Capitães da Areia

Capitães da Areia Jorge Amado




Resenhas - Capitães da Areia


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Marcos-1771 23/01/2024

Capitães da Liberdade e da crueldade
"Porque a revolução é uma pátria e uma família"

Pedro Bala, Gato, João Grande, Sem-pernas, Pirulito, Boa-vida, Volta-seca, Dora, Professor entre outros. São apenas nomes quaisquer, nomes que refletem vidas e mais vidas de um Brasil atual. Crianças jogadas à própria sorte no mundo.

Jorge Amado traz de forma nua e crua, o sofrimento de uma vida injusta. Crianças órfãs de pai, mãe, abandonadas pelo estado, pela igreja, pelo povo. Numa vida na qual não tiveram carinho, amor, educação, alimentação. Mas tiveram a liberdade, que é bem falada por eles, pois "como o sol, é o bem maior do mundo." E acima de tudo eles têm a esperança de que tudo irá melhorar.

O livro narra muito bem a vida de vários integrantes do grupo. Todos com personalidades únicas. Pedro o líder, professor o inteligente, pirulito o religioso, Volta-seca o afilhado de lampião, Gato o esperto e galanteador, cada um com sua unicidade. Mas todos com algo em comum a falta de uma família.

O autor faz interessantes paralelos quando descreve atos de roubos com coisas que eles nunca tiveram na infância e vão sentindo pela primeira vez. Pois eles são meninos-homens, não tiveram a oportunidade de viver a infância.

O livro também descreve cenas violentas como estupro, cenas de assassinato, suicídio. Nada mais visceral que a vida real. Além de misoginia, racismo e homofobia, mas deve-se levar em consideração o contexto da época.

Além de criticar belamente a hipocrisia da igreja católica e de alguns "cristãos", na figura de Padre José Pedro podemos ver um homem que entendeu algo que Cristo falou e desafia as autoridades para ajudar os meninos. Além de falar mal da alta sociedade Baiana.
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May 22/01/2024

Capitães de areia
Com toda certeza, o melhor livro da literatura clássica brasileira... Esse livro conta a história de um grupo de meninos pobres e órfãos que fazem o possível para sobreviver, morando em um trapiche abandonado à beira mar na Bahia. Meninos sem pai, sem mãe, sem amor nem carinho... Meninos que vivem como homens nas ruas da Bahia...
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Clara 22/01/2024

É extasiante entender o que faz um clássico ser o que é. Aqui, Jorge Amado cria um universo próprio, tão imersivo e real quanto violento e triste. Como ninguém, nos leva pelas ladeiras de Salvador, a "cidade da Bahia", junto a meninos-tão-homens que, ao lutar e roubar para vencer o dia, vão descansar no trapiche junto aos seus irmãos de areia. Profundamente visceral, Capitães da areia é o que precisa ser. Descara sem nenhum pudor a violência da vida de tanto não-sujeitos, marginais só por existir. Lhes dá nomes, histórias, sentimentos e propósitos. Mais do que isso, Amado dá aos seus meninos-homens e para que lê e se importa um caminho de esperança, uma voz de liberdade. Pois ela "é como o sol, é o bem maior do mundo."

Faria um alerta a quem não consegue ler cenas de estupro. Há algumas na história, muito incômodas e descritivas. Talvez sejam retrato da violência que Amado transpõe ao livro, mas sinto que a gravidade dessa violência é banalizada na narrativa. Me incomoda a facilidade e frequência em que essas cenas são descritas. Marcas de um tempo, de um contexto e do gênero de quem escreve o livro. Apesar disso, indubitavelmente vale a leitura.
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Sophia1645 22/01/2024

Século 20 ou século 21?
Choro, risadas, reflexão e tapa na cara.
tudo isso em um livro sobre meninos-homens órfãos de carinho e oportunidades.
os primeiros capítulos te apresentaram cada um dos meninos e você sente vontade de abraçar o Sem-Pernas, dar um beijão no Gato e ouvir uma das histórias do Professor.
um livro que eu recomendo de peito aberto não apenas por ser um clássico mas por falar tanto da realidade de hoje. por mostrar crianças que agem como adultos e são tratadas como adultos mas que no fundo ainda são crianças (principalmente na cena do Carrossel, que proporciona aos meninos um dos poucos momentos juvenis)
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bella 22/01/2024

Cristo era comunista
estou vindo escrever essa resenha literalmente chorando. a realidade, o preconceito e a exclusão foi descrita de forma tão impactante e verdadeira

sabia que iria gostar desse livro mas não imaginei que fosse TANTO.. a penúltima página me fez sentir um misto de sentimentos vendo Pedro bala se despedir de seus companheiros. todos deveriam ler pelo menos uma vez na vida, é uma leitura entendimento fácil e rápida e mesmo sendo uma leitura de janeiro já posso considerar como um dos melhores livros do meu ano.

"Não seriam meninos toda vida. Bem sabia que eles nunca tinham parecido crianças. Desde pequenos, na arriscada vida da rua. os Capitães da Areia eram como homens."
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Bruna 22/01/2024

É um livro difícil de falar sobre. Tive sentimentos mistos enquanto lia. Ai mesmobt tempo que entendo como e porquê foi escrito, também não podia me afastar de certas situações descritas e o quanto me deixar desconfortável como mulher.
Entendo a importância do livro para a época, chegou a ser proibido e queimado por conter essa mensagem tão forte de lutar contra o sistema. Hoje ele é retrato de uma época,um registro social e uma denúncia à um problema da época, mas esse problema continua afetando nos dias atuais. Um livro que continua sendo relevante e muito atual. Mas apesar disso, tem tantas falas machistas, tantas situações bem duras e objetivas em mostrar que a mulher é apenas uma figura de prazer ou de amor, um objeto para os sonhos dos meninos e homens, não passam disso, e as poucas que figuraram como lutadoras eram comparadas a homens.
Foi difícil ler sobre a vida dura e injusta desses meninos que são apenas crianças querendo um lar sendo obrigadas a viver como adultos. Mas não posso ignorar o desconforto de ler como eles próprios viam e tratavam as mulheres da mesma maneira que os outros dos quais eles tem raiva por os abandonarem. Acredito que é um jeito complicado de avaliar e ver esse livro, mas eu não consigo deixar de lado algo que é tão presente no livro todo, muitas vezes a parte das falas e pensamentos das personagens, mas na fala do narrador, que é onisciente. Narrador esse o próprio autor, indo até o trapiche conviver com os meninos para poder escrever seu livro com tanta realidade.
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Henrique 21/01/2024

A magia de Jorge Amado
O que Jorge Amado faz nesse livro é surreal. Conseguir destilar poesia, sonho e esperança de um lugar tão esquecido pela sociedade me foi arrebatador e, ao mesmo tempo, um soco no estômago.

Neste livro acompanhamos a vida de crianças em situação de rua, enquanto conhecemos a história de alguns deles mais de perto.

Vários são os motivos do passado que os levaram a essa situação, mas o autor nos encanta e surpreende ao nos mostrar os sonhos de esperança e de futuro que casa um deles cultiva em meio a uma vida mundana e sofrida.

Desprovidos de mínimas condições de sobrevivência, aprendem que apenas conseguirão saciar a fome quando furtam ou aplicam seus engenhosos golpes de roubo.

Me surpreendi com a história dos meninos, Pedro Bala, Professor, Pirulito, Sem Pernas, tantos outros que acompanhamos e torcemos para que tudo dê certo.

Recomendo a leitura para quem quiser experimentar os encantos da escrita de Jorge Amado.

5 estrelas e favoritado!
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Wictoria0 21/01/2024

Sem sombra de dúvidas esse livro é um dos meus preferidos e, seguramente, o meu preferido de Jorge Amado. Gosto de tudo do livro, desde a descrição da cidade de Salvador, da realidade dos órgãos e da falta de oportunidade. Mas, sem sombra de dúvidas, o que mais me encanta é como Jorge Amado conseguiu contar a historia de 9 crianças/adolescentes sem criar um personagem principal. O meu preferido, por exemplo, é sem pernas, mas conversando com amigos vejo que o personagem principal de cada um varia muito entre todos aqueles capatões de areia narrados.
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Marcelo Purificação 21/01/2024

Breve Sinopse
"Capitães de Areia" é uma obra-prima literária escrita por Jorge Amado, que retrata a vida de um grupo de meninos de rua em Salvador, Bahia, durante a década de 1930. O livro mergulha nas complexidades da infância marginalizada, explorando temas como amizade, sobrevivência e a luta contra a injustiça social. Amado tece uma narrativa envolvente, revelando a humanidade por trás desses "capitães", enquanto aborda questões sociais relevantes da época. Uma leitura poderosa que continua a ressoar com sua relevância social e emocional.
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Lisvitoria.nbs 20/01/2024

Capitães da Areia
"Capitães da Areia" é uma obra de grande importância na literatura brasileira, escrita pelo autor baiano Jorge Amado, publicada em 1937 durante o governo autoritário de Getúlio Vargas. A narrativa retrata a vida de um grupo de menores abandonados, conhecidos como ?Capitães da Areia? que crescem nas ruas da cidade de Salvador, Bahia, vivendo em um trapiche e roubando para sobreviver. Por meio da genialidade do escritor, que utiliza uma linguagem simples e acessível, somos conduzidos a compreender e refletir sobre diversos problemas urgentes em nossa sociedade. Durante a narrativa é possível entender sobre o efeito da marginalização, mas sobretudo as causas que levaram a essas crianças a optarem por uma vida de crimes. Portanto a obra mostra que elas não criaram os problemas social, mas se tornaram vítimas de dele. No Brasil, existe a convicção de que atos incorretos devem ser punidos, refletindo uma busca constante por responsabilização. No entanto, essa percepção se confronta com uma realidade em que as punições não são aplicadas apenas com base na natureza do ato, mas também na identidade da pessoa envolvida. Por exemplo, quando um jovem branco comete um roubo semelhante ao de um jovem negro, as repercussões, a percepção na sociedade e até a forma como são divulgadas as informações podem diferir substancialmente. Assim como na realidade retratada na obra, a raça se torna um fator determinante nas consequências dos atos dos jovens. Além da marginalização, essas crianças foram forçadas a amadurecer precocemente, desprovidas de uma base familiar sólida e inseridas nesse contexto social discriminatório e cruel, tiveram que aprender a sobreviver em circunstâncias extremamente desafiadoras. Apesar dessas adversidades, a obra de Jorge Amado destaca a resiliência desses jovens, que, apesar das dificuldades, não perderam sua essência, visto que eles se divertem, brincam, dançam, a capoeira, por exemplo, não foi apenas uma ferramenta de luta e defesa, mas também uma fonte de alegria e entretenimento para essas crianças. O autor tem uma frase que diz ?O povo brasileiro vive em uma situação de miséria tão grande e terrível que dá a impressão de que é um milagre viver no Brasil. No entanto, esse povo é tão forte e poderoso que é capaz de milagres como viver, lutar e celebrar em um país onde a população é tão sacrificada.? Essa essência do povo brasileiro que ele conseguiu trazer bem em sua obra "Capitães da Areia".
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alice654 20/01/2024

Nos primeiros 40% ler este livro foi uma forma de tortura psicológica para mim, quasei abandonei. isso pq, eu comecei a ler o livro pela crítica social pertinente e me deparei com algumas formas de violência que considerei desnecessária (como por exemplo, uma cena explícita de estupr0). porém, entendo que isso, infelizmente, é realidade.
os capitães da areia, são um grupo de pequenos homens que tiveram suas infâncias negligenciadas e abandonadas, e em razão disso, se refugiaram da miséria e do abandono no mundo da marginalidade.
o que mais chama atenção no livro, além da realidade retratada de forma nua e crua (o que causa choque), é que, apesar de considerarem homens devido a vida que levam e o modo como agem, os capitães da areia ainda possuem desejos ingênuos e inocentes de menino, isso fica bem claro e evidente quando o sem-pernas vai "morar" na casa da Ester e é acolhido como um filho por ela; quando o carrossel chega na cidade e quando a Dora passa a viver no trapiche.
a história do sem-pernas, em específico, foi a que mais me impactou, pessoalmente falando.
esse livro mostra o lado oprimido da marginalidade infantil, de uma forma bem concreta e isso justifica a repercussão (até negativa em alguns casos) desse livro.
na minha experiência, não foi uma leitura agradável mas foi necessária.
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