Torto arado

Torto arado Itamar Vieira Junior




Resenhas - Torto arado


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lu.comin 09/05/2022

Não foi amor à primeira vista
Confesso que, nas primeiras páginas,  me perguntava o motivo do livro ser tão festejado. Mas à medida em que avançava na leitura, mergulhava cada vez mais fundo no universo construído pelo autor e ficava cada vez mais evidente a força e qualidade da narrativa. Não é uma história de muitas ações. É uma história de personagens.  Das protagonistas às personagens secundárias, todas belissimamente construídas. Destacam-se três figuras femininas. Três forças da natureza.  Mulheres que representam a coragem e resiliência, mas também representam a crueldade e injustiças sofridas pelos povos que vieram para o Brasil escravizados e seus descendentes ate hoje invisibilizados. É doloroso pensar que essa história ainda poderia acontecer nos dias de hoje, em várias partes do país. Enfim,  Torto Arado é mesmo um acontecimento.
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Amyjuby 29/11/2023

Idéia de girico colocar uma faca na boca em.
Essa foi uma leitura que enrolei um pouco para fazer,(por pura preguiça mesmo). Mas, posso afirmar que foi muito boa.

Não vou mentir dizendo que não achei algumas coisas meio irreais nesse livro. Mas claro que muitas das temáticas dele são muito reais e relevantes.

Eu gostei, foi uma leitura fluida e bem construída, e que me cativou logo no início.
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júlia. 24/05/2024

Vai virar facilmente um clássico!
A sutileza e profundidade que o autor escreve encanta qualquer leitor! os capítulos curtos tornaram a leitura mais dinâmica e me fez ficar mais imersa ainda. quando chegou no último capítulo, eu tava questionado o porquê dele ter escolhido aquela narradora, mas na última página entendi tudo! senti tudo junto aos personagens. apenas lindo lindo lindo!!!!
ValAria34 24/05/2024minha estante
Concordooo


ValAria34 24/05/2024minha estante
Tb me senti assim


Elaine848 24/05/2024minha estante
Sim,Vdd!!! ??


Elaine848 24/05/2024minha estante
Amo esse livro ??




Arlefe_ 27/08/2021

A PERFEIÇÃO EXISTE ?
A narrativa PERFEITA, os personagens PERFEITOS o livro é PERFEITO. Tds deveriam arrumar um tempo pra ler esse livro pq na real, ele é realmente perfeito, n é nem um exagero ELE É PERFEITO!
edurezende 27/08/2021minha estante
quero muito ler esse livroo


Arlefe_ 27/08/2021minha estante
Ele é perfeito. N me canso de dizer isso ??


Camila 27/08/2021minha estante
Essa é a melhor resenha, porque não tem o que falar além de que ELE É PERFEITO


Arlefe_ 27/08/2021minha estante
É sobre isso kkkkkk




Valentina 07/02/2024

Era um arado torto [...]
Torto arado, uma homenagem aqueles que se foram e não ficaram na memória, uma saudação aqueles que lapidaram a terra em que vivemos, e um grito a tantos anos de sofrência e repressão.
Honre a terra em que pisa, honre aqueles que vieram antes de você, e faça da força um grito de guerra que vinga os teus.

:este livro não é só mais um qualquer, Itamar jorra brasilidade
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marcelo 05/05/2022

Vale a pena
O sucesso editorial de um livro brasileiro nos tempos atuais já é um trunfo. Além disso, é uma narrativa bonita e real, recheada de detalhes que fazem parte da história do nosso país.
Mimi Macedo 05/05/2022minha estante
Comecei ontem. Já impressionada no primeiro capítulo


@cacaleitura 05/05/2022minha estante
quero mt lerrr!




Janaina Edwiges 27/08/2022

A voz dos que mais sofrem!
Bibiana e Belonísia são as vozes que ecoam ao longo das páginas sensíveis e cruas de Torto arado, expondo todo sofrimento do povo do campo. Um povo que habita uma terra hostil - de sol perene e chuva eventual - que trabalha arduamente, mas não recebe salário. Um povo que é vítima de constantes maus-tratos, sofre preconceito, não tem direito à assistência e acesso à educação.

Torto arado é a nossa história. Torto arado representa o nosso Brasil. Um país tão rico, mas que não proporciona uma distribuição igualitária de renda, ocupando um lugar na vergonhosa lista dos dez países mais desiguais do mundo.
Fabricio268 28/08/2022minha estante
Janaína, você acertou em cheio quando comentou sobre a riqueza do Brasil. Ouso afirmar que somos um dos países mais ricos do mundo. Nosso país era para estar na ponta das maiores economias do planeta e do povo mais bem assistido. A péssima saúde pública, educação ruim, fome, desemprego não são problemas para estarmos enfrentando nos dias de hoje.


Maria 30/08/2022minha estante
Bravíssimo, Janaína!!!




Krishnamurti 03/09/2019

Romance “Torto arado” vencedor do Prêmio Leya 2018 mostra um país imerso em conformismo e incapaz de transformar seu destino
O grupo editorial português LeYa, foi apresentado oficialmente em 7 de janeiro de 2008 como uma empresa holding, com o objetivo de se firmar como maior grupo editorial de toda a lusofonia. Em Portugal, o Grupo é líder na área dos livros de edições gerais e o número dois na área dos livros escolares. No mesmo ano de sua inauguração, foi instituído o Prémio LeYa, que visa premiar anualmente um romance inédito, escrito em português, com um montante de 100 000 euros e a publicação da obra, constituindo-se assim, atualmente, como o maior prêmio literário da língua portuguesa. O Prêmio LeYa de Romance para autores lusófonos foi concedido em 2018 ao escritor baiano Itamar Vieira Junior com “Torto arado”.

Essa obra do senhor Itamar Vieira Júnior constitui-se como uma espécie de microcosmo da formação e desenvolvimento de nosso país. Vejamos por quê. Sua bem urdida trama situa-se nas profundezas dos sertões baianos em um tempo que transcorre entre a libertação dos escravos (1888), até mais ou menos por volta dos anos 60/70 do século XX. Não há datações precisas no texto exceto alguns pequenos detalhes que nos permitem situá-la nesse período.

A ficção gira em torno da história da família de duas irmãs, Bibiana e Belonísia que vivem na Fazenda Água Negra localizada em algum ponto da confluência dos rios Santo Antônio e Utinga na Chapada Diamantina, interior da Bahia. As irmãs, que são filhas de humildes trabalhadores rurais, numa dessas brincadeiras tão comuns às crianças, resolvem bisbilhotar a mala da avó que é guardada embaixo de uma cama. E é então que essa brincadeira revela uma faca afiada oculta na mala e, o contato com a faca termina causando um grave acidente. O acidente resulta em que uma das irmãs tem parte da língua amputada. Está criado o conflito. Mas ninguém se iluda de que um enredo dessa natureza envolva casualidades simplistas. O romance é uma grande metáfora desse nosso Brasil onde estão envolvidos os elementos que nos fizeram chegar até aqui da forma como chegamos, a começar pelo que representa socialmente a existência de uma região como a Chapada Diamantina.

No capítulo 19 da segunda parte, o leitor encontrará maiores esclarecimentos acerca da formação social daquela localidade na qual a fazenda foi instalada. A notícias da descoberta de minas de diamantes na região, em fins do século XIX e inícios do XX, levou à região um contingente populacional de ex-escravos de todas as procedências, caboclos e até um consulado estrangeiro foi instalado nas cercanias. Uma verdadeira corrida desordenada se estabeleceu. Foi o faroeste brasileiro, com direito à peripécias do coronel Horácio De Matos (esse homem foi um verdadeiro rei dos sertões baianos) e etc. “Esta terra viveu em guerra de coronéis por muitos e muitos anos. Para trabalhar no garimpo vieram muitos homens escravos das vizinhanças da capital, dos engenhos que já não tinham mais a importância de antes, e das minas de ouro das Gerais”.(p.177/178).

Tudo que ficou dito no parágrafo acima nada tem de fictício. O senhor Itamar Vieira Junior logrou acertar em cheio numa época e num local de nossa história que traduzem perfeitamente o tom e o ritmo de como o Brasil se desenvolveu. E esses, foram ao sabor da improvisação dos interesses imediatistas, da exclusão social, do salve-se quem puder, da baderna geral, da falta de qualquer planejamento que culminou nessa guerra completa entre Deus e o Diabo na Terra do Sol que AINDA HOJE é o Brasil. O autor, publicou há exatos dois anos, um belo livro de contos que li e resenhei. Chama-se “A oração do carrasco”. Naquela obra estes reunidos sete contos, a maior parte deles tocando na questão da escravidão. Em 2017 escrevi na resenha daquele livro:

“Os estudos referentes às características da escravidão (sobretudo quanto às relações entre senhores e escravos) foram analisados até aqui sob duas óticas bastante distintas. De um lado Gilberto Freyre (com o seu trabalho de fôlego - Casa Grande & Senzala), ofereceu-nos o estereótipo do cativo submisso, conformado, acomodado ao sistema escravista. Concebeu a efígie do que, muitos anos depois, Eduardo Silva chamaria do escravo Pai João, ou seja, a imagem da acomodação por excelência. Freyre no conjunto de sua obra, retrata uma escravidão idílica, romântica, na qual os protagonistas foram os escravos que gozaram o cativeiro, acomodando-se a este da melhor forma que puderam. Outros historiadores, como Gorender, deram relevância ao escravo rebelde, aquele que viveria sob o signo da negação. Portanto, concedeu-nos a representação do escravo Zumbi, isto é, o cativo heroificado pela sede de liberdade e coragem de negar o sistema por completo. O escravismo, nesta interpretação, teria sido um sistema de extremo rigor que esmagaria toda e qualquer possibilidade de autonomia dos sujeitos históricos oprimidos, dentro do regime escravista. Estes não teriam a possibilidade de formular projetos, de constituir famílias, de vislumbrar a liberdade sem quebrar com os grilhões da sujeição.”

E o resultado do embate entre o “escravo Pai João” e a figura emblemática de “Zumbi”, a luta entre a ideia do “cativo submisso, conformado, acomodado ao sistema escravista” e os que têm “sede de liberdade e coragem de negar o sistema por completo”, acabou resultando em uma realidade concreta que se espalhou, guardadas as proporções e especificidades regionais, claro, pelo país inteiro. Querem ver como os poderosos procederam e fizeram a maioria do povo, viver sob a égide do discurso de “Se conformando com os desígnios de Deus”(p.69), que é o discurso eterno no Brasil?

Na fazenda Água Negra, os seres humanos que trabalhavam para a família Peixoto proprietária do feudo, vivia em taperas de barro a lidar eternamente com mosquitos e moscas. Gente que carrega as marcas do abandono: “crianças de barrigas grandes, corpo frágil e principalmente tristeza e medo”. Mas vamos às estratégias daqueles que mesmo com a abolição ainda eram “Os donos da terra conhecidos desde a lei de terras do Império, não havia o que contestar”: Trecho da página 41:

“O gerente queria trazer gente que ‘trabalhe muito’ e ‘que não tenha medo de trabalho’, nas palavras de meu pai, ‘para dar seu suor na plantação’. Podia construir casa de barro, nada de alvenaria, nada que demarcasse o tempo de presença das famílias na terra. Podia colocar roça pequena para ter abóbora, feijão, quiabo, nada que desviasse da necessidade de trabalhar para o dono da fazenda, afinal, era para isso que se permitia a morada. Podia trazer mulher e filhos, melhor assim, porque quando eles crescessem substituiriam os mais velhos. Seria gente de estima, conhecida, afilhados do fazendeiro. Dinheiro não tinha, mas tinha comida no prato. Poderia ficar naquelas paragens, sossegado, sem ser importunado, bastava obedecer às ordens que lhe eram dadas. Vi meu pai dizer para meu tio que no tempo de seus avós era pior, não podia ter roça, não havia casa, todos se amontoavam no mesmo espaço, no mesmo barracão.”

Numa coletividade como aquela, desenvolveu-se também, e não podemos deixar de referir, aquilo que entre os homens sempre entra no capítulo do imponderável – porque se assim não o fosse seria insuportável viver sob tais condições. Um culto religioso conhecido como Jarê. Religião de matriz africana, mais especificamente um candomblé de caboclo, que existe em cidades do Parque Nacional da Chapada Diamantina, notadamente em Iraquara, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. Uma de suas principais particularidades é o grande sincretismo religioso, um amálgama das nações bantu e nagô, as quais se uniram o culto aos caboclos. Prática religiosa agraciada inclusive, no fim de 2013, com o prêmio Culturas Populares, do Ministério da Cultura, o jarê está ligado à história do lugar. Foi criado por escravos e libertos, vindos principalmente das cidades de Cachoeira e São Félix, e levadas àquela área de garimpo de diamantes. Muitos se fixaram nas cidades de Lençóis e Andaraí, onde deram início ao culto do chamado jarê de nagô – aquele que só cultuava as divindades africanas, os orixás. Mas a convivência com os descendentes de indígenas na região foi fazendo com que aos poucos suas entidades fossem sendo incluídas no jarê, dando surgimento à forma contemporânea dessa religião. Diferentemente do que ocorre no candomblé, liderado majoritariamente por mães de santo, no Jarê predominam pais de santo na iniciação de novos adeptos.

Assim, encontramos no romance, a figura de Zeca Chapéu Grande, (pai das duas meninas), que se constitui o esteio espiritual da comunidade. Mas não há como uma religião, ou entidade, modificar as circunstâncias. É questão exclusiva de nosso livre arbítrio. Essa e outras questões periféricas, constituem a outra grande metáfora do livro. Enquanto Belonísia, que ficou muda, em razão daquele acidente na infância, era muito adaptada a uma vida de semi-escravidão, sua irmã Bibiana toma consciência do estigma da servidão imposto à família, e decide lutar pelo direito à terra e pela emancipação dos trabalhadores rurais. Aí temos o simbolismo maior da obra. A divisão. Falta-nos um espírito coeso de união no sentido de mudar, de modificar positivamente as circunstâncias sociais em que nos acomodamos, por medo, ou por achar que, (e vejam que estreiteza de pensamento): “no tempo de seus avós era pior, não podia ter roça, não havia casa, todos se amontoavam no mesmo espaço, no mesmo barracão”. E que trabalhar sob quaisquer condições, ainda assim, é melhor do que ser escravo!

Muito bem, sigamos só mais um pouquinho com a trama. Um dos personagens do romance, Severo, depois que a Fazenda mudou de dono, porque a família Peixoto se acabou com o tempo, tentou se insurgir contra a situação que perdurava. Ele tentava convencer os habitantes da fazenda: “Que nossos antepassados migraram para as terras de Água Negra porque só restou aquela peregrinação permanente a muitos negros depois da abolição. Que havíamos trabalhado para os antigos fazendeiros sem nunca termos recebido nada, sem direito a uma casa decente, que não fosse de barro, e precisasse ser refeita a cada chuva. Que se não nos uníssemos, se não levantássemos nossa voz, em breve estaríamos sem ter onde morar. A cada movimento de Severo e dos irmãos contra as exigências impostas pelo proprietário, as tiranias surgiam com mais força. No começo o dono quis nos dividir, dizendo que aquele ‘bando de vagabundos’ queria a fazenda dele, comprada com o seu trabalho. Aquele sentimento de desamparo que o povo havia sentido com a morte de meu pai foi sendo substituído pela liderança de Severo, para alguns. Outros não viam com bons olhos o movimento e se opuseram abertamente a meu primo, divergindo, entrando no jogo do fazendeiro para minar nossas forças. Guiavam seus animais na calada da noite para destruir nossas roças na vazante. Derrubavam cercas, e meses de trabalho viraram pasto na boca do gado”. (p.197). E o resultado da liderança de Severo, foi que ele acabou morto a tiros sem que jamais se soubesse quem foram os assassinos...

O imenso armazém que os portugueses fundaram nos trópicos, e a que deram o nome de Brasil teve seus ciclos econômicos muito bem referidos no romance do senhor Itamar Vieira Júnior. Do ciclo da cana de açúcar já decadente, voamos amalucadamente para a exploração de diamantes, depois (já quase ao final do livro), aparece um novo dono das terras casado com uma mulher histérica que é crente (aqui a religião que se impõe não é mais a católica), e vamos nós no embrulho, no samba do crioulo doido. E o imbecil, resolve criar Porcos! Talvez porque o agro é Tech, o agro é top, o agro é tudo, e o povão (ia escrever aqui negrada, mas a essa altura ninguém é mais preto, ou branco, ou preto misturado com branco ou sei lá o quê) dessa Bruzundanga que se entulhe nos infernos que se transformaram as nossas capitais. Uma coisa assim tem a menor condição de dar certo? Nunquinha!

Poderíamos ser uma grande Nação? Poderíamos ter um país próspero com excelentes condições para os cidadãos? Claro que poderíamos. Mas como, se não temos a menor noção de como desenvolver o país, se uma boa parte de nós quer viver como os senhores reis de Portugal viveram no passado às custas do Brasil? Mesmo que à custa de muita dívida. Queremos gozar a vida enquanto há tempo, mesmo que para isso penhoremos o futuro dos nossos filhos e netos por décadas. Somos egoístas, interesseiros mamando nos subsídios governamentais que queremos eternizar e negociatas que queremos multiplicar. Somos um povo preocupado com nossos umbigos sem qualquer sentido de nação. Somos pobres de espírito. Para nossa desgraça.

E estamos muito empenhados em viver à sombra de facilidades, encostados ao Estado. Como, se a maior parte da população, a que ganha menos, sustenta o país, e a outra parte composta de privilegiados, o país sustenta? Esta degradação tão expressiva abriu lugar à indiferença. Para quê votar se os resultados nas urnas podem ser revertidos por meras trocas políticas tão comuns entre nós? Para quê votar se a política que se vem praticando no país só serve clientelas em vez de servir os cidadãos? Para quê votar se não há candidatos fortes e capazes de orientar mudanças em uma sociedade que se torna cada vez mais parasitária?

E não é para menos. São muitos anos de roubalheira profissional que começa num Estado que há décadas não é exemplo, porque rouba descaradamente aos olhos de todos, comete ilegalidades, mantém corruptos, irresponsáveis e mentirosos no poder e acaba nas empresas e particulares, que seguem o mesmo exemplo. Como diriam os nossos colonizadores portugueses: “Todos a fazerem-se à vida. Todos a safarem-se como podem”. As empresas por outro lado, completamente afogadas em impostos e mais impostos que não se sabe a quem servem. Um Estado ao sabor de eternas reformas disto e daquilo que não leva à parte alguma (e que, pelo amor de Deus não quebrem nossos privilégios!).

Sem uma mudança cultural profunda para adquirir valores fundamentais e redirecionar completamente nossos objetivos, jamais sairemos deste lodo em que o país mergulhou. E equivoca-se profundamente quem pensa que não temos um enorme passado a solucionar. Sem uma reeducação da sociedade que vai se tornando parasitária, e dividida também por isto, seremos eternamente um povo pobre de espírito, a viver num país eternamente miserável sem a capacidade de transformar seus destinos. É a mensagem final que nos fica de um livro como “Torto arado”.

Livro: “Torto Arado” – Romance de Itamar Vieira Junior – Editora Todavia - São Paulo - SP , 2019, 264 p.
ISBN 978-65-80309-31-3
Link para compra e pronta entrega: https://todavialivros.com.br/livros/torto-arado
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Thauany 13/11/2022

?Sobre a terra há de viver sempre o mais forte?
Que livrão!
Tem algumas partes mais lentinhas no final mas que não tiram a grandiosidade da obra.
A fraternidade construída entre essas irmãs estarão na minha memória por um bom tempo.
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Jeh 31/01/2022

Horrível
"Quando deram a liberdade aos negros, nosso abandono continuou. O povo vagou de terra em terra pedindo abrigo, passando fome, se sujeitando a trabalhar por nada. Se sujeitando a trabalhar por morada. A mesma escravidão de antes, fantasiada de liberdade. Mas que liberdade?" (pq 220)

Gostaria de dizer que a história do livro é essa: a busca por mais que dignidade dos negros libertos da escravidão, a busca por diteitos... Porém o que começou contando a história de duas irmãs, se perde em meio ao misticismo e se torna unicamente uma história de vingança.
Eu sinceramente detestei o desfecho desse livro; pesado. Para mim foi uma grande frustração... Sei que o ano mal começo, mas tenho certeza que esta será minha pior leitura de 2022.
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Melina 26/07/2021

Torto arado
Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, é um romance muito potente, ambientado na região da Chapada Diamantina, sertão baiano, às margens dos rios Utinga e Santo Antônio. Dividido em três partes, conta-nos a história de Bibiana e Belonísia, duas irmãs, ligadas não apenas pelos laços de sangue, mas também pelo sangue derramado em um acidente, que muda suas vidas, unindo suas vozes. Vozes essas que nos narram a primeira e segunda partes do romance, a terceira parte é narrada por uma personagem que faz parte da história das irmãs, uma encantada do jarê, religião praticada na Chapada diamantina, e trazida no livro. Torto arado é história de tanta gente nesse Brasil, do negro, do índio, do quilombola, de homens e mulheres escravizados, que, ainda hoje, são explorados em tantos cantos desse país, que dão suas vidas no trabalho de cultivo da terra que lhes é negada.
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Nay 19/07/2022

É evidente a importância e a representação trazida pelo livro - dar voz àqueles que foram maltratados e silenciados por tanto tempo.

Me lembrou em vários momentos ?Cem anos de solidão do Gabriel Garcia Marques

Honestamente, não foi meu livro preferido, provavelmente pela expectativa que criei antes.

Entendo sim a sua importância e alguns momentos são muito bons; mas outros?
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JAlia431 30/06/2023

Eu achei ÍNCRIVEL ÍNCRIVEL ÍNCRIVEL !!!!!! O livro é maravilhoso traz um grande valor cultural . Indicaria basicamente para todas as pessoas que conheço e, principalmente aquelas que precisam de uma aula extra de História. A história de duas irmãs marcada pela tragédia de uma perda de uma língua, um órgão importante por parte de... ( ficou curioso né? Agora você terá que ler o livro).Só não dei 5 estrelas pelo final que, em minha opinião ficou meio chocho , achei que ficou faltando justiça por algumas pessoa e crimes que não foram resolvidos, nem o autor deles descoberto. Acredito fielmente que tinha potêncial para um final melhor.
PS. LEIAM TORTO ARADO!!!!!!!!! PELO AMOR DE DEUS!!!!!!!!!!!
Margô 30/06/2023minha estante
É um livro que traz a ancestralidade de uma forma incomum, sem contar que a questão social, aí vista no entrave de acesso à terra, foi de todo o universo das questões abordadas, inéditas e culturalmente significativas, a que mais me atraiu. Moro na Chapada Diamantina, e a leitura desse livro foi uma releitura de histórias que conhecemos de perto... É magnífico!




Gyovanna 30/01/2021

Ambientada no sertão da Bahia, Itamar Vieira Júnior nos presenteia, nesta obra, com Bibiana e Belonísia. Personagens tão resilientes e corajosas que, junto a sua família e aos moradores de Água Negra, fazem a gente ter vergonha de abrir a boca pra reclamar de alguma coisa da vida. Um enredo tecido em cima de histórias, vivências, ancestralidades e angústias reais, junto a uma escrita deliciosamente poética. Favorito pra vida.
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oiamanda 22/01/2024

Leitura incisiva, forte e marcante.
Fui laçada por inúmeras memórias ao me debruçar nessa leitura. Cada página me remetia a alguma história contada pela minha mãe, pai ou avós. Histórias sobre nossa terra, nosso povo e nossa alma.

Foi arrepiante acompanhar o enredo de Bibiana, Belonisia, Zeca, Salu, Donana, Severo, Inácio, Crispina, Crispiniana, Isidoro, Miúda e todos os encantados! Que bela obra de arte Itamar nos presenteou!

Esse livro tem o poder de ir fundo nas raizes do povo preto, nordestino. É uma crítica social urgente.

Que bom que virou febre nacional! Que Torto Arado alcance todos os lares e que clame por mudança.
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