem com defeitos físicos severos.
Aqueles, como o autor, que estão em melhores condições perispirituais, ficam internados em hospitais até se restabelecerem e, posteriormente, podem escolher entre a imediata reencarnação ou integração a uma escola no plano espiritual, para aprenderem lições de Moral, Religião, etc. Porém, não estarão livres de voltar à vida terrena para cumprir suas missões antes deixadas por medo e covardia.
A lição que o livro deixa sobre o suicídio é perfeita. Lendo a história de cada um aprendemos que ninguém é vítima, cada um recebe as expiações que merece e pode suportar. A única dificuldade enfrentada durante a leitura é o português bastante influenciado pela escrita de Portugal, mas isto não constitui empecilho para o bom entendimento da narrativa.