Afirma Pereira

Afirma Pereira Antonio Tabucchi




Resenhas - Afirma Pereira


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Julio.Cesar 07/06/2021

Ótimo
Um livro sobre a importância do posicionamento em tempos sombrios e sobre a passividade sobre a realidade política. Exprime as tensões de viver na Lisboa salazarista, e nos faz sentir a asfixia que a falta de liberdade causava na época. Muito bom!
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Ve Domingues 25/10/2020

O livro me emocionou. A história do jornalista que achava que a vida nunca mais o surpreenderia é bem bonita. Na verdade, toda a transformação e o amadurecimento desse personagem é fascinante. Um retrato bem interessante de como uma ditadura vai se impondo lentamente sobre a vida das pessoas. Obra necessária em tempos tão intolerantes.
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Dassa 05/09/2020

Muito interessante
Livro bem gostosinho de ler, Pereira é um solitário, jornalista, diretor do setor de cultura de um jornal, muito inteligente e sempre ligado com o que acontece ao seu redor, ao conhecer um novo estagiário acaba se envolvendo em questões políticas que até então vinha evitando.
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Maria Luise | @bookhead_ 12/09/2021

Monotonia do cotidiano
Um livro de ritmo lento, que retrata a vida como é: com dias bons e ruins, calmos e agitados, nítidos e confusos.

Pereira é um jornalista que ama literatura, principalmente a francesa. Seu passatempo é traduzir contos franceses para a coluna literária do jornal em que trabalha.

A epifania de sua vida regrada acontece quando um jovem revolucionário aparece, e mexe com todas as convicções que Pereira tinha construído até então.

O mais interessante do livro é perceber as nuances políticas que atingem Portugal (o salazarismo português, o fascismo italiano e a guerra civil espanhola), que são abordadas em pequenas doses ao decorrer das ações e decisões dos personagens.

Confesso que no começo achei um pouco maçante a narrativa mais parada, mas depois peguei gosto por Pereira e por sua evolução no pensamento político e cidadão. Apesar disso, sei que esse não é um livro que agradará a todos, exatamente pelo fator da narrativa lenta.
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Fabi 13/02/2022

Um livro ótimo de se ler, com a escrita impecável. Conta a estória do jornalista Pereira, que contribui com uma pequena escrita num jornal local. A fala dele exprime a certeza e convicção dos fatos narrados por ele. Todos os seus argumentos vem acompanhado da expressão: ?Afirma Pereira?. No desenrolar da estória, o escritor continua apresentando o previsível Pereira, sendo que no final aguarda-se uma surpresa.
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Lucas M. 06/09/2020

De início, o leitor é apresentado ao personagem central do romance, o Pereira. Sem prenome e reduzido a um sobrenome português particularmente comum, tem-se a impressão de que Tabucchi quis retratar alegoricamente a vida e a história do português médio na época da efervescente ditadura salazarista, que, à semelhança da ditadura franquista, na Espanha, e fascista, na Itália, impunha um regime de opressão e censura em diferentes esferas da vida cotidiana.
O mecanismo censor, da forma como ocorre também em romances distópicos como 1984, é tentacular e está presente não apenas no enredo, mas também no uso de termos e na construção da narrativa. Ao se optar pela narração em terceira pessoa, em que fatos são relatados a partir de Pereira, a narrativa também é submetida ao filtro, aos escrúpulos e às reservas de quem a conta e de quem a divulga. Pereira, por diversas vezes no romance, mostra-se relutante em contar determinados fatos, conversar sobre assuntos escusos, opinar sobre acontecimentos atuais, necessários, pulsantes e urgentes. Em uma escolha silenciosa e paradoxalmente omissa de não falar sobre o que ocorre em seu país e no campo político, recorre-se à reclusão e ao medo.
Tabucchi se vale da reiteração constante de imagens e símbolos que pemite ao leitor sempre se recordar de Pereira, criando estruturas que agregam e ganham significados próprios e indissociáveis do personagem principal, tais como a limonada, a omlete, o café Orquídea, o retrato da falecida esposa, o escritório com um ventilador asmático na rua Rodrigo da Fonseca, entre outros. Todos esses elementos gravitam em torno do romance, e este acaba sendo um encapsulado de todos esses símbolos e imagens, que com pequenas variações no espaço e no tempo, sempre retorna a eles e se condensam nas páginas no livro para contar a história do jornalista viúvo portador de uma cardiopatia.
A metamorfose, o entendimento sobre de si próprio orientado por um personagem secundário, introduzido de forma repentina e crucial, e o desfecho final, prenunciado nas páginas iniciais do livro, não surpreendem, tampouco emocionam. Todavia, trata-se de um livro de leitura fácil, e que lança luz sobre a tão apagada condição de Portugal no contexto europeu da Segunda Guerra Mundial e fomenta questionamentos importantes sobre temas assombrosamente atuais, como o nacionalismo, a censura, e polarização política e ideológica e a coragem para enfrentar tempos sombrios.
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Gabriela M. 16/08/2020

Digo eu: resenha de afirma pereira, antonio tabucchi
Temos com esse livro curto, de aproximadamente 155 páginas, acesso a uma história que nos dias de hoje, em especial no Brasil, nos dá certo gás de vida.

Obras políticas muitas vezes me deixavam preocupada ou ansiosa por não me sentir representada. Tantos personagens prontos pra luta, desde o início, desde sempre. Tantos personagens com posições firmes, inabaláveis. É importante esse reconhecimento, e concordo em absoluto que ele exista. O sentimento, no entanto, é de que há quem seja amedrontado e não se reconheça, por não compreender, talvez, o processo de construção do seu eu que rebate discursos, ideais e ações antiéticas. O desenvolvimento do pensamento crítico.

Acredito que este seja o ponto-chave do livro do escritor italiano Antonio Tabucchi. Ao escrever sobre o pré-segunda guerra de Portugal, ele nos apresenta um personagem alheio ao seu contexto, que parece viver preso ao seu próprio passado. Novos eventos o fazem agir de forma nunca antes pensada, mesmo que nem um pouco destoantes de uma vida comum: não são movimentos bruscos, a princípio. Como afirma Cardoso, Pereira sofreu uma erosão longa e contínua que permitiu essas novas ações.

Ao mesmo tempo em que tive dificuldade em aceitar a vagareza do personagem, também me reconheci nas suas inquietações e em sua indecisão. Me reconheci também na ação e na forma repentina de tomada de decisão. Digo repentina após explicar sua vagarosidade porque acredito que esses extremos são complementares, em especial, em ações humanas. Ações repentinas têm muito que ver com pensamentos e reflexões construídas às vezes no silêncio da mente e escondidas de nossa própria censura.

Outro ponto interessante do livro é o destaque dado aos acontecimentos que engatilham a ação de Pereira. Se antes ele estava preso ao passado, somente a partir de novos contatos humanos ele deixa seus pensamentos novos aflorarem. Esse holofote na consciência de Pereira sobre o peso de suas conversas com outros e suas reflexões sobre elas é que fortalecem o enredo do livro.

Um livro que recomendo, para todos, e em especial para nos ajudar a ter coragem de agir. Agimos sempre em conjunto, carregando diálogos, brigas e ideias compartilhadas, mesmo quando tomamos decisões próprias. Podemos pensar além: nossas ações únicas também vão influir no todo e talvez nunca saibamos as inflexões delas nos outros.

No link você tem acesso aos links da playlist feita pela TAG e à revista que acompanha o livro.

site: https://floreslivrosetempo.blogspot.com/2020/08/digo-eu-resenha-de-afirma-pereira.html
wellia 17/08/2020minha estante
Falou tudo!


kellen.ssb 26/08/2020minha estante
Amei sua resenha. A sua leitura foi igual a minha.




Adriana Scarpin 27/01/2022

Livrinho absolutamente delicioso, trata de um tema tão pesado quanto a ditadura salazarista com um frescor e redenção maravilhosos e nos mostra que nunca é tarde para sair de cima do muro e de uma pretensa zona de conforto ilusória, especialmente em termos políticos.
O que mais impressiona aqui é ser um livro italiano de um escritor idem, ao ler a gente pode jurar que foi escrito por um português como o protagonista do livro, mesmo para além da nossa tradução brasileira, Pereira é muito próximo de um cidadão refinado de Portugal nos entre guerras.
Acho que quem está vivendo o bolsonarismo miliciano e ainda não caiu na real faria bem em ler esse livrinho, mas infelizmente as pessoas que menos leem esse tipo de livro são as que mais precisam.

Livro indicado pela Jhumpa Lahiri não tem erro.
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Pudima 09/11/2020

Difícil avaliar.
Demorei para escrever essa resenha e ainda não sei se consegui formar uma opinião a respeito da história.
Tive dificuldade com a narrativa e por isso achei a leitura massante e cansativa. Só fui gostar de verdade da história no final mesmo.
Achei interessante o debate que o livro gerou e a questão do posicionamento do protagonista. De início considerei Pereira "sem sal" e não gostei dele; então gostei bastante do desfecho e de como tudo mudou.
Pensei bastante sobre o fato de a ausência de posicionamento ser, por si só, um posicionamento. Isso me fez refletir a respeito das minhas próprias opiniões e atitudes.
O que você faz para transformar o mundo em um lugar melhor?
Paz, amor e bem.
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Nazrat 02/11/2020

Sair da neutralidade
Pereira é um protagonista ao qual é difícil, inicialmente, sentir empatia. Mas o seu desenvolvimento, com seu envolvimento junto aos jovens que continuavam a luta por seus direitos e ideais, mostraram que é possível mudar e batalhar pelo que considera justo e deixar de ser uma pessoa que se isenta.
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Thamires 01/05/2021

Leitura absolutamente necessária
A gente acompanha Pereira, um jornalista inocente, que não percebe o golpe militar em Portugal. A gente acompanha aos poucos o avanço do fascismo e nazismo na Europa, e refletimos sobre a importância de tomar uma atitude diante da monstruosidade.
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Luci 08/01/2023

Importantíssimo e atual
Senti-me muita atravessada pela história de Pereira. O prólogo, uma carta do próprio autor do livro, informa como se dá o processo de criação da história ? um relato, como já nos indica o próprio título "Afirma Pereira" ?, que recomendo fortemente a releitura após a última página do livro.

Pereira é um jornalista viúvo extremamente solitário, com problemas de saúde, um estilo de vida que não o favorece e uma rotina muito bem estabelecida. Ele pede os mesmos pratos, as mesmas bebidas, frequenta ao mesmo restaurante, segue as mesmas tendências literárias.

De alguma forma, ele parece alheio ao que acontece no cenário político em meio à Ditadura Salazarista. Mas acontece que não está. E foi na bravura desse homem, que tem sua vida transformada após o encontro com dois jovens idealistas e, mais tarde, um médico estudioso da psicologia, que me vi torcendo por ele, para que em sua confederação de almas, seu novo eu vencesse.

De verdade, uma leitura muito atual para pensarmos sobre a fragilidade da democracia, a censura imposta não somente por fatores externos, mas quando também escolhemos olhar para o lado e ignorar as condições em que vivemos. Gostei muito do estilo narrativo, achei diferente e especial. Penso que guardarei Pereira comigo. Todos deveriam ler, em especial nós, brasileiros, que apesar da derrota nas urnas ainda estamos sob a ameaça de forças políticas autoritárias e fascistas.
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Daniel263 17/12/2020

Excelente livro!
Publicado em: @curadorliterario

62º livro de 2020.

Que surpresa maravilhosa receber esse livro! Não conhecia o autor, a capa é linda e sua história é extremamente envolvente!

Esse foi o último livro da sequência dos três que me deixaram com “ressaca literária”. Mas, diferente dos anteriores, ele aparentemente tem uma história mais leve... só aparentemente!

Na forma de um relato extremamente peculiar, conhecemos o português Pereira. Ele é editor de da sessão de cultura em um pequeno jornal lisboeta.

A trama se passa durante os primeiros anos da ditadura portuguesa. E, logo no início do livro, Pereira é “cutucado” para o que se passa fora de sua bolha de alienação.

O livro faz uma jornada de consciência política sensacional! Pereira é um solitário glutão nostálgico que sofre quieto com boas recordações. Porém, logo nos mostra como empatia e humanidade são um importante bastião contra o fascismo e a truculência!

E Antonio Tabucchi é um autor elegante e genial. Italiano e apaixonado pelo idioma português, escreveu seu livro em 1993 como um alerta para o retorno da extrema direta na Itália e na Europa.

Gostei muito desse livro! É daqueles que ficam conosco para sempre!

site: https://www.instagram.com/p/CD1TkIaDUgf/
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Wonderland of Books 23/08/2020

Livro leve, com uma escrita que me prendeu e descrições muito bem criadas. Adorei ver o desenvolvimento de Pereira, nosso personagem principal, nesse livro.
E essa edição da TAG está linda!
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Leo 24/08/2020

Viver o fascismo com literatura.
Acabei de acabar Afirma Pereira, de Antônio Tabucchi. A inquietação de um jornalista que aspira a liberdade dentro de um regime ditatorial. Em poucas páginas, o autor nos faz sentir as agruras de um regime fascista - e que assusta nas semelhanças do Brasil atual. Excelente livro!
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