O Livro
Um psicanalista desencantado de sua profissão encontra o caso da sua vida: dois adolescentes que sintetizam os principais problemas de uma época, e são submetidos aos equívocos dos tratamentos tradicionais. Ao redor dessa situação, desfila a comunidade intelectual e de classe média da São Paulo dos anos 60, sem cacife suficiente para lidar com os próprios problemas.
A História
Cleo e Daniel causou um bom estrago nas cartas marcadas da percepção oficial sobre o comportamento da juventude da época, que forçava a barra em busca de novos caminhos. Pela primeira vez se descortinava um mundo subterrâneo e emergente, circunscrito às conversas e tragédias pessoais de um país sob o tacão da ditadura. O choque de gerações era confundido com um embate ideológico tradicional, entre a ruptura e o acomodamento, e não o acúmulo de problemas humanos intensificados pela urbanização caótica e a escassez econômica. Era um desencontro de culturas, que tentava colocar debaixo do tapete o vulcão de problemas coletivos como internamentos, choques elétricos, drogas.
"Dois jovens nus saem do apartamento e começam a bater nas portas.A maioria das pessoas fecha as portas sem ouvi-los, ou os que os ouvem escandalizam-se. Os jovens afirmam ter encontrado a paz e, agarrando-se às pessoas, gritam isso. É assim que Roberto Freire, em 'Cleo e Daniel', sintetiza os principais problemas do comportamento da juventude de uma época, revelando um mundo subterrâneo e emergente, circunscrito às conversas e tragédias pessoais de um país sob ditadura, o choque de gerações e o desencontro de culturas. Romance da década de 60, este livro mantém sua atualidade, sendo best-seller absoluto desde que foi lançado."