Evy 06/06/2022"
As pessoas vivem estragando as coisas pra você".
Um dos livros mais antigos da minha estante sem ler e no entanto um dos que mais tinha vontade de conhecer, em especial, confesso, pelas muitas notícias e polêmicas que circulam a cerca desse título e de assassinos que o tem como livro preferido. Terminei a leitura sem entender essa relação, mas completamente apaixonada pelo personagem principal e pela narrativa desse autor que só conhecia de nome.
A história se passa num período pequeno de tempo, num final de semana pré Natal em que Holden Caulfield, um adolescente cheio de questionamentos, é expulso de mais uma escola e com os trocados da venda de sua máquina de escrever, decide ir para Nova York, em especial para descobrir uma dúvida recorrente — Para onde vão os patos do Central Park no inverno? — e passar três dias pela cidade, sem destino, até voltar para a casa dos pais, onde será julgado pela expulsão.
"
As pessoas nunca pensam que as coisas são alguma coisa".
Portando seu boné vermelho de caçador, e uma solidão de dar nó na garganta, Holden vai viver nesses dias: encontros confusos, reencontros, brigas e a visita à sua irmã Phoebe, única pessoa no mundo que ele acha capaz de entendê-lo. É simplesmente impossível não se conectar com a narrativa em primeira pessoa do adolescente rebelde, idealista, raivoso, cheio de mágoas e solidão, mas também com um humor ácido e falas que levantam todo o tipo de reflexão de nós leitores.
No momento em que esse menino desceu as escadas, expulso de mais uma escola, gritando que não estava nem aí, já fui totalmente fisgada pelo personagem que me fez refletir sobre quantos jovens criativos e geniais não acabam se tornando sombras perdidas por um sistema de ensino conservador, quadrado e que só proporciona conhecimento a uma parcela que consegue aprender daquela forma. E não só isso, as convenções da sociedade, o que realmente as pessoas buscam, e muitas outras reflexões.
"
Eu gosto quando alguém se empolga com alguma coisa. É bacana".
As passagens do livro vão ficando cada vez mais emotivas, ao passo que nos ligamos a vida desse jovem e começamos a entender muitos de seus "problemas". A narrativa do autora é simplesmente sensacional e é impossível ficar impassível ou não querer devorar o livro até o final. Não esperava por nada do que encontrei nesse livro e foi uma grata surpresa que com certeza, um dia, gostaria de revisitar.
Super recomendo a leitura!