Kauan_Vitor 19/02/2022
Um bom livro, uma boa história
A obra Quincas Borba aproxima-se do inovador Memórias Póstumas de Brás Cubas, a obra machadiana que inaugurou o Realismo brasileiro. Embora não traga as mesmas mudanças estéticas e temáticas, também é possível observar o talento do autor ao trabalhar com a digressão, a ironia e a metalinguagem - porém, de maneira menos intensa. O personagem Ouincas Borba intensifica a aproximação das obras, uma vez que é apresentado como o amigo de infância do defunto autor Brás Cubas. Em Memórias, Quincas havia se tornado um mendigo que, depois, recebe uma herança e torna-se rico e criador de uma filosofia, o "Humanitas" ou Humanitismo, mote que também está presente em Quincas Borba.
O romance narra a ascensão social de Rubião que, após receber toda a herança do filósofo louco Quincas Borba, sai da pacata Barbacena e muda-se para a Corte do final do século XIX. Na viagem de trem rumo à capital, Rubião conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, que percebem estar diante de um ingênuo - e agora rico - provinciano; impressão que também é compartilhada por todos os que estão ao seu redor.
As desventuras de Rubião e sua relação com os amigos parasitários dão a tônica da obra, que se desenrola no Rio de Janeiro. Além disso, o protagonista demonstra um sentimento amoroso em relação à bela Sofia, esposa de seu grande "amigo", o que o deixa cada vez mais confuso no que se refere ao bom convívio social e aos valores morais e éticos vigentes na época.
(Resenha contida no livro)