barbara.martins 23/07/2020"Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas."O livro tem uma forte crítica à sociedade da época, na qual as relações eram moldadas pelo patrimônio que o outro detinha. Personagens sem valores, Rubião "fiel amigo" de Quincas Borba ao temer perder parte da herança quando o homem dá sinais de loucura, omite tais sintomas do amigo para o médico. Rubião receberá toda a herança de Quincas Borba com a condição de cuidar do Quincas Borba cão, mas ao ter os bens em mãos negligencia o cachorro e até o trata mal.
Ao decorrer da história iremos acompanhar Rubião caminhando para loucura, e o cômico da narrativa é que nesse momento ele passa a reproduzir os mesmos pensamentos do Quincas que na época não compreendia, e então no seu momento de loucura tanto os “entende” como também os reproduz. (Será se toda fortuna vem acompanhada de um pouco de insanidade ?).
É agoniante observar as posses se esvaindo das mãos de Rubião, usando-a para ajudar “amigos” que ao perceberem que não há mais nada para extrair viram-lhe as costas, resta para si somente a companhia do Quincas Borba cão. Achei o casal Sofia e Palha sem carisma algum, todo mundo interesseiro, os personagens foram bem explorados psicologicamente, porém eles eram meio blé. Tonica poderia ter um pouco de sorte no final rs. Mesmo que a leitura não tenha sido tão prazerosa, o importante é conseguir tirar algum ensinamento, e isso eu consegui, então por isso valeu a pena a leitura.