Jrdncst 06/11/2021
Releitura.
?Entre outras coisas, você vai descobrir que não é a primeira pessoa a ficar confusa e assustada, e até enojada, pelo comportamento humano. Você não está de maneira nenhuma sozinho nesse terreno, e se sentirá estimulado e entusiasmado quando souber disso. Muitos homens, muitos mesmo, enfrentaram os mesmos problemas morais e espirituais que você está enfrentando agora. Felizmente, alguns deles guardaram um registro de seus problemas. Você aprenderá com eles, se quiser. Da mesma forma que, algum dia, se você tiver alguma coisa a oferecer, alguém irá aprender alguma coisa de você. É um belo arranjo recíproco. E não é instrução. É história. É poesia.?
Toda releitura é uma nova possibilidade de interpretação. Não sou a mesma pessoa que era quando li esse livro pela primeira vez. Portanto, considero que a segunda leitura foi um complemento do meu primeiro contato com J.D. Salinger.
Sobre o livro, encontramos uma história que retrata três dias da vida de um adolescente de 16 anos, que acabou de ser expulso do colégio. Holden é um personagem, aparentemente, chato (como todo adolescente é). Mas, caso você se conecte com suas sensações, será possível entender seus posicionamentos.
Salinger construiu um personagem repleto de nuances, que rejeita tudo e quase todos ao seu redor. Holden é plural, confuso, perturbado e melancólico. E tudo isso pode ter sido ocasionado por sua infância conturbada.
Enfim, esse livro foi um dos primeiros a retratar a adolescência e dar destaque para as individualidades de um garoto confuso e sem muitas perspectivas. Dessa forma, foi possível, através da literatura, expressar sentimentos dos jovens (nunca antes pontuados).
É interessante, também, o porquê do título ser ?o apanhador no campo de centeio?. Mas não vou desenvolver sobre isso, para evitar spoiler, rsrsrs. ;)