Naty 02/06/2010www.meninadabahia.com.brCalli e Petra têm 7 anos. São melhores amigas. Calli é muda e encontra em Petra seu portal de voz para o mundo. São meninas adoráveis, quietas... Mas numa certa manhã de agosto ambas desaparecem.
Calli é levada por um passeio floresta adentro por seu pai, já Petra desapareceu poucos minutos depois e ninguém tem noção de seu paradeiro. Numa busca frenética pelas duas, suas famílias tentam buscar no passado motivos que geraram o tormento presente.
Atonia, mãe de Calli era apaixonada pelo assistente de xerife Louis e seu atual marido, Griff, bêbado e abusivo, sempre sentiu ciúmes dele. Martin, pai de Petra, nunca quisera ser pai, mas ao ser abandonado, pela segunda vez, pela esposa Fielda, o faz refletir sobre a paternidade e ele aceita seu destino. Petra nasce. Ben, irmão de Calli e seu defensor mais fiel, odeia o pai e tudo que ele faz com sua família.
Todos se juntam numa busca eloqüente para encontrar às meninas. A resposta está oculta no silêncio dos segredos das famílias. O silêncio pesa. O tempo urge.
O peso do silêncio, Heather Gudenkauf (Harlequin Books, 352 pág.) é denso. Um drama, com um tema atual, transformado de maneira magistral num ‘romance comovente e lírico, cujo ritmo mantém a aura de tensão até a última página’.
A narrativa através de vozes dos personagens me lembrou o estilo de Jojo Moyes, em Baía da esperança. Essa forma de narrativa, diferente do que estamos acostumados, mas nem por isso ruim, é uma adaptação do fluxo da consciência, na qual o monólogo interior de um ou mais personagens é reproduzido. Essa narrativa intercala presente e passado, onde às vezes nem sempre é claro distinguir lembranças da situação presente.