Resenhas - O Apanhador no Campo de Centeio

Aline Memória 10/12/2010

Sempre quis ler O Apanhador no Campo de Centeio para satisfazer a minha curiosidade de descobrir por que, afinal, este livro é tão famoso. Confesso que, a príncipio, me decepcionei um pouco com a história, que não tem nada demais: um adolescente, literalmente de saco cheio da escola/amigos/vida, depois de saber que ia ser expulso, foge do colégio. Aí se dá a história, tudo o que acontece na vida de Holden em tão pouco tempo, alguns dias na cidade de Nova York, em que ele espera para voltar para sua casa e ver a reação de seus pais ao saber que ele foi expulso do colégio - de novo.

Várias coisas acontecem, envolvendo uma prostituta, um cafetão, briga com seu colega de quarto, porres, encontro com uma namorada, devaneios sobre a menina que sempre esteve em sua cabeça, encontros aleatórios com taxistas, freiras e com sua irmã mais nova... Entre todos os acontecimentos, a narrativa de Holden vai revelando algumas coisas que aconteceram em sua vida que, embora fossem acontecimentos fortes, são tratados de forma simples, casual.

Eu acho que é aí que está a singularidade do livro, o ponto que o eternizou: a narrativa. Nunca tinha lido uma narrativa que se parecesse tanto com a realidade, com as gírias usadas, a forma que o pensamento é feito sem censuras, e as emoções e as angústias que acompanham Holden durante toda a história.

Érica 15/01/2011

I don't wanna grow up!
Algumas pessoas se queixam dizendo que nesse livro nada acontece e que o garoto é problemático. A primeira acusação me irrita. De verdade. Eu fico pensando: o que será um acontecimento?, pra tanta gente reclamar que o livro é parado e tal.

O livro não se prende muito a acontecimentos exteriores. Quem inclui na sinopse desse livro que é a história de um garoto que é expulso da escola e fica passeando em NV não diz nada. Não só pelo motivo óbvio de que é uma única frase (e não se resume um livro, por menor que ele seja, em apenas uma frase!), mas porque isso é secundário. O acontecimento do livro não está no que o Holden faz nesses dias que ele conta, mas a sua visão sobre as coisas, o elas o fazem pensar e sentir e como tudo isso pode levá-lo a uma série de lembranças. Ser expulso e andar por NY é apenas um fio condutor para o que realmente importa no livro, a visão de um adolescente sobre as coisas comuns, contada de uma maneira banal. Isso é o que faz o livro tão especial. São narradas banalidades (passeios, pensamentos impulsivos tipo fugir de repente e outros irracionais como achar que está desaparecendo porque atravessou uma rua, etc...), mas o acontecimento não importa, o que importa é a postura do Holden diante das coisas e sua maneira toda própria de narrar.

No final das contas, percebemos que ele não quer crescer e passa por uma crise por causa disso. Dá pra justificar essa afirmação com várias partes do livro. Todas as pessoas que ele admira são crianças, as coisas que ele admira são meio infantis. Tipo o livro que o irmão dele escreveu sobre o peixinho. Ele adora a irmãzinha ele, lembra com nostalgia do passeio do colégio ao museu, quando ele era criança (aliás, uma das minhas partes preferidas, a do museu), ele se irrita com o palavrão que ele encontra pichado no colégio da irmã e fica imaginando uma criança qualquer lendo aquele palavrão e tenta apagá-lo, como se tentasse proteger as crianças de se corromperem na sua inocência natural. Quem canta a música/poema que dá título ao livro é uma criança. Fora que, claro, tem a interpretação óbvia do sonho dele, no qual ele é uma espécie de salvador das crianças que ficam brincando em um campo, impedindo-as de caírem no precipício. O Holden tenta protegê-las de entrar na vida adulta (o precipício indica a vida adulta).

Claro que, naquele mundo, no qual a inocência não é cultivada e a vida adulta domina, alguém como o Holden só pode acabar adoecendo. Ele vivia numa época em que a adolescência não existia comercialmente (época b.B. = before Beatles), não havia um real reconhecimento dessa faixa-etária como toda uma etapa da vida que diferia da infância e da vida adulta. Adolescente era um pequeno-adulto.

Lembro da música do Tom Waits que ficou famosa na cover dos Ramones (I don't wanna gow up):
Well, when I see my parents fight
I don't wanna gow up
They all go out and drinking all night
And I don't wanna grow up
I'd rather stay here in my room
Nothin' out there but sad and gloom
I don't wanna live in a big old tomb
On Grand Street

A citada parte do museu também é significativa nesse sentido. Ele compara a permanência das coisas no museu com a inconstância das coisas fora dele. Ele diz que certas coisas não deveriam mudar. Ele não aceita muito bem ter que crescer.
Acho muito delicado quando ele diz que qualquer coisa poderia mudar um desses passeios ao museu, um passeio que a escola fazia com certa freqüência (o Museu de História Natural de NY). Ele diz que a experiência de ir até lá poderia mudar completamente se o colega com quem vc tivesse que dar a mão (para não se perder) tivesse pego cachumba e não pudesse comparecer, ou se a professora tivesse sido substituída por outra, ou se vc tivesse escutado uma baita briga dos seus pais no banheiro ou se, na rua, vc tivesse visto uma poça dágua com um arco-íris de gasolina dentro dela. Isso tb mostra que é um livro de pequenos acontecimentos, mais interiores do que externos e casuais. Por isso ele é tão nostálgico e no final começa a sentir saudades de todo mundo....

O Selinger morreu recentemente (ano passado). Pra mim ele é imortal por ter escrito O Apanhador. O Holden é daqueles personagens que dá vontade da gente ligar pra ele pra bater um papo. rs...

When I see the 5 o'clock news
I don't wanna grow up

Clio0 29/01/2024

Mais conhecido por fazer parte de coleção pertencentes a assassinos e psicopatas, O Apanhador no Campo de Centeio é igualmente favorecido e desfavorecido por tal fato, pois muitos iniciam sua leitura esperando algo pervertido ou maquiavélico enquanto outros o refugam pelo mesmo.

A obra é simplesmente um retrato da juventude que começa a entender o mundo adulto.

Pelos pensamentos de Holden Caulfield somos expostos a uma análise psicossocial extremamente apurada, contudo por ser feita por um adolescente, há uma mescla de estilo formal e informal, onde a linha é traçada por como o protagonista está sentindo.

Logo, palavrões e chavões, termos técnicos e poesia, tudo se encontra nessa história que é apenas um dia na vida de um garoto mentiroso, ciníco e revoltado. Independentemente de Holden ser o que hoje em dia chamamos de Revolucionário-de-Fundo-de-Quintal, é inegável a sua dor ao perceber que os problemas e hipocrisias do mundo adulto contradizem quase que inteiramente a educação que ele recebeu e que ainda está recebendo.

Essa revolta é aquela da pessoa que vê suas ilusões quebradas e entende a própria incapacidade. Quase todos passamos por isso e, assim como ele, a maioria preferiria, em um momento ou outro, permanecer criança em um mundo idílico.

Recomendo.

Ju Cirqueira | @jucirqueira 13/10/2013

Lenda Literária. Você precisa ler!
Desde quando ouvi falar desse livro fiquei muito intrigada e cheia de vontade de ler. Queria descobrir o porquê de toda a polêmica sobre o livro, pois para quem não sabe, este livro serviu de inspiração para Mark Chapman, o assassino do John Lennon, em 1980; e sabemos disso pois o mesmo foi encontrado no local do assassinato esperando pelos policiais com o livro em mãos, e quando perguntado sobre o motivo do assassinato ele respondeu: “Leia O Apanhador no Campo de Centeio e você descobrirá porque o fiz. Esse livro é meu argumento”. Há relatos de que mais dois outros assassinatos históricos bizarros também ocorreram inspirados neste livro. Macabro, né? Quer dizer, se você nunca leu este livro, no mínimo já ouviu falar, leu alguma coisa a respeito ou viu alguma alusão ao mesmo em algum filme, revista ou em outros livros.

Apesar da aparente simplicidade deste livro de 1951, seja em escrita, conteúdo ou formato, o fato é que ele ganhou grande importância cultural ao longo dos anos, sendo hoje considerado uma leitura “cult” por muitos fãs de literatura. O Apanhador no Campo de Centeio foi um divisor de águas literário e histórico de uma época onde a – até então inexistente – adolescência não era reconhecida como tal até ser, de fato, enxergada como um período importante e conflituoso ao qual deveria ser dado a devida atenção. Após ler este livro sinto que gostaria de agradecer pessoalmente ao Salinger por sua visão apurada na década de 50 e sua percepção e entendimento social, sem a sua colaboração literária nós continuaríamos passando de criança diretamente para a vida adulta sem a menor compreensão, aprendizado ou tempo para processar os acontecimentos. A atual valorização da fase da adolescência só aconteceu há algumas décadas atrás, e poderia ter demorado ainda mais sem O Apanhador no Campo de Centeio.

Holden Caulfield é um adolescente de 17 anos de uma família abastada nova-iorquina, estudante em um internato para garotos e que foi reprovado em quase todas as matérias (salvo inglês!), devido a isso Holden terá de voltar pra casa antes dos demais alunos, mas para que sua família não descubra que ele levou bomba ele decide que irá ficar perambulando por Nova Iorque até a data da liberação de todos os alunos, onde ele poderá voltar pra casa sem que desconfiem. O livro todo relata um único fim-de-semana na vida de Holden, onde ele divaga por milhões de ideias e concepções malucas que só um adolescente consegue pensar: sobre a vida, amigos, professores, família e suas expectativas para o futuro. Sem reais preocupações, porém cheio de angústia, dúvidas e insatisfação, essa é a mente de Holden. O Apanhador retrata de forma autentica e realista os questionamentos existenciais e frustrações de toda uma geração, o que influenciou milhares de jovens da época que identificaram-se de cara com a rebeldia e confusão de Holden.

De início achei O Apanhador um livro comum com linguagem e narrativa bem simples e fácil, e ele é exatamente isso. A complexidade do livro está em seu conteúdo e contexto social. Holden é um personagem muito comum hoje em dia, é o típico adolescente confuso e rebelde sem causa, e os acontecimentos são banais e podem chegar a ser até monótonos dependendo do ponto de vista. Portanto é necessário contextualizar O Apanhador para apreciá-lo e entender sua importância, do contrário ele poderá passar despercebido como um livro comum, quando na verdade se tornou uma lenda literária. Considerando todos esses aspectos acima mencionados, eu altamente recomendo este livro a todos que se interessam por marcos literários e históricos. Excelente leitura!

site: www.nuvemliteraria.wordpress.com

Rafa 13/01/2021

Afilantropia na Juventude
Neste romance, Salinger consegue delinear a essência da juventude por meio de uma linguagem direta e ordinária. Refletindo ainda, a dificuldade no amadurecimento da adolescência para a vida adulta.

Beto 17/04/2011

Uma droga.
O livro é tão comentado, há tanto burburinho sobre ele, que resolvi ler para matar a curiosidade. E o livro é horrível! Li até o final para ter certeza de que era tão ruim quanto me parecia até às dez primeiras páginas... Minha opinião não mudou depois do ultimo ponto final.

O autor já deixou claro que este conto foi escrito só por escrever, no entanto as pessoas continuam buscando mensagens profundas e até mesmo subliminares em suas linhas. Até vi pessoas referirem-se ao livro como se ele fosse de auto-ajuda.

Revolucionário?! Por ser um dos primeiros, se não o primeiro, a usar palavrões de forma ostensiva?! Que grande mérito...

Livrissimu 13/02/2020

EU NÃO PRECISO AMAR TODOS OS CLÁSSICOS. E VOCÊ TAMBÉM NÃO.
Quando se fala de livros consagrados como clássicos, um jugo automático se estabelece sobre o discernimento do leitor, moldando, talvez inconscientemente, as impressões que esse ‘’’pode’’ou ‘’não pode’’ ter de uma obra. O leitor talvez, então, comece a se questionar debaixo do peso da aprovação de outros leitores e da critica literária, pois deve haver algo de errado com ele, afinal, para não ter amado aquilo que todos parecem elogiar? Será que não foi capaz de abstrair os significados e nuances da obra? Será que viajou na maionese e deixou a grandeza da obra passar despercebida?

Começo com essa reflexão para relatar que a leitura de O Apanhador no Campo de Centeio, um livro por muitos adorado, foi a que menos me agradou no ano de 2019. ‘’Se você quer mesmo ouvir a história toda, a primeira coisa que você deve querer saber é onde eu nasci, e como foi a porcaria da minha infância, e o que os meus pais faziam antes de eu nascer e tal, e essa m&rd@ todo meio David Copperfield, mas eu não estou a fim de entrar nessa, se você quer saber a verdade.’’ Ao ler o trecho que dá inicio a obra, de imediato, assustei-me com o tom irreverente que choca, enquanto desperta curiosidade do leitor. Pensei: vou amar esse livro. Mas… A cada página a leitura tornava-se mais enfadonha. Temos aqui um protagonista chato, ume enredo que parece ‘criticar e refletir’’, mas a meu ver, apenas coça de leve temas que poderiam ser grandiosos. Para mim, pareceu-me uma obra que poderia ser, mas esqueceu-se como.

Sim. Há aspectos interessantes no livro (pude captar sim diversas criticas e reflexões). Reconheço o valor que a obra teve em seu tempo, talvez mesmo hoje. Mas… não pude deixar de sentir que outros já falaram o mesmo de Salinger, porém de forma mais envolvente... Fica aqui, entretanto, a ressalva de que livros são entidades vivas, que comunicam-se com o leitor, e que falam coisas distintas em tempos distintos. Quem sabe, um dia, uma releitura não revele um Holdem Caulfield também distinto e interessante para mim.

site: https://www.instagram.com/livrissimu/

est.0 22/09/2021

brutal e verdadeiro
tenho até um certo receio de avaliar este livro com uma nota tão alta, e tenho medo e a quase certeza de que acabará como um dos meus preferidos da vida.
uma versão mais antiga de as vantagens de ser invisível, mais áspera e igualmente conturbante.
o sentimento de realidade encontrado na narração confusa, onde até mesmo o narrador mal sabe se o que ele conta estar acontecendo acontece mesmo.
um livro que te destrói, não por ser triste ? é triste, em parte, é claro ? mas ele certamente crava uma marca em você; não uma daquelas marcas profundas, uma marca de raspão, mas dolorida _pra burro_

Pam 03/01/2022

Divertido e emocionante em todas as suas páginas.
Não sei o que eu esperava desse livro, mas não imaginei que seria assim: engraçado, emocionante e triste, tudo ao mesmo tempo. Muitos autores têm dificuldade de incorporar a fala de crianças e adolescentes e escrevem livros que acabam soando estranhos, porque os jovens falam como adultos. O J. D. Salinger claramente não tinha esse defeito: ele capta a voz de um adolescente que às vezes é um crianção e às vezes se comporta como adulto, tudo na medida exata.

O protagonista, Holden Caulfield, é um menino no ápice da adolescência e que tem uma vida problemática. A forma como o Holden conversa com a gente, os leitores, é fenomenal. Mesmo sendo um livro de quase 80 anos atrás, lemos coisas que facilmente podem ser ouvidas hoje pelos jovens: desde o vocabulário extremamente informal até no conteúdo do que ele fala, com as reclamações e rebeldias ou reflexões filosóficas sobre as pessoas ao redor dele e a sociedade. Eu poderia ouvir o Holden falando da vida dele por mais 300 páginas, ele é muito carismático, é muito gostoso ler ele falando dos amigos da família, e quando passamos a entender mais do passado dele a de como ele encara seus arredores é impossível não se apaixonar. Uma lição que eu peguei é aquele clássico de não julgar um livro pela capa. O Holden pode, inicialmente, parecer uma coisa, mas ele é outra, ele é muito mais profundo do que as aparências entregam (assim como todos nós também somos).

O apanhador no campo de centeio vai te fazer sentir tudo: em algumas páginas você vai rir até a barriga doer, em outras você vai ficar prestes a chorar. A leitura é super tranquila, os pensamentos do Holden são tão rápidos que a leitura também fica rápida, você fica preso na linha de pensamento caótica dele. Eu só esperava ter me emocionado um pouco mais, mas tudo bem, adorei mesmo assim.

Rosangela Max 29/01/2024

Um protagonista irritante e irritável.
Provavelmente muitas pessoas não vão considerar essa história lá grande coisa, porque, de fato, na minha concepção, ela não é! Mas a nossa percepção sobre ela melhora quando entendemos que ela não foi feita para ser levada muito a sério.
Fala sobre um adolescente revoltado com a vida, que não dá valor as coisas e a família que tem, que se considera mais inteligente que todos e que pensa muito em mulher. Realmente, não dá para se esperar profundidade com este enredo.
No começo até achei que seria revelado algo que justificasse o comportamento dele, mas não rolou. Ele é um jovem que aparenta não está nem aí com nada, sendo que em algumas coisas é puro fingimento, e isso é deixado claro enquanto ele relata o dia a dia dele.
O final aconteceu de forma abrupta, mas, de alguma forma, combinou com a vibe da história.
Não está entre as piores que a li e também é diferente ver as coisa sob a perspectiva do protagonista. Desta forma, recomendo a leitura.

isaazm_ 30/01/2022

Um livro deprimente
É um enorme monólogo, Holden fica divagando demais sobre coisas nada a ver e também tem muita repetição, linguagem chata, cheia de palavrões. Fora que não tem muito conteúdo, foi um livro meio sem pé nem cabeça, não entendo a fama que tem. Tudo pro personagem principal é fajuto e deprimente. Esse livro foi deprimente para mim.

m.cIara 06/02/2024

Opiniões proeminentes influenciadas pela emoção.
Encontrei-me nas últimas seções do romance contemplando as complexidades da opinião de Holden sobre adultos, idade adulta e crianças e infância. Tem uma preferência óbvia pela juventude e, articulada ou não, um medo constante do futuro. A falta de interesse de Holden em ser adulto decorre em parte de sua visão cínica da maneira como os adultos interagem uns com os outros e com as crianças. Ele vê essas interações como falsas, fingidas e muitas vezes exageradas. Um dos melhores exemplos vem de sua consideração sobre a morte e as práticas funerárias. Ao longo de O apanhador no campo de centeio, JD Salinger leva o leitor a uma viagem no estilo Kerouac pela cidade de Nova York e, ao mesmo tempo, pelas partes mais profundas da mente de Holden. A conclusão do romance é profundamente comovente, tirando o leitor da narrativa interior e de volta a Holden no presente, recontando a história desse período dentro de uma instituição mental. Este é um lembrete chocante das consequências das pressões da sociedade contemporânea e de como elas pesam mais sobre os jovens do que sobre qualquer outra pessoa.

Diego Lima 06/12/2021

e tal
O Livro marcou a literatura norte americana pelo fato de apresentar os pensamentos dos jovens (entre a fase da infância e adulta), os quais, na época, não eram considerados relevantes. Teremos Holden Caulfield (dezessete anos) contando de quando foi expulso de um renomado colégio para rapazes quando tinha seus dezesseis anos de idade.

A escrita do livro é bem peculiar, pois, é como se estivesse sendo contada com linguagem informal: cheia de gírias, vícios de escrita, palavras chulas. No começo da leitura foi um pouco complicado os linguarejares - podendo até irritas em muitos momentos -, porém, com o tempo de leitura você acaba esquecendo e entrando na ideia de ser uma pessoa te descrevendo algum acontecimento da vida dela.

Holden tem todas as características de um caricato adolescente tradicional, o qual sabe de tudo e odeia a tudo e todos. Em diversas passagens vai sendo apresentado a forma como ele enxerga o mundo, destilando muito ódio por tudo. Mas também conseguimos acompanhar toda a dificuldade a qual todos passam nessa fase. Seja de aceitação, nas projeções para o futuro, nas batalhas internas para tentar aprender algo com as pessoas mais experientes.

Foi um misto de sentimentos essa leitura. Em muitos momentos fiquei bastante imerso na história do protagonista, em muitas outros me incomodou muito a forma de pensar do rapaz - talvez tenha sido esses os sentimentos dos adultos os quais presenciaram minha fase adolescente. Mas no geral foi um boa história, um pouco exagerada em alguns momentos, mas um bom enredo.

Sinésio 26/01/2010

Acho que estava mal informado sobre o livro, antes de começar a lê-lo. Acabei me decepcionando.
Não sei se foi problema de tradução (horrível!!), mas o tradutor abusou de expressões do tipo "ou coisa que o valha", "ou coisa parecida", "no duro", "pra burro", "pra cachorro", "pra xuxu", "a porcaria" disso, a "droga" daquilo. Irritante!! Aliás, o tradutor poderia ter trocado o nome do livro por "No duro, ou coisa que o valha". Misericórdia!!
Um adolescente revoltado, uns personagens sem interação entre si, um título que ficou meio sem a ver com a história.
Ou eu não entendi NADA?? Help!!

alexandra165 06/12/2021

bele clássicos americano
amei o livro e cada detalhe que o holden nos dá sobre a sua vida aparentemente normal.
assim que comecei a ler, achei que o livro ia ser meio ruim (um pouco pela capa e um pouco pelo início todo agressivo). porém à medida que fui lendo, senti que não estava acompanhando propriamente o desenvolvimento do holden (já que acho que ele não altera muito a sua personalidade inicial), mas estava vendo como funciona a cabeça dele. através de pequenas histórias vemos como o psicológico do cara de alguma forma está afetado.
na maioria das vezes, apesar dos relatos parecerem engraçados, eu considerei-os meio triste. sallinger soube como contar a história de um jovem sem parecer artificial, através da linguagem e do uso de várias metáforas. confesso que não quis refletir muito sobre essas metáforas, porém consegui identificá-las (na maioria das vezes).
uma outra coisa sobre a qual eu não refleti muito é o título. acho que entendi mais ao menos o porquê, mas não consigo ver a sua simbologia.
enfim... o livro realmente é muito bom e eu recomendo a todo mundo. é fácil de ler, nos prende e tem um protagonista carismático para um krl. simplesmente adorei.