Ana Elisa Monteiro 10/08/2020Um romance de época intenso e fora dos padrões que estava acostumada!Hoje eu venho indicar um romance de época que foi lançado a pouco tempo pela editora Arqueiro. “O duque que eu conquistei” é o primeiro livro da série “Os segredos de Charlotte Street” de Scarlett Peckham e, a nova aposta da Arqueiro. Eu, que estou acostumada a ler muito Julia Quinn, devo dizer, a autora tem uma proposta diferente para o gênero. Mas, vamos para a sinopse?
Archer, o duque de Westmead, superou a ruína financeira e se tornou o mais lendário investidor de Londres. Agora, para garantir a continuidade do seu título e de sua fortuna, precisa de um herdeiro. Mas, com seu coração trancado para o amor e com anseios sombrios que ele satisfaz na calada da noite, o que ele menos quer é uma esposa que queira mais do que ele pode dar e que atrapalhe sua vida. Por isso, ele resolve tratar o casamento como ele faz com seus negócios, ele espera conseguir uma esposa que se satisfaça com o título e o dinheiro.
Poppy Cavendish é uma ambiciosa florista contrata pela irmã de Westmead, para decorar seu salão de baile. Ela sempre lutou contra as convenções sociais e se declarou como uma solteirona, apesar de não ser velha. Afinal, quando uma mulher se casa é o marido que responde por ela, e Poppy gosta muito da sua independência.
“Ela estava cansada de precisar de permissão, dispensa, bondade. Pretendia ser a senhora do próprio destino. E, por observar os caminhos do mundo, havia algo de que tinha certeza: não se obtém esse tipo de poder através do casamento.”
Poppy, precisa de capital para expandir seu negócio. E quando um escândalo obriga um casamento com o duque, para que ela possa salvar seu negócio, Poppy começa a temer que a atração que sente por ele acabe fazendo com que ela queira muito mais do que ele oferece.
Essa é a sinopse de “O duque que eu conquistei”. E pessoas, que livro! Parabéns Arqueiro, já quero os outros que a autora publicou. Tinha que começar falando isso, porque a história é intensa e quando ela me tomou eu não consegui mais deixá-la. Falo isso, porque tenho que confessar que o início foi difícil para mim, até pensei que iria avaliar com um 2,5 ou 3 estrelas. Mas sem esperar, eu entrei na história e não consegui mais parar.
Quando disse no início que não é um romance de época alá Julia Quinn, é porque existe uma carga emocional dos personagens muito forte. Poppy é a aquela mocinha independente, espirituosa, e tem um quê a mais do que as outras mocinhas de romance de época que eu já li. Sinceramente, não sei dizer o que é esse quê, mas sabe quando você sente? Sente um personagem de verdade?
“Ele observou que ela fazia a caminhada sozinha – que não havia ninguém que a considerasse suficientemente preciosa para entregar sua mão ao marido no casamento. Ele seria essa pessoa, decidiu. Se não pudesse lhe dar mais nada, seria a pessoa para quem ela era preciosa. Ele não era capaz de amar. Mas tinha um dom para reconhecer valor.”
O duque, desde o início se mostra com um mistério ao redor dele. E eu fiquei curiosa demais para saber qual era o anseio sombrio que ele tinha, e senhor do céu quando eu descobri. Quando li a sinopse, pensei que encontraria um personagem frio e distante, e foi totalmente o contrário. Archer, apesar dos traumas que possui, é muito humano e intenso.
Intenso, essa é uma palavra que eu preciso usar para descrever “O duque que eu conquistei”, principalmente quando há o encontro do duque com Poppy. Dois mundos distantes, mas pensamentos muito parecidos. Westmead consegue enxergar o bom senso de negócio que a jovem possui e não a desmerece por ser mulher.
Esse é um dos pontos altos do romance. Em nenhum momento eu vi Poppy sendo desmerecida por Archer. Dá para ver como ele a respeita como igual, quando o assunto são negócios, como ele vê as ideias brilhantes que ela tem. Coisa que para a época, mulheres não tinham voz.
Voltando para os personagens, apesar de eu ter falado da aura de mistério de Archer, não é só ele que a possui. No decorrer da história, vamos descobrindo muito mais do duque de Westmead e de Poppy também. A jovem, que perdeu os pais quando era nova, e tem muito a contar sobre o seu passado.
“Era uma armadilha, esse negócio de ser mulher. A simples verdade era que, depois de tanto esforço para garantir sua independência, ela ainda estava presa. Para realizar o que queria, não precisava ter se preocupado em ser determinada e diligente por anos a fio. Só precisava ter nascido homem.”
Outro personagem que apesar de aparecer pouco, faz uma diferença maravilhosa na história, é Constance, irmã do duque. Ela aparece em pontos cruciais do livro e é sempre tão certeira e espirituosa que eu me apaixonei por ela e pedi por mais. Deus ouviu minhas preces e no final do livro, havia uma prévia do segundo e imagina quem aparece? Juro que não é spoiler.
Para aqueles que gostam de cenas hot, meu Deus do céu. Temos cenas muito quentes e muito explícitas. Caso esse não seja seu tipo de leitura, já fica avisado. Algo que eu já vi na Paralela, mas nunca na Arqueiro, é um aviso de conteúdo para maiores de 18 anos. Isso é ótimo, para que a pessoa já saiba onde está entrando, ao pegar a história.
Agora falando sobre a Arqueiro, eu tenho que parabenizar a editora, além de terem acertado na autora, a capa do livro está a coisa mais linda (é a capa original do livro, então a decisão de manter foi certeira). Li ele em ebook, e a diagramação da edição estava maravilhosa, acredito que do livro físico está melhor ainda. Já quero!
“Ela não tinha passado duas décadas esforçando-se para superar qualquer homem até numa disputa de cuspe a distância só para flertar desavergonhadamente com o duque de Westmead enquanto se reclinava em seu sofá com as mãos dele em sua perna.”
“Os Segredos de Charlotte Street” já possui três livros lançados: “O duque que eu conquistei”, “O conde que eu arruinei” que já temos a prévia ao final do primeiro volume, e “O lorde que eu abandonei” que eu já vi nas redes sociais da Arqueiro. Como eu disse anteriormente, Constance é uma personagem maravilhosa e quando li a prévia, já fiquei ansiosa pela história. Vamos agilizar aí dona Arqueiro? Sei que eu peço muito, mas como dizem: o não eu já tenho…
Scarlett estudou inglês na Universidade de Columbia e construiu uma carreira em comunicação. Em seu site, ela conta que se apaixonou por romances quando era criança e que quando chegou a maioridade já havia lido todos os livros de sua biblioteca e começou a sonhar em escrever um. “O duque que eu conquistei” é seu romance de estreia e vencedor do Golden Heart®, além de ter sido nomeado como o melhor romance de 2018 pelo The Washington Post.
Em seu instagram, Scralett coloca várias fotos com frases de seus livros. Caso tenha interesse em ver mais coisas, clique aqui para olhar o instagram da autora. Eu já estou olhando. E para finalizar, no site da autora tem uma parte de “Clube do Livro” lá, tem um formulário para que clubes que vão ler algum livro da autora possam se inscrever e ganhar um kit com adesivos, marcadores e cartão autografado. Além disso, tem a possibilidade de Scarlett participar de uma discussão, por vídeo, respondendo as perguntas dos leitores. Maravilhosa, não é?
“Constance iria espalhar sua geleia de rosas favorita pelo pobre rapaz e o devoraria com torradas, mas ficaria entediada demais e o cuspiria fora ainda na metade da refeição.”