Hellio Piagge 02/07/2021
Segredos e mentiras submersas em Doggerland
Doggerland era uma área de terra, agora submersa no sol do Mar do Norte, que ligava a Grã-Bretanha à Europa continental. É lá que Maria Adolfsson cria o cenário perfeito para um suspense arrebatador.
Na manhã seguinte ao grande festival das ilhas de Doggerland, a detetive Karen Hornby acorda com uma ressaca gigantesca, mas não maior que os arrependimentos da noite anterior. Mais tarde, ela descobre que Susanne Smeed, a ex-esposa de Jounas Smeed, seu chefe, foi encontrada morta.
Como Jounas teria matado Susanne Smeed se passou a noite com outra mulher? Karen, então, se torna o álibi de seu chefe. Seguindo pistas, a detetive percebe que talvez a resposta esteja ligada a um crime do passado.
Pistas Submersas tornou-se um dos meus livros favoritos e também o primeiro contato com um thriller nórdico. O enredo é bastante linear e minucioso com os detalhes, tanto na parte criminal como investigativa. Para quem está acostumado com agilidade, o início pode assustar, mas logo os acontecimentos engrenam e fica impossível parar de ler.
O mais interessante foi conhecer Doggerland, sentir o frio daquele local, os costumes nórdicos e submergir juntamente com a detetive Karen Hornby em busca de pistas. Karen é uma investigadora extremamente inteligente e cativante, com traumas do passado e fragmentada em vários sentimentos.
Em síntese, o desfecho é inesperado e impossível de criar teorias. A autora criou uma malha de segredos e mistérios ao longo da obra que se uniram para dar ao enredo uma das melhores reviravoltas que já encontrei em um suspense.