Silvana 12/10/2020
Faz três anos que Oxana Borisovna Vorontsova faleceu. A garota de vinte e três anos era uma estudante universitária de francês e linguística quando foi acusada de homicídio triplo qualificado e levada para o centro de detenção para mulheres em Dobryanka. Essa é a história oficial, mas na verdade Oxana se tornou Villanelle, uma das assassinas mais habilidosas do mundo. Desde pequena ela soube que era diferente, então aprendeu a imitar as expressões e reações das pessoas para disfarçar sua indiferença perante tudo. E parece que para compensar essa falta de sentimentos, ela tem uma inteligência acima da média e sua memória grava tudo o que já viu com apenas uma olhada.
E esse foi um dos motivos que levaram-na a ser recrutada. Faltando quinze dias para seu julgamento Oxana conheceu Konstantin e aceitou trabalhar para um misterioso conselho conhecido como Os Doze. Ela passou por um treinamento rigoroso aprendendo de tudo, desde condicionamento físico e combate desarmado, curso de fuga e evasão, resistência a interrogatórios, treinamento com armas e até mesmo comportamento. Desde então ela tem percorrido o mundo cumprindo sua missões, vivendo uma vida de luxo e se entregando aos prazeres do sexo sempre que seu corpo necessita, mas tudo isso com a maior discrição possível.
Porém Villanelle despertou a atenção de Eve Polastri, chefe de uma subdivisão do serviço britânico de segurança. O trabalho de Eve é avaliar ameaças contra indivíduos de alto risco que entram no Reino Unido. Há dois anos Eve vem montando seu próprio arquivo de assassinatos de figuras proeminentes não solucionados e alguns casos tem tirado seu sono porque parecem ter sido cometidos por uma mulher, o que deixa Eve fascinada pela ideia de uma mulher para quem o ato de matar não é nada de mais. E Eve vai ter a chance de entender essa assassina, já que Villanelle mata uma pessoa debaixo do seu nariz, o que faz com que prender Villanelle se torne uma questão pessoal.
"— Ela é uma escrota homicida, Gary, e me custou a carreira. Eu a quero, viva ou morta."
Como vocês podem ver pela capa do livro, foi ele que inspirou a série de TV Killing Eve. Eu confesso que nunca tinha ouvido falar da série até receber o livro em parceria com a editora. Então meus comentários serão referentes somente ao livro, e pode ser que quem assistiu a série perceba diferenças entre o enredo e até mesmo na personalidade dos personagens. Que é o que geralmente acontece em adaptações. Esse livro é o primeiro de uma série, então o que encontramos nas poucas mais de duzentas páginas do livro é basicamente uma apresentação dos personagens e suas respectivas histórias de vida. E a leitura é tão ágil que dá para ler o livro em uma sentada.
O livro é dividido em quatro capítulos e ao meu ver o autor já escreveu o livro pensando em uma adaptação, porque a impressão que passa é que cada capitulo corresponde a um episódio. E sem falar que as cenas são feitas para serem assistidas. O livro é um thriller de espionagem, então esperem muita ação e nada muito profundo, pelo menos foi assim nesse primeiro livro. No primeiro capítulo conhecemos Oxana e como ela se tornou Villanelle, no segundo somos apresentados a Eve e em como a vida das duas acabou se cruzando, e nos dois capítulos seguintes temos cada uma delas fazendo seu trabalho: Villanelle perseguindo e matando seus alvos e Eve seguindo seu rastro.
Não sei se foi a forma como o autor apresentou as personagens, com Villanelle sendo apresentada antes de Eve, mas o certo é que a simpatia do leitor, pelo menos a minha, vai para ela e não para a "mocinha" da história, no caso a Eve. Villanelle é uma psicopata que sente prazer em planejar e executar o assassinato de suas vitimas. E além de matar, Villanelle também gosta de subjugar seus parceiros sexuais e o interesse dela se encerra quando a pessoa se rende. Ela é bissexual e isso foi tratado da maneira que deveria ser sempre, normal. E enquanto Villanelle tem múltiplas facetas a ser desvendadas, Eve é uma pessoa comum, descontente com sua vida, e pelo menos nesse primeiro livro achei ela muito chata.
Mas enfim, eu gostei muito do livro. Fazia tempo que não lia um livro tão rápido assim. Terminei a leitura em poucas horas, desejando ter os outros livros da série em mãos para continuar acompanhando o jogo de gato e rato das protagonistas. Acho que vou ter que assistir a série hehe. E outra coisa que me fez amar o livro foi que o enredo inicial me lembrou muito uma série pela qual sou apaixonada, Nikita, não sei se alguém aqui assistiu. Quanto a capa achei linda e tem muito a ver com a história. Enfim, é uma leitura que recomendo para quem gosta de um bom enredo de espionagem.
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