Arthur803 14/07/2023
Uma ruptura, com certeza um livro ímpar que mudou pra sempre a cultura popular.
Começo esta resenha reconhecendo a importância desse livro, um gênero que exige que a habilidade do autor seja acima da média, na minha opinião, acredito que seja naturalmente difícil escrever livros de terror, captar a atenção do leitor já é um desafio, agora captar e ainda incitar o medo nele, pra poucos... E o Exorcista além de ter toda sua fama em livro, ainda foi adaptado em filme e se tornou mais conhecido e apreciado.
Vamos lá, o livro conta a história de uma criança e sua "família" lidando com uma presença sobrenatural agindo em suas vidas, fora desse núcleo familiar a obra nos apresenta o padre Karras, relativamente jovem, mas com muitos problemas pessoais, questões familiares e psicológicas, que na minha opinião é o personagem mais ativo do livro. Vivemos a história basicamente por seus olhos e pensamentos, apesar de inicialmente dividir o protagonismo com a matriarca da família em questão.
A princípio, quando o tema e a trama principal ainda não nos foram apresentados, aprendemos muito sobre a vida e a carreira da Chris, a matriarca, apesar de entender essa parte, achei um pouco maçante, confesso que estava mais interessado em quando os fenômenos paranormais iriam começar do que a introdução da vida das personagens, acho que a quantidade de páginas nessa parte foi um pouco além da conta. Mas depois de 1/4 do livro, comecei a me interessar mais pela construção, entender mais os problemas, ver menos da rotina do núcleo familiar, e é claro, o começo das atividades sobrenaturais, essa era a história que eu buscava.
Pulando diretamente para os elogios e menos falazada, anteriormente, em um de meus históricos de leitura comentei que o "demônio" deste livro é com certeza o mais sujo e vulgar de todas as obras que envolvem esse tema, e a cada diálogo que ele falava, eu validava ainda mais a minha opinião, não entenda como uma visão negativa minha, na verdade foi um dos pontos que mais me chamou atenção na obra, achava interessante como ele era genuinamente ruim, machucava verbalmente as pessoas ao redor e sabia como despertar o pior em cada um. Quando ele falava, sabia que algo esperto, maldoso ou bizarro iria vir, além de atos humilhantes como acompanhamento. A progressão que ele aparece é curiosa também, uma construção bem feita.