Ela disse

Ela disse Jodi Kantor...




Resenhas - Ela disse


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Ludy @emalgumlugarnoslivros 16/01/2020

Ela disse - Jodi Kantor e Megan Twohey
376 páginas/Companhia das Letras


"Não posso mudar o que aconteceu com você no passado, mas juntas talvez possamos usar sua experiência para ajudar a proteger outras pessoas."

Quem é Harvey Weinstein?
Até meados de 2017, alguns diriam se tratar de um renomado produtor de Hollywood, mas será que podemos considerá-lo assim até nos bastidores?
O passado de Harvey vem à tona através de um jornalismo investigativo.
Um passado desprezível revelado por mulheres corajosas e admiráveis.

Esse livro foi uma grata surpresa - até porque me tirou da zona de conforto.
Em 2017, duas jornalistas se uniram para investigar um suposto caso de assédio cometido pelo produtor Harvey Weinstein.
A obra traz o início e o fim da investigação, além de descrever o momento exato em que o artigo foi publicado.
Me vi imersa na leitura.
Os relatos de assédio e abuso são repulsivos e revoltantes, ainda mais quando as vítimas - desde atrizes a funcionárias da produtora - e as jornalistas são desacreditadas.
Foi intrigante acompanhar essa investigação.
Um início turbulento, cheio de obstáculos e medos. O medo da exposição e das consequências; visto que muitas foram silenciadas.
Esses homens ficaram impunes por muito tempo - alguns ainda estão -, as leis são frágeis e falhas, mas é lindo ver uma voz feminina puxando a outra.
E assim foi criado o movimento #metoo.
Apesar de tudo, o fim é repleto de sororidade.

Jodi e Megan trazem um texto envolvente, mas a leitura não é fácil; tanto que fui lendo com calma para absorver cada detalhe.
Elas são incríveis e imparciais, fica nítido a dedicação e o respeito que tiveram com esse trabalho e com as mulheres envolvidas.
Sinto uma profunda admiração por elas e por todas as outras que se fizeram presentes nessa leitura. Que ousaram denunciar em um mundo tão machista.

Ela disse é uma leitura de não-ficção. É real, forte e frenética.
Uma leitura sobre assédio e abuso sexual, e que não se resume apenas ao mundo do entretenimento e corporativo.
Me proporcionou diversas sensações, conscientização e orgulho.
Eu digo para que leiam esse livro, pois é extremamente necessário.

#resenhaemalgumlugar

site: @emalgumlugarnoslivros
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Sil 29/01/2020

Resenha de @kzmirobooks
Terminei a leitura deste livro por volta de 1:00h do dia 4/01/2019 — justamente dois antes de darem inicio ao julgamento de Harvey Weinstein, produtor de hollywood que foi acusado por cerca de 80 mulheres de abuso e assédio sexual. Havia um sentimento de ódio em mim, um sentimento de incapacidade e de coragem ao mesmo tempo. Muitas vezes vemos mulheres acusando homens de assédio e/ou abuso e nos sentimos orgulhosas da coragem delas, entretanto nunca sabemos como foi para ela o caminho até a denuncia. Com Ela Disse essa perspectiva muda ao sabermos que essa mulher precisou de muito mais coragem para fazer aquela denuncia.



O livro é um relato das jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey sobre como foi o processo até a matéria do NYT, em outubro de 2017, com a denuncia dos assédios de Harvey Weinstein. Para quem ama jornalismo o livro é um prato cheio, com vários detalhes da investigação assim como algumas "regras" de jornalismo que eu, particularmente, não conhecia. Ele não é um livro pesado, por mais que as histórias ali sejam pesadas. Mesmo nas partes que há relatos das vitimas da forma como foram contadas as jornalistas ainda há uma certa leveza para não nos fazer passar mal com tanta barbaridade. É claro que essas histórias podem ser um gatilho para algumas leitoras e não estou falando em forma de meme e sim de verdade, pois com certeza se alguém que estiver lendo já tiver passado por aquilo ou algo semelhante irá ter reações negativas.

É incrível a determinação delas em fazer essa matéria acontecer. Ao longo das entrevistas e busca por novas testemunhas elas se depararam com muitas dificuldades, principalmente pelo fato de ter que fazer com a máxima descrição para que ele não descobrisse a respeito da matéria e acabasse botando tudo a perder com o seu poder de influencia e dinheiro; e o pior de tudo eram os vários acordos de confidencialidade feitos ao longo das décadas com várias mulheres que, em alguns casos, foram incentivadas por seus advogados a simplesmente aceitar o acordo e a indenização e seguir com a vida. Por muitos anos simplesmente a menção do nome Harvey Weinstein desmotivava as mulheres com suas denuncias e poucas que tiveram coragem foram retaliadas por isso ao longo de vários anos (só ler um pouco da história de Rose McGowan).



O livro ainda cita uma investigação a respeito de Trump, que ocorreu antes, e de um juiz da Suprema Corte americana, que ocorreu após as denuncias do NYT e o movimento #MeToo. Essas outras duas investigações, apesar de não ter relação direta com a principal contada no livro, é um paralelo que podemos usar como comparativo entre repercussão e como é importante as pessoas denunciarem o abuso o quanto antes. Outra questão importante que o livro acaba trazendo em sua conclusão é a respeito do #MeToo em si e como ele pode afetar as mulheres que não estão na vida "glamurosa" de Hollywood, onde seus abusadores são protegidos pelo anonimato e a necessidade da mulher em simplesmente ter um emprego.

Eu não poderia iniciar meu ano lendo um livro melhor e que me mostrasse tantas coisas que ignoro no meu dia a dia, mas que podem acontecer comigo a qualquer momento. Infelizmente nenhuma mulher está salva de assediadores e abusadores e é importante saber que temos sim o poder de denunciar esses predadores, pois quando isso é feito estamos também ajudando outras mulheres a não passarem por isso. Este livro é uma leitura necessária e atual.



site: https://www.instagram.com/kzmirobooks/
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@retratodaleitora 30/01/2020

Indispensável
Vocês já devem ter visto a hashtag #metoo ou a #eutambém nas redes sociais. Essas hashtags foram utilizadas por mulheres de todo o mundo que postavam os episódios que sofreram de assédio e abuso sexual. Com essa movimentação, mulheres adultas e adolescentes se sentiram confiantes para relatar também histórias que nunca antes revelaram. Elas estavam ali, dizendo: vocês não estão sozinhas, isso aconteceu comigo também, e isso tem que acabar.⁣


Neste livro acompanhamos as vencedoras do Pulitzer Jodi Kantor e Megan Twohey nos bastidores da investigação que chocou o mundo: juntas, elas conquistaram a confiança de dezenas de mulheres que sofreram algum tipo de abuso e assédios do produtor Harvey Weinsten, fundador da Miramax.⁣


Harvey, durante décadas, abusou fisicamente de muitas mulheres; algumas, funcionárias de sua empresa, outras jovens atrizes que ele tentava manipular. Em 2018, algumas dessas mulheres corajosamente compartilharam os episódios traumáticos que sofreram na mão desse homem inescrupuloso que tentou de todas as formas abafar suas vozes. O título desse livro deveria ser Coragem. Quanta coragem tiveram essas jornalistas, e quanta coragem essas mulheres tiveram de ir a público, com todos os riscos, todos os julgamentos, ajudar a expor seu abusador. Ao se abrir, elas renascem mais fortes. Não estão sozinhas. E a rede de apoio é maior que a rede de ódio que, infelizmente, existe.⁣

Jodi e Megan também compartilharam um pouco de dois outros casos de investigação sobre assédio e sexismo: o caso Trump na corrida eleitoral com suas declarações machistas e violentas sobre mulheres; e o caso Ford, sobre Christine Blasey Ford, que denunciou o jurista Brett Kavanaugh, indicado por Trump a um cargo na Suprema Corte dos EUA, de ter abusado sexualmente dela na adolescência. São relatos muito impactantes.⁣


“Tal posição pública e a sensação de que ocorria uma rápida mudança nos padrões sociais pareciam indicar que ainda era possível avançar, mesmo numa época de divisões partidárias e conflitos incessantes.”⁣


Esse livro mostra é possível avançar se nos unirmos pela igualdade e contra a opressão. Juntas, gritamos mais alto. Livro incrível.

site: https://www.instagram.com/p/B7034_ujhLm/
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Gramatura Alta 31/01/2020

http://gramaturaalta.com.br/2020/01/31/reseenha-ela-disse-jodi-kantor/
Vivemos em uma sociedade onde as mulheres precisam estar sempre alertas para tudo, tanto na vida pessoal, como na profissional. No ambiente de trabalho, o assédio, físico ou verbal, tem chegado a níveis alarmantes. O livro ELA DISSE vai abordar a investigação jornalística que denunciou um dos maiores produtores de Hollywood, mostrando anos de abusos e assédios contra funcionárias de sua empresa e também para com grandes atrizes famosas mundialmente. Esse primeiro passo desencadeou uma enxurrada de denúncias que deram o pontapé inicial para o movimento “Me Too”, projeto que tem como objetivo quebrar o silencio, começar uma revolução contra o fim do assédio em todas as áreas.


Tudo começou com Harvey Weinstein, dono e famoso produtor de uma grande empresa de distribuição de filmes em Hollywood. Sua influencia era enorme e seu intenso trabalho fez vários filmes serem premiados e lembrados por todos. Tiveram em suas mãos obras como A VIDA É BELA, O LADO BOM DA VIDA, O DISCURSO DO REI, O PACIENTE INGLÊS e SHAKESPEARE APAIXONADO, sendo esses últimos três, vencedores de Oscar de melhor filme em seus respectivos anos de lançamentos. Foi por ele também que grandes atrizes conseguiram papéis que marcaram suas carreiras, como Gwyneth Paltrow, Salma Hayek, Jennifer Lawrence, Ashley Judd e até mesmo Angelina Jolie.

E toda essa influencia e “poder”, Harvey usava para fazer a vida das mulheres ao seu redor num inferno. Era literalmente um padrão, Harvey conhecia alguma jovem atriz com potencial, convidava a mesma para uma conversa em particular, geralmente em um quarto de hotel, em seguida ele começava a prometer fama, sucesso e prêmios. Mas no meio disso, ele mostrava o seu preço, o mesmo começava a levar a conversa para lados sexuais, tirava a roupa e pedia massagens. Isso nos casos mais “leves”, em outros o produtor já partia para cima das atrizes nu e fazendo atos obscenos sem consentimento. Se a mulher recusava, ele começava as ameaças de que a carreira delas não teria futuro e que ele não mediria esforços para destruir as mesmas. Obviamente isso não acabava bem para as mulheres que em seguida eram procuradas por advogados que lhe passavam quantias de dinheiro em troca de nunca falar a respeito do ocorrido e nem fazer denúncias. Na base do medo e de uma pesada intimidação, grande parte das mulheres aceitava esses acordos. E isso aconteceu por mais de trinta anos.

Era de conhecimento geral que o produtor era um homem “mulherengo”, ele tinha essa fama e não parecia incomodar aos outros homens importantes da sua empresa. Para as mulheres era um tabu, outras já tentaram denunciar Harvey, mas tiveram suas carreiras destruídas e seus relatos ridicularizados. O que faltava era uma união de forças, uma profunda organização de fatos e várias vozes juntas para assim elas serem ouvidas.

Foi num famoso jornal americano onde essa organização começou, quando duas repórteres se uniram para denunciar vários casos de assédios feitos por Donald Trump, na época candidato a presidência americana. E nessa investigação, elas se cruzaram com essa cadeia de assédios feitas por Harvey Weinstein. Pesquisas foram feitas e o padrão foi provado, elas só precisavam agora dos relatos das mulheres, mas como pedir às vítimas para falarem novamente? Nesse momento, elas só tinham a certeza de que seriam ignoradas e tinham medo de atrair mais uma vez o olhar de Harvey. Agora cada uma seguia a sua vida, elas não queriam mexer nisso novamente por medo do que poderia causar, mas dentre centenas, algumas aceitaram ter seu nome e relato postos na matéria que iria mostrar para o mundo o monstro que Harvey Weinstein era. E essas primeiras deram a coragem que faltava nas outras e um grande movimento nasceu, com dezenas de mulheres dando seus relatos e todos tinham as características que o assediador seguia. E não parou por aí.

O livro narra todo o caminho que as duas jornalistas precisaram trilhar para conseguir, enfim, publicar esse artigo que mudou tudo. Ele abriu portas para a verdade, pôs fim ao silencio imposto à força nas vítimas e deu coragem a todas as mulheres, não só essas que passaram por experiências terríveis com esse produtor, mas mulheres em todas as áreas. Todas estavam falando, todas queriam e agora eram ouvidas. O movimento foi tão impactante que limpou a indústria do cinema americana, com vários produtores, diretores e atores famosos sendo desmascarados e demitidos. Afetou até mesmo a política americana, como é mostrado nos capítulos finais, onde acompanhamos um novo embate, dessa vez com uma vítima de abuso contra um importante politico americano.

A leitura informa sobre todas as dificuldades que foi dar o primeiro passo, mostra o que aconteceu com as mulheres e todas as sequelas deixadas depois do abuso. Alguns relatos são realmente bem pesados e gráficos, podendo sim despertar gatilhos, mas ainda assim a leitura é importante porque essas coisas precisam ser discutidas e interrompidas. O livro só peca na divisão de capítulos, já que os mesmos são bastante longos e entrelaçam vários assuntos que às vezes confundem. Faltou um pouco de visão das autoras na hora de organizar suas histórias. A capa do livro também poderia ser melhor trabalhada, o resultado final é simples demais. No final do livro a leitura fica muito densa e a enxurrada de informações que o leitor recebe é enorme. Mas o epílogo reserva uma passagem bem emocionante com várias mulheres que foram vítimas se unindo numa conversa e enfim se conhecendo. Mulheres ricas, pobres, privilegiadas ou não. Encerrando o livro com a bonita mensagem de que juntas elas conseguem, juntas tudo pode dar certo.

site: http://gramaturaalta.com.br/2020/01/31/reseenha-ela-disse-jodi-kantor/
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Ana Quintela 15/02/2020

Creio que este será um dos grandes livros reportagem deste século. As reportagens, e agora o livro, deram voz às mulheres que foram abusadas por esse produtor. Sonho com o dia que isso não mais acontecerá.
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alekele_ 11/03/2020

Ela disse
Um livro de extrema importância, que relata como foi a investigação jornalística que expôs o ex produtor de Hollywood, Harvey Weisntein, e os atos odiosos praticados por ele durante décadas. Harvey utilizava sua alta posição no mundo artístico para abusar de mulheres (atrizes e funcionárias de sua empresa).
Jodi Kantor e Megan Twoheyv demonstram como foi todo o processo investigativo que culminou na reportagem publicada no famoso jornal ?New York Times?, e acabou impulsionando o movimento #MeToo.
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Gabi 15/04/2020

Mulheres leiam
Um livro necessário e impactante. Tem momentos que achei que a leitura se arrastou, mas o conteúdo, ao final , compartilhado é essencial para todas as mulheres.
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Mariana Dal Chico 20/04/2020

“Ela disse” de Jodi Kantor e Megan Twohey foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras que me enviou um exemplar de cortesia.

As autoras são jornalistas investigativas do New York Times, ganharam o prêmio Pulitzer de jornalismo na categoria serviço público em 2018.

Nesse livro, Kantor e Twohey, falam sobre os bastidores das reportagens sobre como Harvey Weinstein — fundador da Miramax —, usava sua posição de prestígio e poder para abusar de mulheres.

A reportagem que começou com atrizes, passou a ter uma abrangência muito maior quando as jornalistas passaram a pesquisar sobre como Harvey tratava todas as mulheres a sua volta, incluindo funcionárias e ex-funcionárias.

Para mim, a leitura foi rápida — apesar dos capítulos longos —, passava as páginas sempre ávida para saber o que viria a seguir, principalmente por não ter acompanhado a reportagem quando foi publicada, eu sabia apenas das repercussões e a explosão do #MeToo.

O que mais me impressionou, foi a persistência das autoras em conseguir conversar com as vítimas e fazer com que elas permitissem a identificação na reportagem para que os relatos ganhassem mais força e que incentivasse outras mulheres a contarem suas histórias.

O livro detalha a forma como as autoras procuraram apurar cada pista/detalhe/acusação, mostra o cuidado com o embasamento de uma matéria polêmica onde um erro poderia não surtir punição para Weinstein, até então, um rico poderoso produtor de Hollywood.

O epílogo é tocante, as autoras reuniram doze mulheres que tinham denunciado publicamente casos de abuso sexual, para que elas se conhecessem pessoalmente e contassem o que tinha acontecido após os pronunciamentos e como elas se sentiam.

Gostei muito do livro, é um tipo de leitura que vai agradar mais quem gosta de livros de não-ficção, principalmente livro reportagem, mas também pode agradar quem gosta de ficção se tiver um pouco de paciência com a quantidade de informações e nomes dados em um pequeno espaço de tempo.

site: https://www.instagram.com/p/B_NQXIfDpXs/
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Melissa.Micheletti 21/04/2020

Livro incrível
Esse foi o primeiro livro jornalístico que eu li. As duas autoras contam como foi o processo de investigação sobre as acusações de abuso sexual contra Harvey Weinstein. Leitura fácil e que te prende o tempo todo.
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Cheiro de Livro 04/05/2020

Ela Disse
Desde sempre adoro ler sobre bastidores de grandes reportagens, de grandes coberturas jornalísticas. É desses gêneros literários que sempre me atraem. Quando vi “Ela disse” (tradução Débora Landsberg, Denise Bottmann, Isa Mara Lando e Julia Romeu) de Jodi Kantor e Magan Twohey estava para sair, corri para colocar na lista de desejos. As duas repórteres do New York Times escreveram sobre os abusos de Harvey Weinstein e colaboraram com a crescimento do movimento MeToo. Daquelas reportagens que empurram o mundo para outro rumo.

Todo o livro que conta bastidor de reportagem me deixa intrigada em conhecer mais o tempo em que tudo aquilo estava sendo investigado. Mesmo que o MeToo tenha sido “ontem” em termos históricos é um “ontem” distante onde um outro normal era o normal. É preciso ler com esses olhos, compreender o tempo e os riscos que tudo o que estava para ser revelado representavam naquele momento.



O livro se divide em dois momentos: primeiro a investigação sobre o caso Harvey Weinstein e depois o depoimento de Christine Blasey Ford no congresso americano.

A primeira parte é mais eletrizante e há momentos que chegam ao inacreditável. Harvey contratou uma firma israelense para se inserir na investigação e tentar desacredita-la, por exemplo. É também mais envolvente porque sabemos o que aconteceu com Harvey e as mudanças encadeadas pelo corajoso depoimento de um punhado de mulheres. Como se repete no livro a exaustão ser a primeira é sempre o mais difícil. Conhecia pouco da investigação em si e me surpreendi com a importância de Gwyneth Paltrow na construção da matéria. Essa primeira parte tem grandes lances de investigação e dá quase para montar um filme.

A segunda parte nos traz de volta a realidade. Christine Blasey Ford denunciou e se expôs para denunciar um indicado a suprema corte americana e apenas ela sofreu as consequências. Ela deu entrevistas, foi ao congresso e mesmo assim o homem que a assediou tornou-se membro da suprema corte. Ainda temos um caminho a percorrer e isso faz o livro terminar em uma nota para baixo, mesmo que no final das contas toda a jornada das duas jornalistas tenha derrubado Harvey Weinsten, mudado práticas da indústria do entretenimento e dado voz a um movimento.

É um livro importante de ser lido. Mostra que é possível mudar estruturas e ao esmo tempo mostra que ainda há muito ser melhorado.

site: https://cheirodelivro.com/ela-disse/
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Michelle 11/05/2020

Indico
Livro perfeito. Uma história real e revoltante.
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Laura Brand 01/06/2020

Nostalgia Cinza
Em 2017, um burburinho em Hollywood se tornou um escândalo que cresceu até se tornar um movimento global. Você deve ter ouvido falar do #MeToo, que deu voz a centenas de atrizes norte-americanas que confessaram anos de abuso e assédio por parte do alto escalão da indústria do entretenimento e abriu as portas para o começo do fim da tolerância ao assédio e abuso sexual. Ela Disse conta em detalhes os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo e representou um marco para o jornalismo investigativo do século 21. Saiba mais!
Onde você estava quando Harvey Weinstein foi desmascarado por dezenas de mulheres assediadas por ele? Lembro que eu estava na academia, ouvindo o podcast The Daily, do The New York Times. Por lá o escândalo estava começando a estourar e ainda não se falava com tamanha força disso tudo por aqui. Lembro de ter me perguntado quem era esse homem que afetou de forma tão destrutiva a vida de tantas pessoas, de tantas mulheres, algumas delas verdadeiras estrelas do cinema e do entretenimento. Em pouco tempo a internet já começou a borbulhar com outras mulheres se pronunciando e compartilhando histórias de abuso e nomes de assediadores. O #MeToo, que havia começado como um movimento de ajuda para mulheres vítimas de violência doméstica, agora ganhava o mundo em uma verdadeira onda de sororidade.
Pouco se fala a respeito da criadora do #MeToo, o movimento que atingiu uma escala global e escancarou episódios de assédio e abuso sexual na indústria do entretenimento. Tarana Burke, ativista e novaiorquina do Bronx, foi a responsável pela origem desse catalisador. Em 2006, Burke fundou o movimento Me Too e começou a usar essa frase para aumentar a consciência acerca da crescente generalização do assédio e abuso sexuais na sociedade norte-americana. Em Ela Disse, as autoras mencionam Burke algumas vezes e espero que a ativista ganhe mais espaço nas próximas discussões a respeito do #MeToo.
Em Ela Disse, Jodi Kantor e Megan Twohey descrevem as motivações e as decisões dolorosas e arriscadas das primeiras fontes corajosas a quebrar o silêncio que rodeava Weinstein e toda a indústria do entretenimento norte-americano. Segundo as próprias autoras, “o título Ela Disse é intencionalmente complicado/ escrevemos sobre aquelas que disseram algo, sobre as que decidiram não o fazer e sobre as nuances de quando, como é por quê”. No livro as autoras explicam como provaram a existência de um padrão de comportamento com base em relatos pessoais, documentos financeiros e legais, memorandos de empresa etc, em meio à ebulição do conceito de fake news e da crescente onda de desconfiança em torno do jornalismo.
Uma figura muito mencionada pelas autoras é Rose McGowan. Conhecida por suas polêmicas, Rose é porta-voz de movimentos pelas minorias e, infelizmente, entra na lista de mulheres feridas por Hollywood e seus poderosos. Ela Disse fala sobre o envolvimento de McGowan na apuração da reportagem e menciona que a atriz estava começando a trabalhar em seu livro de memórias, que já apareceu em uma resenha por aqui. Em CORAGEM ela escancara a porta de sua vida e convida o leitor a conhecer os bastidores de uma indústria até pouco tempo inabalável. Com reflexões e relatos, Rose escreve uma autobiografia doída, mas extremamente necessária.
O livro também é uma importante referência para quem busca entender melhor as nuances e minúcias do processo investigativo dentro do jornalismo. Conseguimos perceber o cuidado em proteger as fontes, o interesse em manter a história o mais objetiva e informativa possível, o afinco para garantir a veracidade das informações, o cuidado de entregar um produto jornalístico íntegro e imparcial, dando a chance para que o acusado se defenda. Ela Disse é uma prova irrefutável da importância do jornalismo como ferramenta de luta social e como quarto poder dentro de uma sociedade.
O livro também da destaque para as mulheres que participaram dos bastidores da apuração e investigação da reportagem, incluindo Rebecca Corbett, uma das mais reverenciadas jornalistas estadunidenses. Mesmo que não apareça tanto na mídia, ela tem um papel fundamental no apoio e edição de algumas das matérias mais impactantes dos últimos anos nos Estados Unidos.
Ela Disse é também um belíssimo exemplo da minuciosidade e da importância do jornalismo investigativo. As autoras ilustram de forma exemplar como o sistema jurídico e a cultura corporativa, e não apenas a estadunidense, diga-se de passagem, serviram para silenciar as vítimas e ainda inibem a mudança.
Como mulher foi um privilégio ter podido ver, em primeira mão, os desdobramentos da reportagem enquanto eles aconteciam. Foi um alívio poder ver, enquanto começava minha vida adulta, que eu estava crescendo em uma sociedade que começava a ser cada vez mais obrigada a ouvir as pautas das minorias políticas e sociais. Como mulher, observar o mundo sendo forçado a arrancar alguns pedaços das suas viseiras, é uma benção. Ela Disse serve como um registro poderoso de como as mulheres tiveram e ainda têm que lutar arduamente por seus direitos mais básicos em um mundo pautado pelo machista e misógino status quo. As mudanças são lentas, dolorosas e hercúleas, mas elas acontecem e estão acontecendo.



site: https://www.nostalgiacinza.com.br/2020/06/resenha-ela-disse-os-bastidores-da.html
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julia 12/06/2020

Resenha: Ela disse
Um livro muito muito importante que dá voz à sobreviventes.
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Ana | @anacarolinafl 07/07/2020

Uma aula de jornalismo investigativo
Jodi Kantor e Megan Twohey são jornalistas especializadas em investigações polêmicas. Em Ela Disse – Os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo, as repórteres investigaram uma série de assédios cometidos pelo renomado produtor de Hollywood Harvey Weinstein. A obra detalha o padrão horripilante de Weinstein, fala quem foram as suas vítimas, como ele escondeu por 25 anos o que fazia e como ele comprava o silêncio das mulheres que tentavam lutar na justiça.

Ela Disse é uma aula de jornalismo investigativo. O leitor aprende como chegar a fonte, como a convencer de falar publicamente sobre algo tão delicado e quando é necessário manter a ética e se afastar da fonte quando ela não aceita de jeito nenhum estar na matéria. Jodi e Megan também dão outras recomendações no decorrer da obra e ensina sobre certos conceitos do Jornalismo para quem não vive neste universo.

O livro é impactante, mas também tem um ar de esperança. Jodi e Megan contam como depois da reportagem, outras vítimas e casos de assédio cometidos por grandes empresários apareceram. Ela Disse mostra a importância das mulheres continuarem usando a voz para lutar contra o assédio no ambiente de trabalho.

A escrita dos fatos é bem detalhada, cada palavra colocada no livro foi severamente apurada por se tratar de acusações de assédio e envolver a vida de muitas mulheres. O texto não consegue se desprender totalmente da característica jornalística, mas isso não é um problema. Ela disse foi produzido para jornalistas e para quem deseja conhecer mais de perto a dificuldade do trabalho jornalístico.

Resenha inteira no blog!

site: http://submundoliterario.com/
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Bi Sagen 27/07/2020

Em outubro de 2017 as jornalistas Kantor e Twohey publicaram uma reportagem investigativa bombástica, acerca dos crimes sexuais de Harvey Weinstein, um homem importante na indústria cinematográfica norte americana.

Esse trabalho levou meses e meses de preparação e investigação. Nesse livro acompanhamos cada percalço, reviravolta e angústia. Desde os contratos confidenciais, as vítimas silenciadas, as empresas coniventes, e até mesmo advogadas que se dizem a favor da causa das mulheres mas acabam as explorando também. Além dos questionamentos sobre qual a mudança prática que a matéria causará.

Preciso dizer que não estou acostumada a ler não ficção por hobby, essa tem sido uma experiência recente, e ainda um pouco complicada para mim. Nesse caso foi ainda mais, isso porque as jornalistas descreveram minuciosamente o caminho que percorreram, de modo que até quase o meio, a leitura foi um pouco arrastada. Mas ainda sim, foi muito proveitoso.

Ao mesmo tempo que tudo aquilo que enojava, me dava também esperança de um futuro melhor. Precisamos nos posicionar, e o momento é agora!
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