Beatriz Gosmin 17/08/2012Resenha por Beatriz Gosmin - www.livroseatitudes.com.brThomas está em um escuro elevador, porém não se lembra como foi parar lá. Não se lembra de sua família, nem de seu sobrenome. É como se tudo tivesse sido apagado de sua mente.
Quando o elevador para, Thomas entra em pânico com a possibilidade de ficar preso lá, porém a parte de cima do compartimento se abre e ele é resgatado por um grupo de garotos, e claro, recebe um empolgante acolhimento de boas vindas:
"
- Tomara que tenha gostado do passeio só de vinda, Fedelho.
- Não tem passagem de volta, meu chapa. "
Thomas se sente perdido em meio ao lugar, que logo é apresentado como a Clareira. Um enorme lugar retangular rodeado por muros super altos cobertos de hera, com uma abertura nos quatro lados, aberturas que levavam ao Labirinto.
" - [...] Você foi mandado à Clareira, Fedelho, e estamos esperando que sobreviva e nos ajude a cumprir nossa missão.
- E qual é nossa missão?- quis saber Thomas, muito embora esperasse aterrorizado a resposta.
[...]
- Descobrir uma forma de sair daqui, Fedelho – disse Newt – Decifrar o maldito Labirinto e encontrar o nosso caminho para casa. "
A Clareira é grande e organizada, com uma floresta em um canto (onde fica cemitério), no outro a criação de animais (sangradouro), no outro a Sede e o pomar. Também existe o Amansador (lugar onde prendem os Clareanos ou Trolhos que fizerem algo de errado) e a Casa dos Mapas, onde os Corredores guardam os desenhos que fazem do Labirinto.
Existem mais ou menos 50 Clareanos no lugar, que chegam a cada 1 mês. Todo mês, no mesmo dia, um garoto é enviado à Clareira, com a memória apagada, apenas lembrando-se do seu nome.
Porém, depois da chegada de Thomas as coisas começam a mudar. Um dia após sua vinda, um novo elevador chega com mais um Trolho. Mas dessa vez é uma garota, algo inédito para contrariar todas as regras de uma vez. E o mais horripilante: ela traz uma mensagem em um papel “Ela é a última”, e antes de entrar em coma, consegue dizer que “Tudo vai mudar”.
Todos os Clareados tem sobrevivido porque possuem um líder (Alby) e porque tudo é organizado e rígido. Cada um Trolho tem sua tarefa e função na Clareira, uns são Aguadeiros, outros Embaladores, Cozinheiros, Socorristas, entre outros. Porém, só os melhores são os Corredores, garotos que se aventuram a correr no Labirinto em busca de uma saída.
Thomas sente que deve ser um Corredor. Não sabe o porquê, mas sente que deve se tornar um. Porém seria um suicídio, sendo ele um novato. Ainda mais com os Verdugos andando por lá.
Verdugos são monstros meio animais meio máquinas que ficam soltos no Labirinto. Emitem sons de ferro e possuem luzes que saem de seus corpor. São aterrorizantes. Capazes de se enrolar e rolar pelo chão, e com suas pinças, picam, isso quando não matam.
Trolhos que são picados e que conseguem ser socorridos a tempo passam pela transformação: um processo terrivelmente doloroso e horrível. E ganham de brinde, um pouco de sua memória perdida.
Gally, um Trolho que passou pela transformação chato e irritante afirma saber sobre Thomas, que o viu na transformação e claro, o odeia. Ben, um garoto que fora picado recentemente também afirma que vira Thomas, porém resolve atacá-lo como um animal por ele ser “Mau”. E por isso, Alby resolve o banir. Banir = ser solto no labirinto de noite.
O que isso tem de ruim? Simples: toda noite as 4 aberturas da clareira se fecham magicamente, as paredes se movem e eles ficam seguros, protegidos contra os verdugos. Ninguém que tenha ficado preso lá fora de noite sobreviveu, por isso, ser banido é morte na certa.
As coisas começam a piorar cada vez mais depois da chegada dos dois Trolhos (Thomas e a Garota), parecendo que os Criadores (nome que chamam as pessoas que os enviaram para lá por algum motivo e que os espionam através dos besouros mecânicos) estavam querendo realmente mudar tudo por lá.
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Gente, me desculpem pela empolgação, mas a história é tão complexa e interessante que eu tinha que dar uma descrição geral de tudo.
Me apaixonei pelo livro! Lia sem parar e no final meu coração queria sair pela boca. O suspense é incrível e você nunca sabe o que está por vir.
Não falei muito sobre os personagens, mas tem o Newt, que é o um dos chefes (fora o líder Alby), o fofo do Chuck que vira amigo do Thomas e é um dos Trolhos mais novos, o Caçarola, que é cozinheiro, o Minho que é um Corredor, entre tantos outros.
O interessante no livro é que mesmo sendo de suspense a ironia é constante, o que dá um up na história. Os personagens te fazem rir, e você consegue se imaginar vivendo lá com eles, os veem como garotos normais, tentando sobreviver, tentando ter uma vida, mesmo estando enclausurados ali.
O palavreado na Clareira também é muito interessante, chamam um aos outros de Trolhos (garotos enviados à clareira), utilizam “seu monte de plong (cocô)” ou “cara de mértila” em suas falas (geralmente para ofender), usam Conclave no sentido de reunião entre outros. Devo dizer que agora sou uma Trolha porque simplesmente adotei este palavreado também.
O livro em si é uma distopia, mas só lendo para vocês entenderem. Bom, acho que quem chegou até aqui já entendeu que eu AMEI o livro. Virou favorito, sem dúvidas.
E você seria um monte de plong se não adicionasse ele agora na sua lista de leitura.
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Maze Runner é uma trilogia que possui todos os livros já lançados: correr ou morrer, prova de fogo e a cura mortal. O primeiro livro será transformado em filme e logo poderemos vê-lo nas telonas.