Tyr Quentalë 09/03/2024
Choque de realidade
Chico Buarque teve vários momentos em minha vida. Durante minha infância, escutei várias músicas por conta do meu pai. A medida em que fui crescendo, compreendi seus momentos em contornar a ditadura para que suas músicas chegassem ao público e enviassem mensagens de protesto. Mais adiante comecei a observar os livros que ele lançava, mas algo em mim se quebrou, eu não conseguia mais enxergar o Chico como eu enxerguei um dia.
Mantive minha distância da Chapeuzinho Amarelo por muito e muito tempo mesmo. Talvez esperando o momento certo.
Hoje, ao folhear as primeiras páginas, compreendi a mensagem quase que diretamente a algo que tem ocorrido em meu interior.
Nas ilustrações de Ziraldo e nas palavras de Chico Buarque, percebi que às vezes carregamos o peso dos nossos medos, que ficamos paralisados devidos aos pensamentos automáticos e negativos do "E se...". Deixamos a ansiedade nos dominar e muitas vezes paramos de dar continuidade às chances que a vida nos oferta. A vida, os conhecidos e os pensamentos de alerta que sempre deixamos de lado.
Chapeuzinho Amarelo é muito mais do que falar apenas sobre o medo paralisante que afeta algumas pessoas. Ela, a personagem em seu desenvolvimento pessoal, é quase alguém a segurar em nossos braços, nos olhar em nossos olhos e nos falar:
-- Pare! Respire! Reaja!
Obrigada, @nanypromotora, @ziraldooficial e @chicobuarque!
Vocês não imaginam o quanto foi interessante receber as palavras e as imagens do livro nesse exato momento!