Resenhas - Os Livros que Devoraram o meu Pai

Amanda B 17/07/2019

Simples... (Ou nem tanto assim)
Este livro me deixou um gosto bem amargo na boca... O incentivo à leitura é um pouco superficial porque não tem como pegarmos em clássicos e reduzir a poucas páginas entrelaçadas - mas serve de introdução para as crianças/adolescentes "conhecerem" ~ouvir falar de~ tais livros. Por isso, é compreensível que seja recomendado pelo Plano Nacional de Leitura aos alunos portugueses.

No entanto, a minha interpretação do livro não o considera somente no sentido literal e sim como livro psicológico. Há sempre duplicidades e paralelismos. Elias pode não aceitar a morte de seu pai e o que ficou do pai dele foram os livros [o que se pode ler na conclusão da história]... Isso é o que os une, o que desenvolve a personalidade do personagem principal.
Porém, a morte do pai dele é "abafada" pelo mundo literário, onde ele permanece vivo. É claro que podemos interpretar isso de forma literal (se perder nos livros... mas não é isso que fazemos quando lemos?) ou não... A morte do melhor amigo de Elias serve, na minha opinião, para nos mostrar que o pai dele morreu (tudo começa como acaba/fecha-se o ciclo) e para ensinar que existe o lado oculto em todos (Mr. Hyde). O pai dele, aliás, faz lembrar Fernando Pessoa (profissão/paixão), embora com exageros.

Quer se trate do problema em aceitar a morte/ausência do próprio pai ou de um pai que "sumiu nos livros", a presença das listras em todas as poltronas/sofás por onde Elias passa e as "viagens" (quase como num teletransporte) só reforçam a ideia de um conto psicológico.

A morte do amigo é uma culpa que Elias vai levar com ele até morrer e sim, parece bobo (como alguém comentou por aqui), mas mais uma vez: é psicológico. Eles são crianças e esse é o amor que valorizam, embora cada um tenha uma interpretação diferente do amor e, assim como num romance, temos um triângulo amoroso ("a twisted" Sofrimentos do Jovem Werther, talvez), um morre e os outros dois ficam de coração partido. Imagine a história se a morte fosse de Beatriz, continuariam ambos de coração partido e sem saber quem ela amava (mas isto não é Machado de Assis). Então, a construção do livro tem fórmulas de clássicos, embora seja aparentemente "leve" ou simples.

Por fim, ao longo do livro, o autor já nos mostrou que a morte não é importante porque a intelectualidade já venceu [ou não estaríamos lendo grandes autores que nos parecem mais vivos que os próprios vivos].
Bombo é o exemplo mais forte - mais do que o sr. Bonfim sobreviver em livros e na memória de seu próprio filho - disso, porque a sua filosofia demonstra que é um espírito ancião.
Por esse motivo, podemos interpretar o suicídio sofrido como algo shakespeariano OU como algo filosófico, onde o espírito encontra a libertação do corpo e atinge a iluminação.
A interpretação que fiz dessa morte é que, precisamente, Vivaldo Bonfim também se suicidou mas esse foi um peso muito difícil de carregar para a sua família, o que fez com que a mãe de Elias se afastasse daquilo que o marido mais amava e a avó dele [de Elias] preferisse trancar tais memórias até que o neto pudesse reviver a memória de Vivaldo Bonfim e reaver o amor que o pai sentia pelos livros.

Venâncio 04/01/2023

Os livros que devoraram o meu pai
Gostei do livro um pouco confuso mas a história é interessante so não da pra entender a proposta do livro é interessante só não foi bem executado minha nota é ??????

Isadora.Oliveira 03/05/2022

Os livros que devoraram meu pai
Caras que história, muito leve rápida de ler, no início não se percebe mas pouco a pouco se é "devorado" por ela, descobri casa vez mais desse mundo, e ir vendo as aventuras do Elias só nos dá vontade de ler os livros aqui citados, por mais que o fim seja de certo modo trágico é um ponto a se pensar, em como erramos e simplesmente vemos as coisas numa ótica diferente do real, em como machucamos a quem amamos por bobagens, enfim, é um livro sensacional, poderia de fato me perder dentro dele e nunca mais sair.

@deize6 22/08/2022

De leitor para leitor
Impossível não se emocionar com essa homenagem e suspirar a cada referência, ou mesmo desejar ler aquilo que aqui é citado mas ainda não tivemos o prazer de conhecer.

jota 25/01/2012

Livros e mais livros!
Geralmente são as pessoas que devoram os livros, mas aqui acontece o contrário. A ideia do escritor português, Afonso Cruz é muito boa: um garoto, Elias Bonfim, sai investigando o desaparecimento do progenitor (que lhe diziam ter morrido de enfarte) e o faz através da leitura de vários livros que, na verdade, devoraram seu pai.

Ele, Vivaldo Bonfim, um funcionário público que, sempre que podia, em vez de cuidar de seu serviço, devorava livros durante o expediente (algo familiar aqui?), não no sentido literal, claro. Até que um dia acabou devorado por um livro de H. G. Wells, A Ilha do Dr. Moreau.

Os Livros Que Devoraram Meu Pai me lembrou um pouco O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, onde se tratava de filosofia e aqui, de literatura. Os livros são “contados”, didaticamente resumidos e até mesmo alguns personagens dos outros escritores passam a tomar parte na ação. Com direito a uma participação especial, entre outros, de Raskolnikov, o assassino de Crime e Castigo, de Dostoievski.

Sempre que vai ao sótão onde o pai guardava os livros, o menino “entra” dentro da história e “viaja” para, por exemplo, Londres – onde conversa com os personagens de O Médico e o Monstro, de R. L. Stevenson -, ou para São Petersburgo – e aí contracena com personagens de Dostoievski, etc.

O pai lia bons livros, não qualquer coisa: Odisseia (Homero), A Divina Comédia (Dante), Fahrenheit 451 (Ray Bradbury), O Barão Trepador (lá em Portugal; aqui, O Barão nas Árvores, de Italo Calvino), os já citados de Dostoievski e Stevenson, e muitos outros.

Opinião do menino acerca de Crime e Castigo, quando o retirou da estante pela primeira vez: “Era [um volume] pesado como uma feijoada (...).” Coisa que criança (de livro e da vida real) diz e que todo adulto gosta de ouvir (ler), não?

Bem, o livro de Afonso Cruz é para quem gosta de boas histórias e de bons livros. Se não é empolgante, é, ao menos, bastante interessante.

Lido entre 24 e 25.01.2012.

Felipe 02/04/2014

O livro escrito por Afonso Cruz: “Os livros que devoraram meu pai” é um livro muito interessante. Pessoalmente me agrada muito os romances que tratam do prazer da leitura, e é disso que trata esse livro.
Elias Bonfim, um menino de doze anos sempre ouviu em sua família que era órfão de pai, que havia morrido de infarto quando ele era ainda muito pequeno.
Seu pai, Vivaldo Bonfim, era funcionário público e gostava muito de ler. Durante o expediente no trabalho fingia estar fazendo algo “produtivo”, mas dava um jeito de fazer o que mais gostava: ler.
Quando Elias completa doze anos, em seu aniversário, sua avó lhe dá um presente: a chave do sótão de sua casa, em que Vivaldo costumava ficar muito tempo lendo. Mas, não foi só a chave que a avó de Elias lhe dá... ela também lhe conta um segredo: seu pai não havia morrido de infarto como sempre lhe contaram: ele sumiu dentro de um livro: “A ilha do Dr. Moreau”.
Ao saber dessa notícia impactante Elias começa a ir ao sótão de sua avó quase todos os dias e a ler os livros de seu pai, em busca dele. Ele também se compenetra tanto na leitura que ele mesmo entra nos livros e pouco a pouco, ao interagir com os personagens dos clássicos da literatura vai colhendo pistas de onde pode estar o seu pai.
Como sempre perdia a hora lendo os livros, sua mãe com frequência lhe deixava de castigo, que era não ir à casa de sua avó.
Paralelo a essa busca de seu pai nos livros que ficavam no sótão da casa de sua avó, Elias tinha uma paixão: Beatriz, e um amigo: Bombo. Elias, apesar de apaixonado por Beatriz não tinha coragem de se declarar, e Bombo também gostava de Beatriz.
Bombo era um menino gordo, diabético e de poucos amigos, ou melhor, era amigo só de Elias.
Certo dia Beatriz beija Bombo e isso deixa Elias muito triste. Numa outra ocasião Elias ridiculariza Bombo na frente de Beatriz, dizendo que ele se “espetava na barriga”, aplicava insulina. Isso deixa Bombo tão triste que ele vai até a doceria e come um monte de pastéis de nata, e entra em coma hiperglicêmico, vindo a falecer.
No epílogo Elias se mostra arrependido do que fez. Não fica muito claro se ele encontra o pai.
Eu gostei do livro, mas a expectativa que ele gerou em mim antes da leitura foi maior do que a leitura propriamente dita.

Baconzitas 20/03/2015

Livro recheado de preconceito
A ideia do livro é muito boa, é incentivar a leitura nas crianças, apresentar a elas os clássicos como Crime e Castigo. Porém, o livro tem cerca de 100 páginas e a cada duas o personagem principal faz QUESTÃO de ressaltar o quão gordo o melhor amigo dele é, que ele é um fracassado que nunca vai conseguir ficar com a menininha que eles gostam. No final das contas ele pratica um bullying TÃO FORTE QUE O AMIGO DELE MORRE!!!!!!!!!!!!!! MORRE por causa da violência psicológica que o pateta do personagem principal fez.

Kauany198 14/06/2023

Os livros te devoram
A proposta foi legal mas esse livro não me prendeu nada...A minha ressaca literária pode ter ajudado nisso,eu me perdi mto nessa história eu não sabia se ele estava de fato nos livros ou não,se essas conversas eram na vida real.

A intenção pode até ter sido essa pra demonstrar mas não fui mto fã,ainda achei Elias um egoísta e o final podia ter mais alguns detalhes.

Talvez não fosse o meu momento de ler esse livro

Daniel.Friedrich 03/09/2016

ótimo livro
Comprei este livro sem nenhuma expectativa, e por o fim o achei ótimo,ele tem uma narrativa constante, nenhuma ''encheção de linguiça'' com uma história realmente original.Vale apena dar uma ida nesse livro.

Ninha 30/12/2023

"Porque um homem é feito de histórias, não é de DNA e músculos e ossos. Histórias."

Uma declaração de amor a literatura, aos livros!

O personagem passeia por livros, vivendo suas histórias, interagindo com seus personagens, tudo isso em busca de seu pai que ser perdeu dentro dos livros. Acontece que no meio de sua jornada Elias acababa encontrado muito mais do seu próprio pai.

Um livro singelo e encantador.

Cris Aragão 19/03/2020

Amo autores portugueses
Foi um prazer ler esse livrinho, é curto. Só achei o final um pouco precipitado, tem conclusão mas poderia ser mais detalhado.

pixu 04/09/2016

(?)
Este livro conta a história de um garoto que o pai sumiu enquanto lia escondido em seu escritório (boatos de que ele foi devorado pelos livros).
Quando o garoto completa determinada idade, sua avó, mãe de seu pai, lhe mostra os livros que seu pai lhe deixara. E então o rapaz começa ler todos os dias...
Durante o percurso do livro, é mostrado várias citações de outros livros (que é muito interessante sentir as referências enquanto se lê)...
O garoto começa a ler cada vez mais e mais, tentando fazer o mesmo "percurso" do pai, tentando encontrá-lo[...]
É um livro bom e envolvente; como disse antes: é muito interessante sentir a referência de outros livros no mesmo, ainda mais quando se gosta das referências e tudo o mais. É o tipo de livro que recomendamos para os amigos ou então escondemos deles por ciúmes...

Denise.Pereira 11/07/2018

Um passeio pelos clássicos da literatura
Um livro excelente e repleto de pensamentos profundos.
Um passeio pelos clássicos da literatura.