A máquina de fazer espanhóis

A máquina de fazer espanhóis Valter Hugo Mãe




Resenhas - A Máquina de Fazer Espanhóis


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brentlejuice 03/09/2021

não lhe será permitida qualquer felicidade de agora em diante
Enquanto estava lendo fiquei pensando em muitos capítulos, no quanto os amei e o quanto sinto vontade de mostrar certas passagens para todo mundo. Valter Hugo Mãe é um poeta, consegue levar sentimentos para o papel de um jeito incrível e os personagens são muito reais, o que torna tudo muito honesto. De fato uma das melhores leituras do ano.
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Amanda Nachard 25/12/2020

Sejam persistentes
Antes de comprar esse livro, vi muitas pessoas falando que alguns desmereciam a obra "só" por causa da forma da escrita (que, a estilo Saramago, não utiliza letras maiúsculas e pontuação além de vírgulas e pontos). Eu já havia lido VHM (O Filho de Mil Homens, que amei) e pensei que isso não seria um problema para mim, mas.... Nesse livro, a escrita diferente pareceu mais marcada e talvez também pelo vocabulário (muitos termos pouco utilizados ou com outro significado no Brasil), a minha experiência de leitura foi estranha. Senti que a história passou arrastada e às vezes quis largar o livro. Eu, que geralmente leio bem rápido, demorei 3 meses para finalizar esse livro.

MESMO ASSIM, o livro merece nota alta. O tema é muito bom e acho que é pouco explorado (não conheço livros que abordem o envelhecimento e a forma como lidamos com isso enquanto sociedade). Além disso, tem algumas passagens (especialmente o capítulo dois) nas quais o autor conseguiu me fazer conectar muito com a história, chorar junto com o personagem.

Enfim, vale a leitura, sejam persistentes se se encontrarem com o mesmo problema que eu tive.
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Mariana.Missiaggia 13/04/2021

foi o meu primeiro livro do VHM, no início achei um pouco complicado acompanhar essa escrita de fluxo de consciência, mas depois que tu se insere na obra e na perspectiva de Silva, as coisas ficam mais instigantes. nunca tinha lido um livro pela narrativa de um idoso, e confesso que me surpreendi. ele traz algumas reflexões incríveis e interessantes, algumas baseadas na presença da igreja na instituição fascista, por exemplo. com certeza pretendo ler mais do autor :)
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Ian 19/05/2021

Mais um escrito do Valter Hugo Mae que leio, mais uma história que me arrebata. A mensagem é pura poesia. Pinga amor em cada página. Os fatos se apresentam familiar ao leitor e nos tocam viceralmente pois a velhice é um fato presente a todos nós. O livro nos constrange, nos amedronta, nos faz pensar sobre a decadência, a solidão, o abandono... Recomendo a leitura apenas àqueles que querem experimentar uma angústia profunda e chorar copiosamente.
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SammyaLC 26/01/2024

?Se um anjo vier me buscar, dizia eu, cortem-lhe as asas, afoguem-no, mas não o deixem escapar comigo por aí acima. quero ser deitado fora. metido aí para baixo de terra como ficam as coisas a que ninguém se lembrou de imaginar uma alma. não autorizo que me levem para o céu. não autorizo que me levem senão para o fundo porco da terra onde os bichos me comam e me poupem, para sempre do incómodo de estar consciente da injustiça que é existir.?
Um livro dolorosamente belo sobre envelhecer e morrer. Escrito em um lirismo arrebatador, ele narra a trajetória de António Jorge da Silva, após a morte de sua esposa, Laura, no lar da Feliz Idade no qual é internado, contra a sua vontade, por sua filha.
Pungente e encharcado amargura, Silva reflete sobre seus medos, arrependimentos e o alcance do abandono, tanto de seu corpo quanto de sua família.
Recomendo fortemente a leitura, principalmente se você já passou ou está passando por um período de luto, ou se alguma vez conviveu com alguém que eventualmente desejou a morte, ao invés da latência de envelhecer.
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Virgilio_Luna 21/10/2020

Somos silvestres, bons homens do fascismo
Para mim, essa obra de VHM se expressa em dois pólos: o pessoal e o coletivo. Pessoalmente, estamos na pele do sr. Silva, um homem de 84 anos, já no declive da idade, viúvo, a ter uma reflexão profunda sobre sua existência e os assuntos humanos, demasiado humanos. Um roubo da metafísica como arma ditatorial, uma abstinência da pessoa que se faz presente em vivência, mas, antes de tudo, reflexões acerca do tempo: sua falta de linearidade, isto é, seu caráter circular - como ocorre em Memórias Póstumas, quando a sandice e a razão conversam, "vida e morte, vida e morte. Há de ser sempre assim?".

No campo coletivo, em que suas reflexões ganham uma profundidade sedimentar, pode-se citar o grande trauma português: não ter identidade - "O temor de todo português é que haja um Salazar a se esconder na família de cada um", uma vergonha, culpa, da cidadania da abstinência - quase como se fosse desejada a volta da União Ibérica: Portugal, uma máquina de fazer espanhóis.

Não se iludam, a dualidade aqui apresentada é unívoca: o que é coletivo é pessoal; o que é pessoal é coletivo. A máquina de fazer espanhóis não pode existir concretamente, ela é a mente portuguesa artomentada, angustiada, por sua covardia perante Salazar, por sua aparente velhice - onde estão os bons fascistas para que o benfica volte a ganhar, para que os portugueses não desejem mais terem salários castelhanos, bocas castelhanas e barrigas castelhanas? É preciso uma máquina para tirar o fascismo da cabeça: a consciência, o mais corrosivo dos ácidos - é necessário para voltarmos a celebrar o outro como justificativa para nossa existência, um respeito a pluralidade, ao pensamento, não como as ditaduras - nas quais se roubam a metafísica humana e se transformam homens em estátuas.


"só acredito nos homens, finalmente, só acredito nos
homens, e espero que um dia se arrependam, bastava-me isso, que um dia genuinamente se
arrependessem e mudassem de conduta para que fosse possível acreditarem uns nos outros também."
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carolina :) 19/01/2023

?O amor é para heróis.?
Um senhor com mais de oito décadas de vida, perde sua companheira e vai para um lar de idosos, e é nesse cenário que Hugo Mãe constrói sua narrativa. Essa leitura me surpreendeu muito, pois me trouxe um desencadeamento totalmente diferente do que imaginava. Foi um desafio acompanhar os pensamentos e metáforas, além de certos entendimentos que estão além do alcance da minha atual idade.
A sensibilidade e a ferocidade entram em constante contraste durante o livro, pois apesar de ser um livro fluído que trata de forma comovente os assuntos, temos uma grande interrogação sobre o sentido e coisas da terceira idade que carregam um peso que distribui-se nas páginas.
O livro traz uma forte crítica social e política em relação à ditadura salazarista e também sobre crenças religiosas, credos sobre vida após morte e outros pensamentos, e isso me agrada muito, acho que ele ativa na nossa cabeça pensamentos e reflexões deixadas de lado.
Eu gostei muito dos outros personagens que estiveram presentes no livro, a construção da amizade entre eles e seus dramas pessoais.
Não foi uma leitura fácil, posso dizer que até cansativa em certos momentos, mas com certeza quero ter a experiência de reler-o daqui uns bons anos, foi questionador e diferente.
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Maria 15/02/2023

Perfeito perfeito e perfeito! Segundo livro que me fez chorar esse ano (tudo bem q n precisa muito pra isso), mas sério, que livro maravilhoso!!!!!!
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DTK 21/03/2021

Minha sensação a cada livro de Mãe é de que ele aumenta um nível em sua qualidade de escrita, MESMO quando antes eu já pensava ser insuperável.
Sou uma fã de carteirinha do escritor e esse livro só me solidificou no propósito de ler e ter sua obra completa em minha estante.

Reafirmo aqui, por costuma e necessidade de fazer propaganda as qualidades exímias do escritor de se relacionar com extrema profundidade a personagens agudamente reais, capacidade incrível de colocar em palavras os sentimentos mais delicados, sem sombra de dúvida é o autor que mais admiro em sua capacidade técnica e de conteúdo.

Honestamente, máquina de fazer espanhóis é apenas o terceiro livro que leio de Mãe e, até o momento, se consagra como meu favorito. A história de António aqui retratada é excelente; os momentos tratando sobre Esteves sem metafísica e o poema Tabacaria, inigualáveis em sua relação com a velhice; e as descrições feitas da ditadura salazarista, impactantes para dizer o mínimo, isso tudo acrescentado das ilustrações belíssimas do Eduardo Berliner faz do livro uma obra de arte de ponta a ponta, an absolute masterpiece!
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Ana 20/03/2021

Uma narrativa sensível sobre a velhice
"eu acabara de aprender que a vida tem de ser mais à deriva, mais ao acaso, porque quem se guarda de tudo foge de tudo".
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lu.sampaio 05/09/2022

VHM destrói corações
VHM gosta de te tirar da zona de conforto. É o segundo livro dele que eu leio e já percebo isso. Seja pela falta de parágrafos, pontuação, letras maiúsculas, seja pelas temáticas de seus textos.
Nesse livro o autor trata do processo de envelhecimento, o que se passa na cabeça de uma pessoa idosa em um ambiente de idosos no qual ela sabe que só vai sair em forma de ?alma?? isso se alma existir, já que é um dos questionamentos da personagem principal.
As reflexões propostas por cada personalidade nesse livro cria por vezes uma situação de muita reflexão (chorei confesso), mas muito cômica também em certos momentos.
Recomendo sim óbvio, mas ao mesmo tempo existe uma massa de sentimentos que vêm atrelado à essa leitura, então acho que depende bastante do estado emocional de cada leitor. De qualquer forma, é uma obra lindíssima e obras lindíssimas geram comoção kkkkkk.
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Geovanna.Carla 13/11/2020

Após tantos livros de Mãe, sua escrita tão peculiar e única não me causa mais estranhamento, mas casa vez mais encantamento. Pude identificar nas duas últimas obras que li do autor assuntos tão diversos; em A desumanização a retratação de uma infância roubada; enquanto neste, a velhice, o abandono familiar e todas as implicações decorrentes dali.
Durante toda a leitura não me fugiu o pensamento que aquilo é real e que a velhice é inevitável. E eu me doía ao ver de dentro, o pensamento dos idosos que moram em lares, ao ver eles encararem o falecimento de amigos que fazem ali.
Não me resta dúvidas Mãe é cirúrgico e genial em todos os temas que escreve, a cada obra que termino do autor tenho vontade de ler mais e mais.
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Victória de Castro 15/07/2021

É um livro cheio de metáforas, e, na busca pelo entendimento da vida ou do que venha a ser a morte, descobrir a metafísica em pequenos detalhes, como escrever cartas de amor para uma velha para reanimar sua ânsia por amor. Ou acolher, num último abraço, o amigo que mais tarde feneceria ao tempo como folhas secas desgarradas no outono.
A máquina de fazer espanhóis é uma obra prima, nos impele para profundas introspecções e a voltar os olhos para um estágio da vida para o qual nunca estamos preparados.
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Vinder 14/05/2022

Talvez o melhor livro que tenha lido di Valter Hugo Mãe. Nao gostei do último que ele lançou. Esse consegue ser sensível, mas com humor. E um tema tão importante, o envelhecimento.
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