Resenhas - Favela Gótica

Carvalho 14/07/2021

Resenha - Favela Gótica
Fui convidado a ler esse livro e me surpreendi demais. Apenas premissa já me cativou de uma forma que deixou claro que eu iria ler esse livro todo em pouco.

"A maior das desgraças, se torna a mais banal quando repetida excessivamente"

Foi umas das citações do autor, Fábio Shiva, que mais me tocaram durante o livro.

Uma distopia lotada de críticas e "referências" sobre problemas da nossa sociedade, essa é uma história que te prende do começo ao fim, onde seguimos a personagem Lica, desde o começo de sua jornada, onde ela caminha ladeira a baixo, até entrar de cabeça numa cachoeira de problemas.

A cada capítulo o autor nos apresenta mais sobre aquele universo, novos personagens e novas histórias, uma mais interessante que a outra.

Apesar de ter momentos "perturbadores", Favela Gótica nos presenteia com uma estória muito interessante que vale a pena ser lida.


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14/07/2021

Cami 14/06/2021

Liana é viciada em Z (a droga final, a pior de todas, que acaba tornando seus usuários em zombies) e para conseguir pagar pelo seu vício acabou entrando no meio da prostituição e roubo. Lica passa por poucas e boas para conseguir sobreviver todos os dias em um mundo animalesco e podre. Assassinato; preconceito; vício; traição e crueldade são só o começo para sua sobrevivência.


Esse livro foi uma surpresa muito positiva, a escrita do autor é de certo modo muito boa, a história me prendeu bastante. A construção do mundo e dos personagens são sensacionais, os acontecimentos do livro são de explodir a mente, gostei muito de toda a reflexão do livro em geral sobre a realidade do mundo atual. Alguns pontos da história e até mesmo o final são um tanto confusos, mas eu acho que faz parte de toda a experiência do livro, foi uma ótima leitura.

Lary 02/04/2021

Recomendo a leitura, mas já aviso de antemão que, a obra pode deixar-lhes com uma sensação de nojo e repulsa perante as mazelas aqui, competentemente descritas pelo autor Fábio Shiva. Favela Gótica nos convida a tomar um soco no estômago enquanto prosseguimos nas páginas de textos ágeis e ácidos a descrever a transparência da corrupção no Brasil e a vida das vítimas sob as consequências desses atos e desleixos. A metáfora usada de forma inteligente neste livro denuncia e expõe os detalhes já óbvios, no entanto nem sempre vistos pela sociedade, infelizmente é um tipo de livro que certamente não agradará à todos, principalmente os que, de certa forma não ligam, ou agem indiferentemente à situação caótica da famigerada sociedade brasileira como um todo.

Yuririn 26/03/2021

Fui convidada para ler este livro e adorei
A história é descrita de tal modo que tornou as cenas muito vívidas e me cativou bem rápido. Temas sociais foram abordados e misturados com elementos da ficção deixando a narrativa interessante e bem encaixada no mundo criado. Porém, o final me pareceu meio apressado. Fiquei com gostinho de quero mais em relação a alguns pontos da história e me perguntei: "tá, mas e agora, o que acontece? E em relação àqueles personagens, o que houve?". Algumas das minhas curiosidades, principalmente em relação ao final, não foram sanadas, mas este livro da literatura brasileira me surpreendeu; a leitura foi envolvente do começo ao fim e as descobertas sobre os Registros Akáshicos, as narrações e conspirações foram bem legais.

Joao.Almeida 16/03/2021

Desde o início já somos inseridos em uma atmosfera pesada e densa onde acompanhamos a vida de Lica, uma jovem dependente química da substância aqui denominada Z, e de cara somos apresentados à diversas situações presentes na atualidade como o: tráfico, a prostituição e a violência. Assim, o autor utilizou muitas criaturas fantásticas para fazer alusões a indivíduos da nossa realidade, um exemplo é denominar como zumbi o indivíduo que existe apenas para satisfazer sua dependência.
É necessário parabenizar Fabio pela sua capacidade em adicionar muitos elementos e mantê-los organizados. Inicialmente, estava receoso com a inclusão de entidades de universos diferentes, tais como: indivíduos acometidos pelo mal de Circe que pertencem a mitologia grega e os zumbis que são uma criação bem recente. Desse modo, fiquei surpreso ao presenciar essa coexistência funcionar.
Ademais, um ponto negativo seria o tamanho do livro. Ele é bem enxuto e é possível terminá-lo rapidamente, contudo, o universo criado é muito complexo e cheio de desdobramentos. Logo, senti que a obra foi um pouco compactada e ela poderia ser melhor desenrolada. Leria facilmente mais 5 livros dessa trama.
Pensei que seria apenas uma história de terror, mas fui surpreendido com as críticas sociais e pela construção dos personagens.

Carolina Zaghi 15/03/2021

Leiam, só leiam
Que livro fantástico! A escrita é tão gostosa que fica fácil imaginar cada cenário e cada detalhe. Além de ter uma profundidade social e crítica em cada cantinho. Te prende do início ao fim. Cada início de capítulo tem uma imagem e um resumo que inicialmente não fazem sentido mas depois de ler o capítulo e voltar para essa página você entende tudo! Tudo se encaixa e faz sentido! Recomendo demais!

Ayumi.kimura 11/03/2021

Antes de tudo gostaria de agradecer Fábio, por momentos tão intrigantes e aventurosos, uma mescla de sensações, daquelas que muitas vezes é tão difícil digerir. Realmente eu não li a sinopse antes e mergulhei sem saber do que se tratava e lógico que logo pude perceber que seria algo que nunca iria saber se fosse pela capa do livro. E a cada momento que você vai lendo, vai se deparando com novas ideias e concepções que você se questiona onde o autor quer chegar. Enfim onde a fantasia e a realidade se misturam e fica o questionamento: o que é real e o que é fantasia.

Paul Law 22/02/2021

Você é um bebezê, cheiroso ou zumbi?
Favela Gótica do escritor Fábio Shiva foi lançado em 2019 pela editora Verlidelas e é uma história alucinante. Nele acontecimentos inusitados em uma realidade paralela peculiar misturados à atmosfera degradante levam o leitor a uma viagem inesperada e única. Nas 276 páginas do livro, acompanhamos a personagem Liana ou Lica e as consequências de sua dependência pela droga Z.

A história começa com Liana acordando no barraco que divide com Samara, Galego, Mandrá e tio Biu já sentindo os efeitos da falta do tóxico. Logo surge a oportunidade para descolar algumas hóstias (o nome da cápsula de Z) com tio Biu que pede a ela para busca um tanto de maconha na boca do alto comando dos jacarés (que são jacarés mesmo!) para um playboy qualquer. A ideia era enganar o comprador da massa e usar toda a grana dele para comprar Z para todos do barraco. Contudo, o plano falha, na hora de voltar para o cafofo o playboy percebe o golpe e exige o seu dinheiro de volta. Há confusão, o sujeito morre e Samara se transforma em zumbi. Zumbi é a fase final da dependência de Z em que o usuário fica violento e devora cérebro humano. Liana foge do lugar e é aí que sua aventura começa de verdade.

O texto de Shiva é sem frescura. Ao mesmo tempo que conta a história de Liana vai disponibilizando textos explicativos sobre a ambientação, chamados de "registros akáshicos. No final esses texto que parecem desconexos com a trama central se unem. Isso é bem criativo. Aliás, criatividade é a palavra que bem define o autor, já que seu mundo é formado por criaturas "não humanas" e eventos catastróficos que culminam numa aventura surpreendentes. Espere encontrar de quase tudo no que diz respeito a fantasia e ficção. Considere, também, não fazer ideia do que vai acontecer no capítulo seguinte. Isso é muito bom!

Cada capítulo do livro é aberto com um desenho do autor e uma breve explicação do que encontraremos pela frente na leitura. Fique tranquilo, pois os resumos do que virá não são antecipações substanciais. São mais como um norte mesmo. Outro ponto positivo em "Favela Gótica" é o estado decadente do mundo da periferia. A divisão social que existe é bem nítida e a realidade paralela do livro não é tão distante da nossa nesse quesito. Favela continua sendo favela ainda que tenha jacarés e lobos.

Resumindo: um livro autêntico com uma história envolvente e sem rodeias; de cunho social e fantasioso ao extremo. Com desenhos, explicações, acontecimentos e personagens mirabolantes. Boa pedida para quem assim como eu gosta de originalidade.

No fim ainda vamos saber do que o Z é feito.

Fica a resenha e a dica.

site: http://paullawblog.blogspot.com/2021/02/favela-gotica-de-fabio-shiva.html

Yasmin.d.Leon 16/02/2021

Ficção Fantástica da vida real
Humor sutil numa história que -eu temia um pouco no começo- poderia ser uma daquelas críticas sociais dramáticas pesadas. E é uma crítica social, mas com uma visão bastante original, com ares de fábula, e que me trouxe memórias da Laranja Mecânica, Matrix e Borges.
Nessa alegoria, encontramos animais antropomórficos e outros seres que representam certos personagens familiares no nosso dia a dia, por isso no título decidi fazer a descrição de ficção fantástica da vida real, como exemplo temos os zumbis e os endemoniados, que na história, mesmo sendo criaturas diferentes, me lembraram de uma notícia anos atrás sobre uma droga que fez um homem agir essencialmente como um zumbi endemoniado que arrancou/comeu a cara de um homem na Flórida (escolhi um exemplo bastante dramático, eu sei). Tudo isso contribui para que essa realidade alternativa nos seja tão familiar, pois basicamente é a nossa.
Temos também outros aspectos bastante interessantes no livro. Primeiro, a escolha de introduzir certas notas que precisamos para entender alguns eventos/situações desse mundo como vindas dos registros akáshicos, coisa bastante conveniente que, na minha opinião deixou o texto muito mais dinâmico e ajudou para que no final a história viesse a ter um sentido completo, do começo ao fim. Outra coisa é a história em si. A protagonista passa por todas as aventuras possíveis e impossíveis, mas sem ser cansativo; de fato, os acontecimentos, mesmo fantásticos, nunca parecem forçados, senão naturais.
Minha única crítica talvez seriam alguns momentos (como quando ela se encontra com as freiras ou no hospital) que poderiam ter tido um desenvolvimento maior, umas descobertas mais lentas, mais sutis.
Leitura recomendada, especialmente para os fãs de fantasia urbana.

Ellen 10/02/2021

Li "Favela Gótica" porque o autor entrou em contato comigo através do Skoob e me propôs a leitura. Terminei a leitura há alguns dias e fiquei com a história na cabeça, tanto que recomendei o livro a alguns amigos.
Apesar de ser um livro pequeno, a narrativa é complexa e de uma crueza que sacode o leitor em alguns momentos. Mistura de Matrix, Divergente e outras histórias nas quais nada é o que parece, ou o que aceitamos como realidade na verdade é uma farsa. O final é surpreendente.
Gostei do livro e recomendo.

Rick 07/02/2021

Favela Gótica [Resenha]
Páginas: 276

Ano de lançamento: 2019

Nacionalidade: Brasileira

Editora: Verlidelas

Autor: Fábio Shiva

Gênero: Distopia, fantasia, ficção, romance.

Sinopse: Bem-vindos a uma realidade alternativa, onde a monstruosidade cotidiana da cidade grande é revelada em toda a sua crueza e crueldade. Um lugar onde os policiais se transformam em lobos quando a noite cai, onde os políticos são vampiros centenários e os viciados são zumbis, dominados por uma droga que provoca o irresistível desejo de comer cérebros. Uma metrópole infestada de criaturas sinistras: ogros, gárgulas, vermes do pântano, endemoniados e seres bestiais acometidos pelo Mal de Circe, que faz vir à tona o lado animal de cada um.
É nesse dantesco cenário que vamos encontrar Liana, uma jovem zumbi em sua árdua jornada das trevas da ignorância para a luz do autoconhecimento. Nessa aventura, ela precisa enfrentar os monstros externos e internos se quiser conquistar o grande prêmio: descobrir sua verdadeira natureza; e, assim, cumprir sua missão. Tudo isso em meio a uma trama de assassinato, perseguição e muitas reviravoltas, que envolvem misteriosos seres interdimensionais e um asteroide em rota de colisão com a Terra.
Uma história onde a fantasia é tão apavorante que chega a se confundir com a mais pura realidade.

E marcando meu retorno as leituras da minha meta pessoal, venho aqui trazer para vocês um livro que me foi recomendado pelo Skoob (Clique aqui para visualizar o perfil do livro) (aqui o perfil do Fábio Shiva, autor do livro) e que me chamou a atenção por ser uma obra brasileira. Não estou acostumado a escrever longas introduções, então vamos ser diretos.

Inicialmente a intenção realmente seria comentar capítulo por capítulo, porém quando comecei a leitura perdi a grandiosa oportunidade por cada capítulo já estar resumido em poucas palavras preparando o leitor para conhecer melhor o terreno. (Isso me magoou profundamente, porém como sou um cara legal só senti a magoa depois de chegar na metade do livro). Então, para não perder o velho costume, bolei a seguinte forma de expressar meu comentário da forma usual: Separei os comentários pelas partes que o livro foi separado.

Das trevas… (per aspera)

De início temos Liana despertando no dia do seu aniversário sentindo a ânsia pela droga denominada Z, ela acorda num casebre semi-destruído pelo fogo e que estaria servindo de abrigo para sua “família” por aquele dia. O interessante de conhecer Liana desse jeito é o fato de que parece que entramos na cena completamente e estamos despertando com ela, mesmo que após alguns segundos de leitura chegamos a perceber que somos intrusos na história, ela está grogue ainda e toma uma atitude que alguns poderiam pensar que é repulsiva ou desesperadora: Catou com as mãos, dentro do vômito, o que não havia sido digerido das drogas da noite anterior.

Temos a citação de quatro personagens que farão parte da trama: Samara, Galego Miguel, Mandrá e Tio Biu, que não são descritos nesse momento. Descobrimos que o calçadão ao qual ela se refere é o lugar onde costuma se prostituir, pasmem, o começo do livro é leve com informações pesadas.

Gostaria de citar também o quanto amei uma coisa inicial no livro: Os Registros Akáshicos. Que são uma pequena introdução aos termos usados durante o livro, por exemplo zumbi. No primeiro momento temos logo a visão que o livro tratará de monstros mortos que saem para comer carne humana e de sobremesa um cerébro quentinho, porém se engana quem pensa assim. Aqui temos a condição final do usuário da droga e que admito, fiquei surpreso com isso.

Quando o playboy finalmente aparece, acompanhado do Tio Biu, sentimos que algo estranho vai acontecer. Ele planeja roubar o camarada que tem a intenção de comprar maconha e comprar tudo de hóstia (Registros Akáshicos), percebemos que essa história vai dar muito errado e logo no primeiro capítulo. Temos uma descrição da Baixa do asterisco. Quando chega na boca para pegar a droga, Liana tem que encarar dois jacarés, um que gosta de se engraçar pro lado dela e outro que a detesta. A conversa acalorada termina com um blefe;

Quando Liana volta para a casa, fica observando o playboy que acaba flagrando ela. Como um entusiasta bem ensaiado, Tio Biu começa a contar a desculpa esfarrapada que inventou para que ficassem com a droga, porém o cara não acredita. Querendo saber como ela escapou dos lobos, por fim acaba desistindo da ideia e querendo o dinheiro do avião de volta, mas então descobre que entrou num antro de zumbis. Com medo e desesperado pra ter o dinheiro de volta, afirma que vai contar a polícia que eles o roubaram e ameaçaram, o que acontece a seguir é ainda mais macabro: Tentando socar Tio Biu, acaba acertando a cabeça de Samara com a parte pesada do relógio, ela fica sangrando no chão. Galego Miguel da uma facada no playboy na altura do fígado, o deixando jogado no chão. Liana percebe que Samara é uma zumbi. Dá as drogas para Tio Biu e então Samara esmaga a cabeça do playboy… Enquanto come o cerébro, deseja um feliz aniversário.

Liana então corre para a rua, onde acaba vomitando. Temos uma narrativa do que aconteceu na Fazenda Ômega. Ela se foca na proposta de sexo virtual multissensorial para se livrar do enjoo e da tontura, então decide ir para o Cinema Orxxx, onde dança de segunda a sexta. Pegando o caminho mais longo, ela começa a chorar pelo ocorrido. Descobrimos então que o Cinema Orxxx já tivera outro nome e hoje é o que alguns conhecem como cinema pornô… O livro realmente não para de surpreender em vários aspectos.

A garota tenta conversar com seu chefe para receber antes de dançar e assim comprar a droga para evitar a ânsia que está cada vez mais forte, porém ele nega. Ela detesta ogros e múmias, seu chefe é uma múmia, seus clientes ogros.

Liana, perdida em pensamentos por causa da ânsia, sai para a apresentação ainda molhada do banho e apenas de toalha. Sempre que se apresentava estava chapada de Z, por isso a apresentação daquele dia deveria ser bastante diferente para ela.

Ela nota uma gárgula deslizando pelas fileiras de poltronas e um grupo de ogros se aglomerando no banheiro masculino, os vermes do pântano que ali ficavam. Quando sua apresentação começa, nota que seu metabolismo está lento, seu corpo não acompanha o compasso da música, a plateia estava imensamente interessada, mas precisavam de algo mais. Ela canta, brevemente, antes de tirar sua única peça de roupa.

O item do Registro Akáshico referentes a fantasmas foi uma bela pegadinha.

A apresentação termina e a ânsia volta a atacar, imediatamente ela vai buscar o único meio de resolver isso: sendo paga. E ao receber o dinheiro e relaxar, algo inédito ocorre.

Liana então parte para o ponto de Z mais próximo, a cinco quarteirões de distância. Lá ela compra a hóstia e se encosta na praça para apreciar a leitura do jornal que foi obrigada a comprar junto. Ela decide então dar uma parada no Salsichas & Linguiças ou o famoso Podrão do Farofa, onde encontra com Priscila, que também trabalha no Cinema, que pede para que ela dê aulas de dança, pois aquela apresentação parecia mágica. Liana fica toda desconfiada (quem não ficaria? Nem amigas são) e Priscila pede uma hóstia pra ela, agora não restava nenhuma. O pagamento das aulas seria um programa feito por ela e o dinheiro seria entregue para Lica (como os amigos chamam Liana, já me dou essa intimidade também, com licença, obrigado).

Percebam também como a garota do início do livro conseguiu dar uma leve guinada na vida, de prostituta para cafetina. E desculpe se essa piada ofender alguém, apenas não vi outra forma de falar.

Um carro para com farol alto e Priscila já se adianta, porém um mau pressentimento toma conta de Lica e ela pede para que a “amiga” não vá. Tarde demais, eles jogam algo no rosto dela e depois partem em perseguição a Liana. Um dos rapazes consegue dar uma batida com um taco na garota enquanto ela corre e isso acaba também prejudicando os agressores, pois o carro bate na defensa da ponte. Mesmo assim eles não desistem, são três homens e uma mulher. Liana é agredida na ponte sem ninguém intervir.

Descobrimos que o líquido que foi atirado na cara da Priscila era ácido.

Outro fator interessante é que entre essas situações temos a tradução do termo endemoniado que se refere a pessoas que assistiram ao vídeo Dêmonio – o vídeo maldito e que é bastante profundo em toda a sua formação. Acredito que ali por si só daria uma ótima história para outro livro. A ideia é surreal.

Quando avistam a polícia percebem que é hora de encerrar com aquilo e fugir, mas os lobisomens já estavam perto demais. Eles se vêem acuados com a aproximação de três policiais, enquanto o quarto fica observando o corpo de Priscila. A prata não é uma ameaça para esses lobisomens da era moderna, na verdade, a prata parece ser o alimento da corrupção dos mesmos. Chanel inventa uma desculpa esfarrapada para os policiais afirmando que o que estavam fazendo ali era evitando uma briga entre prostitutas, porém Liana não se encontrava mais ali.

Ela se arrasta pela lateral do rio, após descer a escada lateral da ponte, e encontra com o rei do rio, um elemental, que não está ali para machuca-la. A garota recebe então o direito de fazer um pedido e pede logo hóstia… Garota, você foi espancada, está sangrando, uma costela quebrada… Tem prioridades, não?! E ainda se sente ofendida quando o rei do rio oferece pra ela uma plantinha que está do lado, ela logo pensa que é maconha.

Liana finalmente consegue chegar perto do cafofo, mas o que vê a deixa em alerta. Um camburão e uma viatura paradas na porta de casa e só então ela se dá conta de que havia se esquecido do que aconteceu ali. Um dos cinzentos sai carregando um grande saco preto, logo outros dois aparecem saindo também com sacos idênticos e cheios. Tio Biu está tentando convencer os lobisomens de algo, até que finalmente a vê.


Tio Biu, após levar uma coronhada, continua afirmando que viu a Lica, a garota que os policiais estão procurando. Ela, em choque, consegue fugir a tempo e decide que precisava falar com Godizila imediatamente.

Um dos jacarés começa a levar Lica ao encontro do tão famoso Godizila, o rei da favela, porém ela tem uma pequena surpresa ao descobrir que Godizila é uma mulher. A mensagem que a garota tenta transmitir, mesmo com medo e a ideia sendo totalmente maluca, parece ter o efeito esperado por ela, a comoção é intensa em todos os jacarés e Godizila se impressiona com a coragem, louca e despropositada, que essa menina poderia transmitir.

Se todos os zumbis desaparecerem, os jacarés não poderão continuar a traficar e logo nenhum rendimento aconteceria. Quando cai na piscina, sua tatuagem fica a mostra. A grande sensação do Cinema Orxxx, a preciosa garota fantasma. Godizila imediatamente a coloca sob sua guarda, lembrando de uma dívida de sangue com os fantasmas. A Rainha pede para que Croc monte uma escolta para a menina, que deve partir pela manhã.

Com a reunião encerrada, Godizila manda que a menina se prepare para sair de lá naquela mesma noite. Iuri irá guia-la em segurança. Com o pedido ousado por hóstias, a rainha percebe que aquilo não era fingimento, um bebê-zumbi… Uma decepção.

… Para a luz (ad astra)

Lica, nervosa pela demora do ônibus e após consumir algumas magrelas, decide se mandar andando para onde quer que fosse. Seguindo sempre a pista, a garota fica remoendo os últimos acontecimentos, não lembra de como ou com quem pegou as hóstias, apenas lembra dos lobos. Estava fugindo… Fugindo de todos eles. Até que se depara com a entrada da Fazenda Ômega.

Registros Akáshicos Item nº 2,31 x 10-23 IRMÃS BONDADE, narra um pouco sobre a história da origem da Fazenda.

Liana desmaia na frente da fazenda e fica indo e voltando na consciência. Quando finalmente acorda, está na enfermaria. Em sua breve fase de lucidez ela nota como a enfermeira é feia… Na segunda vez que desperta, percebe que a enfermeira está tocando em suas partes íntimas, mas não é o que ela está pensando. Infelizmente, a garota já havia deixado de ser um bebê zumbi e não conseguia mais ingerir a droga oralmente, sendo a única opção transformar a droga em supositório. Quasie era seu nome.

Lica, desesperada para continuar fora do rastro dos lobos, pede a Madre para ficar trabalhando na Fazenda, já que não tem outro lugar para ir. Ela e Quasie irão começar a trabalhar na produção de balas de gengibre;

Quando Quasie precisa ir a cidade, Liana é deixada sozinha no galpão. Irmã Berta, uma das freiras, aparece e pede para que ela a acompanhe e seguem em direção a capela de madeira sombria, que Quasie a proibiu de ir. Um segundo depois, a Irmã utiliza clorofórmio na garota.

A canção da capela sombria não será aqui inclusa.

Liana consegue escapar e parte em direção a um viaduto, que já tem algumas crianças “ocupando” o espaço. Ela pode dormir em troca de contar histórias. Na manhã seguinte, ela juntamente com a molecada, parte para a vida de crimes menores.

Tio Biu reaparece e conta o que aconteceu depois que Lica saiu da favela corrida. Os cinzentos capturam todos.

Todos acordam numa espécie de jaula individual. Duas crianças são absorvidas pelos servidores. Para a surpresa de Lica, Priscila ainda estava viva… Ou o que restava dela. Ajudando ela e o restante das crianças a escapar, convida Liana para matar a ânsia de Z. A revelação do que é feito a droga choca Liana, o que faz com que ela caia novamente nas mãos dos cinzentos.

Mauro Nelson diz que a pobre garota tirou a sorte grande, que ela seria salva pelo médico Arquimedes Gouveia e que o próprio foi quem conseguiu um dos melhores quartos do hospital popular…

Considerações finais: A resenha foi editada em diversos momentos, constando pouco mais de 24 revisões. O motivo? Leitura aos trancos e barrancos. Ao iniciar a leitura alguns dias depois de receber o livro digital, dia 02 de outubro de 2019, foi que percebi que minha vida de leituras estava complicada demais para tentar um livro novo. Isso não impediu, claro, de continuar tentando, mas sempre dormia antes de chegar a alguma parte que me mantivesse estático.

Por esse motivo o livro não é interessante? Pelo contrário, algo me dizia que seria interessante o suficiente para dar uma chance. Utilizo aqui um exemplo (numa grandiosa diferença de tipo literário) o livro O Senhor dos Anéis – A sociedade do Anel, quando iniciei essa leitura não conseguia ficar focado, sempre preferindo fazer outra coisa. Foi com muito esforço que consegui concluir algumas metas de leitura diárias (20 páginas por dia) e não é que me surpreendi? O livro me envolveu de tal forma que não consigo informar de qual página essa meta desapareceu. Devorei ele de forma voraz e assim continuo até hoje, sempre relendo e me maravilhando cada vez mais.

Então a chance para Favela Gótica foi dada, só faltava o gatilho, a chave mestra da mente para a leitura fluir. Talvez ela tenha acontecido durante a apresentação da Lica no Cinema Orxx ou na conversa com Godzilla, só posso afirmar que as duas situações me deixaram com gosto de ler e continuar.

Parei a análise na cena do hospital, por não ter mais motivos para ir entregando spoilers antecipadamente. Principalmente com o final do livro tão próximo. Pouco depois da conversa com Mauro Nelson, temos uma série de informações e possibilidades que poderiam levar ao fim da história, porém achei que de certa forma seria precipitado demais acabar daquele modo.

Enquanto as trevas não pareceu demorar mais do que um dia, a luz perdemos o fio do tempo. Isso me deixou perdido em alguns momentos, porém não deixei de lado a leitura. Os fantasmas foram realmente importantes depois da primeira referência a eles, porém achei que poderiam ser mais explorados. Sobre o final? Não posso dar uma opinião de grande entusiasmo, esperava um clímax totalmente diferente.

Não digo que não foi bom, só não foi a contento. Esperei ansioso por um momento que nunca chegou. E claro, após tudo o que a Lica passou, ser apenas uma hospedeira que liberaria os outros naquele lugar a tornou, mesmo que durante um capítulo, uma personagem desinteressante. Sem mais a comentar, deixo aqui nessas considerações finais o meu apreço pela obra e o prazer de ter lido.

Nos vemos na próxima vez que algo no mundo não estiver correto? Quem sabe…

site: https://codinomesilver.wordpress.com/2021/02/04/favela-gotica-resenha/

Micky 03/02/2021

Simulação grotesca
Obrigado, Fabio Shiva, desculpa a demora. Bom, finalmente li, hehe. E, posso falar que bizarro é seu codinome, pensa, numa história tensa, bizarra, grotesca. Pensa numa história que toca na ferida, e empurra o dedo sem dó. A que a aparente podridão existente por toda parte da história, não é tão diferente da podridão da nossa história. Muito bem escrito, você não quer parar de ler. Por vezes é difícil entender, faz parte, quem gosta de bizarrice, tem estômago, leia, leia, leia. Mas se prepara, rs. E será que a realidade é uma apenas um simulacro doentio? Essa é simulação grotesca? Qual é a verdade? Se há outra realidade, é melhor? Ou não?

Leonardo 23/01/2021

Surpreendente
Achei o livro muito diferente, no bom sentido! Faz paralelos muito inteligentes com a nossa sociedade, bastante visceral, cativante, gostei muito da estória toda. Vários momentos que chocam o leitor com a crueza das situações mas tudo bem encaixado e escrito.
Uma grata surpresa!!

Saulo Barreto 04/01/2021

Bom Livro
Favela Gótica é uma obra que recebi do autor em um contato aqui mesmo pelo Skoob e que sua sinopse me chamou a atenção que a pulei em várias posições em minha lista de leituras futuras.
Esta obra nos mostra um conto que poderia muito bem ser uma descrição da nossa sociedade atual sem nenhum exagero. AS comparações vão muito além da nossa força policial e dos infelizes dependentes químicos.
Quando fui pesquisar sobre a obra, antes de colocá-la na minha lista de leitura, vi algumas pessoas reclamando que há uma nserção de muitos personagens no conto. E realmente há muitos personagens, porém, não é nada negativo. Estes personagens possuem um background. Há explicações de como sofreram as "mutações" ou como chegaram aos estados críticos descritos.
A parte em que a personagem principal vai ao encontro das freiras é um tanto corrida, mas não atrapalha o andamento da narrativa.
Recomendo a leitura do capítulo final com bastante atenção para ter um entendimento total do mesmo.
É uma obra que li rapidamente e que deixo recomendação.

yas 22/12/2020

Fico muito grata ao Fábio por ter me contatado e dado a oportunidade desta leitura tão contemporânea e necessária.

A obra como um todo é inovadora e exala autenticidade. Em uma mistura, ao meu ver, de distopia e terror, o enredo te prende e provavelmente eu teria lido mais rápido se não fosse minha meta de leitura.

Confesso que é preciso ter estômago para passar por muitos trechos porém isso não é um impedimento para o aproveitamento da história que se torna viciante a cada capítulo.

A fantasia também me agradou demais e não podia parar de me impressionar com os novos personagens que apareciam na trama e com os caminhos que Lica seguia.