Estação Atocha

Estação Atocha Ben Lerner




Resenhas - Estação Atocha


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Pan 14/02/2020

Esperava muito mais
Quando li o prefácio foi impossível não me encher de expectativas e de imediato lembrar do épico Dorian Gray; infelizmente a realidade nesse livro é outra. Adam apesar de ser relativamente inteligente, não é nada carismático e simplesmente apequena sua vida, ou seja, vive de forma superficial. Ele não aproveita seu intercâmbio de forma produtiva e tampouco vive o hedonismo ao estilo Dorian Gray. Ao fim do segundo capítulo o apelidei de "o Ze Ruela" por conta do personagem só fazer coisas patéticas. O livro consegue arrancar uma risada ou outra e não chega a ser um livro ruim, mas seguramente também não é bom e se o objetivo era criar um personagem odiável, em mim só criou o pior dos sentimentos pelo personagem, o de pena.
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Thimsilva 15/02/2020

Surpresa positiva
Vi muita gente no app da TAG criticar a escolha dessa obra, e por isso comecei a leitura pronto para abandonar a qualquer momento. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com uma obra densa, mas cativante, que nos insere nas inseguranças e defeitos do protagonista. Considero Adam um anti-herói... suas atitudes impulsivas e pensamentos desorganizados têm tudo para faze-lo um personagem odiável. Ainda assim, é possível aprender a ver o seu lado nas entrelinhas da prosa poética de Ben Lerner. Quem de nós já não quis parecer um pouco mais interessante aos olhos das pessoas?
?É incrível a vida que levo aqui, e não importa se não é a minha?
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luizguilherme.puga 15/02/2020

Surpreendente
Iniciei a leitura sem nenhuma pretensão, e não mais do que de repente me vi diante de uma obra excelente que simplesmente não consegui largar. O cinismo, a arrogância e a instabilidade de Adam, o anti heroi protagonista do livro, contrastam com seu brilhantismo, ou não (rs) como poeta. Sua constante busca por afirmação e sua contumácia em mentir fazem dele um personagem incrível, que encanta, ou não (rs) todos ao seu redor. Leitura muito boa que recomendo.
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Eduardo Victor Souza 22/01/2024

Foi uma experiência muito boa. o narrador é um babaca narcisista e mentiroso compulsivo, mas o autor nos conduz a um fluxo de pensamento incrível. o texto é bem escrito e dá sono, o que eu achei delicioso
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Babigabreu 16/02/2020

Possui uma linguagem fácil e cativante, com trechos descrevendo a mente humana de forma sensacional.
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Tehil 16/02/2020

Daqueles livros super arrastados no início, que de repente deslancham.
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Nívia ¦ @niviadeoliveirapaiva 25/02/2020

Adam é o exemplo perfeito do poeta aos moldes de Fernando Pessoa "O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.".
Trata-se de um jovem com problemas sérios de ordem psicológica, que se automedica, além de usar e abusar do álcool e do haxixe, e que recria/reinterpreta suas vivências no período em que vive na Espanha, não sabendo bem o que viveu e o que simulou ter vivido.
É interessante ver que apesar da dificuldade dele de interpretar o que estava vivendo como uma experiência real, da qual ele fazia parte, ele percebe que Teresa o havia interpretado por completo ao ouvir o seguinte questionamento vindo dela "Quando você vai parar de fingir que está só fingindo ser poeta?".
Adam parece ser um grande babaca quando lemos a contracapa e o primeiro capítulo, mas logo vemos que é um jovem com problemas, perdido e deslumbrado pela oportunidade que está a sua frente.
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Rafael Mussolini 18/02/2020

Estação Atocha
"Estação atocha" de Ben Lerner (Tag Experiências Literárias, 2020) é um livro que se debruça sobre as artes. A literatura aparece como protagonista através das diversas experiências que a poesia pode proporcionar. Acompanhamos Adam Gordom, um jovem e promissor poeta que conseguiu uma bolsa de estudos para estudar em Madri. Enquanto trabalha em seu projeto de pesquisa, Adam irá ser o fio condutor de uma história que reflete sobre o poder da literatura, inclusive a níveis sociais e políticos.

Em "Estação atocha" a ironia chama atenção através da voz de nosso personagem narrador que é uma figura que consegue ser realista, instável, inconsequente e por vezes bastante insensível - o que é algo que não cogitamos para a personalidade de um poeta. Adam Gordom chega em Madri para finalizar um longo poema sobre a Guerra Civil, mas por mais que ele vai tentando situar o leitor temporalmente sobre seu processo de pesquisa, percebemos que o mesmo não tem o projeto como seu foco principal.

Adam Gordom é talentoso mas muito inseguro e tem a mania de auto sabotagem. Durante todo o livro são poucos os momentos em que podemos dizer que o rapaz estava livre dos efeitos de drogas e álcool. Ele costuma se automedicar mesmo tendo dúvidas se esses medicamentos ainda provocam algum efeito, principalmente sobre seus problemas com insônia e ansiedade. Faz uso constante de maconha, haxixe e álcool como uma forma de potencializar a visão que tem de si e como estratégia de moldar a imagem que passa para os outros. Em certo momento do livro, uma das personagens com quem Adam estabelece um relacionamento amoroso, a mesma chega a perguntar "quando vai parar de fingir que está fingindo ser poeta?"


Durante todo o livro, Adam se provoca quanto à sua condição de artista e também das pessoas que se dizem arrebatadas por qualquer expressão de arte. É um cético quanto às características, atitudes ou símbolos que definem alguém como tal, e principalmente como poeta. Logo no início da história temos um capítulo que explora bem essa faceta da personagem:

"Por muito tempo, eu convivera com a preocupação de que era incapaz de passar por uma profunda experiência artística e me custava acreditar que alguém mais fosse, pelo menos entre os meus conhecidos. Nutria profundo ceticismo a respeito das pessoas que alegavam que um poema ou uma música tinham "mudado a vida delas", especialmente porque, observado-as antes e depois dessa experiência, não conseguia detectar a menor mudança. Embora quisesse dar uma de poeta e apesar de ter ganhado minha bolsa de estudos na Espanha graças ao meu suposto talento literário, eu só conseguia apreciar a beleza dos versos quando os encontrava citados em trechos de prosa, nos ensaios que os professores da faculdade me mandavam ler, com as barras substituindo as as quebras de linha, de modo que o que me impressionava não era um poema em particular, mas o eco de uma possibilidade poética. O que realmente me interessava na arte era a desconexão entre a minha percepção das obras de arte físicas e as alegações feitas em nome delas. A sensação mais próxima de uma profunda experiência artística que eu tivera talvez tenha sido a vivência dessa desconexão, uma profunda experiência da ausência de profundidade."

O jovem leva também seu ceticismo e excentricidade para as relações sociais e amorosas. No livro ele se aproxima de duas mulheres, utiliza de jogos emocionais e acaba se mostrando um mentiroso compulsivo. Adam não pensa duas vezes nas consequências de uma grande mentira para que possa passar exatamente a imagem que sua mente deseja projetar para as outras pessoas. Em certa parte da história o mesmo chega a se definir como "um mentiroso compulsivo, violento e bipolar ... um autêntico americano."

Em sua intensa busca pelo seu eu-poeta nosso personagem vai fazendo conjecturas e interpretações enquanto foge de todas as responsabilidades acadêmicas possíveis. Apesar de ter o risco de perder sua bolsa de estudos caso não mostre resultados de sua pesquisa, Adam deixa nítido que o que está garantindo seu processo de formação e alimentando sua vontade de escrever são a observação das pessoas, sua busca por autenticidade, por verdade e a condição de estrangeiro enfrentando barreiras culturais e linguísticas.

"Se eu era um poeta, tornara-me um porque a poesia, mais que qualquer outra atividade, não podia se esquivar de seu anacronismo e de sua marginalidade, e por isso representava uma espécie de reconhecimento da minha insensatez, uma forma de admitir a minha má-fé na boa fé, por assim dizer."

As reflexões sobre literatura, escrita e artes visuais são também uma crítica muito bem marcada aos pensadores americanos do âmbito acadêmico. Adam Gordom se mostra muitas vezes bastante alienado em relação às conexões da poesia com a política e a sociedade e um atentado terrorista à Estação Atocha que matou muitos trabalhadores e imigrantes e deixou outros milhares feridos irá suscitar mais discussões sobre qual é a função da literatura e da poesia para a política, e se há alguma, que tipo de mudança ela pode estabelecer?

A Estação Atocha entra então como mais uma personagem do livro. Esse desastre que realmente ocorreu na Espanha em 2004 e que até hoje não teve autoria assumida por nenhum grupo terrorista ocorreu ás véspera de uma eleição e movimentou o país com grandes manifestações. Todo o grupo de amigos de Adam acaba se envolvendo nesse grande acontecimento político e mais uma vez Adam se mantém à distância, como observador, na posição de turista que sabe que aquele não é seu país.

Adam usa muitas vezes da barreira linguística como uma maneira de não se posicionar e de impedir que as pessoas se aproximem muito. Em várias passagens ele narra diálogos com as personagens onde ele apresenta de duas as três versões das possibilidades de interpretações para a conversa que estava tendo. Diante do ela/ele disse isso, ou podia ser aquilo ou aquilo outro, Adam podia se manter em sua cápsula e inclusive podia fugir de problemas e até de se responsabilizar por suas próprias falas e atos.

Terminamos o livro com as possibilidades de Adam ser uma fraude ou ser um artista passando pelo processo de experiência artística que ele fingia não acreditar mas que era o que tanto buscava.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/
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paraondealeiturameleva 19/02/2020

Estação Atocha
Com uma narrativa na 1a pessoa, conhecemos Adam e toda a fragilidade que lhe representa. É possível que o leitor se identifique com Adam quando nem sempre o que se diz é o que se pensa.
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Renata 19/02/2020

Livro do mês de fevereiro enviado ela @taglivros.
Apesar de não ser um livro incrível nem nada assim, foi bem agradável a leitura.
Gostei muito do recurso narrativo usado pelo autor nas partes em que o narrador e personagem principal, um poeta americano, na vivência da segunda língua em um país estrangeiro, multiplica os sentidos das conversas com outros personagens por não compreender bem o idioma espanhol. Achei muito legal isso!!
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Debora 20/02/2020

Estação Atocha
Um belo retrato da mente.
De como ela atua para construir ou destruir.
Um retrato fiel de instabilidade emocional tão presente nos tempos atuais.
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David 22/02/2020

Deveria essa ser uma profunda experiência artística?
Quem nunca se sentiu uma fraude? Quem nunca mentiu, fingindo ser algo que deveria ser? Quem nunca se perguntou se havia algo errado consigo mesmo? Quem nunca se perguntou por que não conseguia ter verdadeiras experiências na vida?

Um livro com um personagem extremamente relacionavel. Adam é inseguro, tenta manipular a maneira que os outros o vêem e tem um ego muito frágil, além de sofrer de ansiedade e depressão. Um personagem que chega a ser irritante em grande parte do livro. Porém, penso que isso se deva, em grande parte, em como é possível identificar nele, partes que talvez não gostemos em nós mesmos
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spoiler visualizar
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Ludhi 23/02/2020

Um livro sem um enredo tradicional
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Caroline 23/02/2020

Intercâmbio e arte
Um livro sobre arte e intercâmbio. O personagem principal é estranho, mas tem uma visão interessante de Madri.
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