Thai Zavadzki (@meowbooksblog) 19/04/2021
Bonzinho, mas...
É, essa sinopse fornecida pela editora não fala muito do que o livro realmente é e eu já queria começar reclamando por aí.
Indicação de alguém não é sinopse, por favor, editora Valentina.
Mas ok, para resumir a premissa do livro: nós acompanhamos basicamente dois personagens centrais nessa trama: Tavinho e Iaúna. Tavinho é um menino que vive com a mãe, seu pai foi assassinado em um latrocínio*, o que causa um grande vazio na vida dele, e, digamos assim, ele não é uma pessoa muito inteligente. Na verdade, eu diria, de forma leiga, que ele tem uma espécie de déficit de atenção. E isso afeta bastante ele, por não conseguir se sentir encaixado, por sofrer certa discriminação de seus colegas da escola? Enfim, ele é um adolescente bastante inseguro.
Do outro lado, temos Iaúna, uma índia que foi ?resgatada? pela mãe do Tavinho, Cristina, quando era mais nova. A tribo dela foi massacrada e ela precisava de algum lugar para acolhê-la, então conhece Cristina quando a mesma estava fazendo uma espécie de excursão e assim, ela vai para São Paulo e vira governanta, primeiro dos pais de Cristina, depois da própria. Nisso, ela se apega muito a Tavinho, considerando-o quase como um filho. Vendo o sofrimento do menino em relação a aprendizagem, Iaúna decide ajudá-lo com um elixir de sua tribo. Um líquido com ingredientes bastante perturbadores que colocarão a moral de Tavinho na balança.
Iniciando a resenha pelos pontos positivos: Eu gostei dessa abordagem em cima das questões indígenas. É o elemento que mais se destaca no enredo, sem dúvidas. Apresenta umas coisas diferenciadas e traz questionamentos interessantes, que de fato nos fazem pensar nas nossas vidas e escolhas. Sobre até onde nossas escolhas realmente são nossas.
As cenas mais drásticas são bem escritas e causam o desconforto pretendido, o desfecho é bastante intrigante com alguns plot twists interessantes que eu só fui desvendar poucas páginas antes de serem esclarecidos.
No entanto, em outros ângulos, o livro é muito fraco.
Personagens vagos, diálogos extremamente genéricos e caricatos (mesmo!), tanto que estou exausta de elogios em aumentativo (gatão, bonitão?), escrita cansativa, com momentos simplesmente desnecessários, que não adicionam nada a nada, e o pior: que tomam muito espaço na narrativa.
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