Natalia Faria 02/06/2023
Vivendo em um cemitério
Ao sair pela porta da frente da casa onde seus pais e irmã acabaram de serem assassinados por um cruel homem chamado Jack, um bebê encontra refúgio em um cemitério. Lá as criaturas que o habitam salvam sua vida e a pedidos do fantasma de sua mãe, eles também se responsabilizam para cuidar do bebê. A partir disso, vamos acompanhar por anos essa repentina e estranha ligação, ao mesmo tempo que a possibilidade do retorno do assassino ameaça a nova configuração do cemitério.
Quando comecei a ler o pouco que sabia sobre era que foi inspirado pelo “O livro da selva”, apesar disso, o que me levou a leitura foi o simples fato de ser escrito pelo Neil Gaiman. Conheço as criações dele por Coraline, algumas adaptações de suas obras e recentemente pela coletânea de textos Arte Importa. Amo a atmosfera de suas histórias e por enquanto, este é o meu livro favorito do autor.
É uma narrativa simples, fascinante e até mesmo fofa, se encaixando na temática de estranhos que se tornam uma família (que particularmente amo). Os capítulos agem como contos do cotidiano do cemitério, até culminarem na ameaça real do possível retorno de Jack. Os personagens são adoráveis e em meio as suas diferenças, vemos que todos ali estão comprometidos na promessa de cuidar do protagonista.
Embora o livro seja vendido como uma história juvenil, ele pode ser lido por todas as idades e é um ótimo livro para os momentos que pedem uma leitura mais leve e lúdica - mesmo que se abordam conceitos como a morte, a atmosfera não chega a assustar. Recomendo para quem já é fã do autor e para quem não é ter uma chance de se apaixonar pela escrita dele.
“É como as pessoas que acreditam que serão mais felizes se elas se mudarem para outro lugar, mas que logo percebem que não é assim que funciona. Para onde quer que você vá, leva a si mesmo”.