Esaú e Jacó -

    Machado de Assis

    Martin Claret
    2004
    242 páginas
    8h 4m
    ISBN-10: 8572324933
    Português Brasileiro

    Esaú e Jacó (1904) é marcado pelo tom sarcástico e, ao mesmo tempo, pelo cinismo do Conselheiro Marcondes Aires, que testemunha os percalços enfrentados por Natividade, a mãe de Pedro e Paulo: gêmeos, bem-sucedidos e inimigos. Ao longo da história, pontuada por episódios os mais divertidos, percebe-se a maestria do escritor em revelar o comportamento de determinados tipos sociais na Corte, no final do século XIX. O romance tem sido objeto crescente de estudos por parte crítica machadiana, que deve alçá-lo ao merecido lugar de destaque em nossa literatura realista. Marcado por uma série de intrigas, eis um dos livros mais enigmáticos de Machado de Assis, denso e crítico a um só tempo.

    Edições (62)

    Ver mais
    • book cover
    • book cover
    • book cover
    • book cover
    • book cover

    Similares (13)

    Ver mais
    • book cover
    • book cover
    • book cover
    • book cover
    • book cover
    Resenhas (355)Ver mais
    Rebecca com dois cês picture
    Rebecca com dois cês28/02/2020Resenhou um livro
    4 (Muito bom)

    Rousseau e Hobbes entre a natureza do homem

    Anos atrás (em 2017), quando comecei a ler alguns romances machadianos, deparei-me com “Esaú e Jacó” e pensei que se tratava de uma explicação bíblica amplificada e detalhada. Todavia, enganei-me e, ao ler sua sinopse, vi que se tratava da rivalidade entre dois irmãos por uma mulher. Ao começar a leitura, esperei bastante (em minha concepção e grande paciência, foram mais de 9 meses de gestação) pelo nascimento dos gêmeos Pedro e Paulo. Achei bastante interessante o fato citado pela adivinha/necromante de que, desde o ventre, os irmãos se odiavam. Ao crescer, disputam a mesma moça, Flora, e um decorrer de situações acontece. No desenvolvimento, parece que o livro foi feito exclusivamente para Aires, porque ele era praticamente o “protagonista” do livro e essa tangência me aborreceu demais. Quis ver um triângulo amoroso, mas o foco foi esse senhor durante boa parte da obra. Ao finalizar a leitura, lembrei-me duma frase dos filósofos iluministas Rousseau e Hobbes, os quais disseram, respectivamente: “O homem nasce bom, a sociedade que o corrompe” e “O homem é mau por natureza”. Através da intertextualidade e criando um contexto adequado à obra, questiono: ambos os irmãos se odiavam por alguma força à parte ou simplesmente pela natureza? O que pode ter ocorrido durante a concepção deles, ou, numa estipulação fictícia, já brigavam antes mesmo de habitarem o ventre materno? Até criei uma teoria cujos Pedro e Paulo foram inimigos numa vida passada e, como castigo, reencarnaram irmãos gêmeos. Cômico, não? Isso me recordou uma reflexão da trilogia do Antes, dirigida por Richard Linklater, acerca da incoerência da reencarnação. Vejamos: Hoje existem 8 bilhões de pessoas, portanto 8 bilhões de almas no mundo, mas há apenas 200 anos havia 1 bilhão. Como se multiplicaram durante toda a história da humanidade? Ou não temos almas, mas fragmentos minúsculos de almas? O Bruxo do Cosme Velho é genial! Esses pequenos detalhes metafísicos são brilhantes, e a análise do contexto brasileiro na dualidade monarquia vs. república entre os irmãos equilibra essa obra ímpar. Rebecca (não a mulher inesquecível, tampouco a mãe)

    85 curtidas

    Estatísticas

    Avaliações

    3.6 / 5814
    • 5 estrelas22%
    • 4 estrelas30%
    • 3 estrelas34%
    • 2 estrelas11%
    • 1 estrelas3%