Yasunari Kawabata, Prêmio Nobel de 1968, compôs uma história que conta a viagem a Kyoto de um romancista chamado Oki para contemplar a tradicional celebração de Ano-Novo na cidade. Lá, o personagem reencontra-se com sua antiga amante, Otoko, com quem teve um caso muitos anos antes, quando ela ainda era apenas uma adolescente e ele já um adulto. Naquela ocasião, ela engravidou dele e perdeu o bebê. A relação então acabou, e Oki escreveu um romance expondo Otoko, livro que se tornou best-seller. No reencontro, ele tem outra vida, ela não é mais uma adolescente, e novos personagens fazem com que a relação deles seja retomada de maneira diferente e com novas complicações.
O enredo de Beleza e tristeza, no entanto, embora muito envolvente e difícil do leitor largar, não dá conta da grandeza do livro. O título, que junta dois substantivos abstratos, faz parte da composição, sugerindo que — primeiro — beleza e tristeza podem, e comumente, andam lado a lado, e que — segundo — as abstrações, nesse caso, têm peso maior que os fatos e a materialidade.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance